9

9.8K 938 203
                                    







Maya Petrov









SEMANAS DEPOIS

— Você está muito linda. _Elogiu a senhora Andrea. Ela me olhava deslumbrada. — Você está bem mesmo? _Chegou perto. — Nada de dor ou desconforto. _Desconfia.

Eu sorrio ligeiramente e me viro, observando-me no espelho.

Estou tão bonita.

Como não me sintia há mais de um mês.

— Estou muito bem. _Aviso. — A senhora disse mais cedo que falou para ele que eu ainda estava muito mal.

— Você está indo bem nos exercícios, mas não vamos arriscar, vamos usar o que te aconteceu para prolongar os dias de cuidados, mesmo que você esteja perfeitamente bem. _Veio laçar a tira em minhas costas, apertando para marcar minha cintura e fazendo um laço. — Está com medo?

A vejo me olhar do espelho.

— Um pouco. Ele disse que serei o seu dado da sorte essa noite. _Estou temerosa. — Com tudo que me aconteceu, agora eu reconheço que ser mulher é ter que ficar toda hora desconfiada das intenções dos homens com medo do pior acontecer.

— Fique em alerta sempre. Ele só vai te levar a um cassino. Finja no caminhar que ainda está mal. Se precisar, diga que ainda está sangrando, não tem nada que os homens se aborreça mais do que isso. Eles detestam ver esse tipo de sangue.

Concordo.

Eu farei isso.

Respiro forte e me viro para ela, recolhendo suas mãos.

— Eu serei eternamente grata por tudo que vem fazendo por mim. _Me curvo e a abraço.

— Está muito próximo da sua saída definitiva desse lugar. _Se afastou, acariciando meu rosto. Eu pisco os olhos. — Tudo isso fará parte do seu passado. _Ela riu, como se prevesse tudo o que fala. Como eu queria que fosse verdade.

— O senhor Dante, ele nunca mais vaio aqui. _Estranho.

— Não se preocupa. Estamos do mesmo lado e quando falo de você com o Capo ele me apoia. Ele está ganhando a confiança dele. _Arrumou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. — Ele também irá para o cassino. Estará o tempo todo por perto.

Um tico mais aliviada, meneio a cabeça de forma positiva.

***

Dentro da limousine, o Capo se acomodou do meu lado e cinicamente tocou meu joelho sobre o vestido, o apertando de leve, o que me deixou completamente assustada e eu o encarei, mais aflita que nunca.

Eu estava sozinha com ele.

— Você fica uma deusa quando está produzida. _O maldito sussurrou o elogio bem perto do meu pescoço.

Me encolho, descendo minhas mãos e afastando as suas.

— Atrapalho?

Ouço e o Capo retira suas mãos de mim. Ergo o rosto e peço socorro ao Dante com o olhar, abraçando-me incomodada com esse monstro do meu lado.

A respiração.

O toque.

A voz.

Tudo remete as vezes em que ele entrou no quarto de madrugada, enquanto eu dormia.

— Afasta-se moça ou senta do outro lado, preciso mostrar algo ao nosso supremo Capo. _O Dante falou rude e me entendeu a mão, olhando-me bem nos meus olhos. Ele me ajudava. De pressa, o dou a mão e levanto-me, sentando do outro lado e ele toma o meu assento, mostrando algo no celular para o infeliz. — Eu ainda não consigo acreditar que você arrebentou o avô do Gianluca naquele galpão. Olha o vídeo. _Ele sorria, ou fingia. Realmente não sei.

LUZ NO INFERNO (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora