Maya PetrovQuando a terapeuta se despediu e foi embora, eu subi para o quarto e fui tomar um banho e me preparar.
Eu ainda não acreditava que o Gianluca havia realmente mandado traze-la do outro lado do mundo simplesmente para que ela continuasse me atendendo.
O que eu faço com esse homem?
Ontem mesmo, a pedido da minha mãe, eu usei o cartão que a ginecologista me disponibilizou para qualquer informação e liguei. Conversei com ela sobre o que eu vinha sentindo ultimamente, sobre meu sangramento no começo da viagem, há dois meses e ela disse empolgada que eu estava falando com a pessoa certa. Foi surpreendentemente gentil e marcamos horário. Como eu desconfiei, o Gianluca não poderia ir comigo porque já não estava em casa.
Eu tinha a minha mãe comigo e iria com ela.
Ouço batidinhas na porta e eu saio da frente do espelho onde me maquio e sigo para abrir a porta, vislumbrando de primeiro momento um grandioso buquê de girassóis e um largo sorriso nos lábios da senhora Andrea que o carrega.
— Olha o que acabou de chegar para você. _Disse e eu dei passagem para ela entrar no quarto.
— Ô Deus! _Fecho a porta, aos suspiros. — Que aroma delicioso. _Viro-me e tomo o buquê, inalando o cheirinho e seguindo boba para sentar na cama.
— Tem um cartão aí no meio. _Avisou e eu procurei.
Encontrando, alongo um sorriso fácil.
— É do Gianluca. _Trago o cartão ao peito e suspiro, pousando o buquê na cama e abrindo o cartãozinho vermelho. — Olha se esse homem não é mesmo nada clichê e sim um único e perfeito romântico. _Vendo que a senhora Andrea estava distante, agarrei em sua mão e a puxei para sentar do meu lado, lendo a frase impressa como se estivesse recitando um poema de Vladimir Maiakóvski. — "O girassol espera o sol e eu espero por você, para que possamos iluminar nossas vidas juntas, sem medo da escuridão".
Encaro a senhora Andrea e igualmente semicerramos os olhos e fazemos um bico, achando super fofinho.
— Ele está de quatro. _Comenta e eu gargalho.
— Na verdade, eu quem estou literalmente de quatro por ele. É aquele ditado, né. Bate a mão na boca, enquanto o pé não alcança. _ Guardo o cartão no envelope. — Eu, que pensei que nunca me renderia a um...
Ela me cortou.
— Vamos usar a palavra desvirtuado. É melhor. _Piscou o olho e eu sorrio, assentindo.
Criminoso.
Bandido.
Assassino.
Corrompido.
Mafioso.
Gangster.
Era muito pesado para nomea-lo.
Gianluca Rossi podia ser o que fosse, mas comigo era completamente doce e amoroso, dando-me todo o amor que nós mulheres sonhamos ter um dia.
Eu não considero sorte. Não tem nada a ver com sorte. Acredito que chega um dia em que Deus nos compensa por tanta dor na alma.
— Eu, que nunca pensei que me renderia a um desvirtuado. Estou aqui rendida e passaria todos os panos para ele. _Eu era aquela pessoa que mentiria por ele.
— Eu também passava para o meu marido.
Me emociono, tocando suas mãos.
— Ele também era desse meio?
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LUZ NO INFERNO (1)
ChickLitROMANCE DARK Maya foi vendida pelo próprio pai para um mafioso terrível e tem passado dias miseráveis. Os abusos que sofre diariamente parecem intermináveis. Sua vida é um verdadeiro inferno, mas poderá ela encontrar alguma luz? #Contémgatilhos #+1...