EPÍLOGO

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ALGUM TEMPO DEPOIS...






Maya Pavlova


Assim que o Vincent me deu as costas eu saí correndo e me escondi atrás de uma árvore. Fiquei o observando de longe e meu bebê de dois aninhos, virou-se me procurando, erguendo a mãozinha minúscula fechada e apontando o indicador para todos os lados. Não me encontrando, ele caminhou com suas perninhas curtas em passos com tamanha lentidão.

- Vai, meu bebê. Você consegue. _O incentivo em um chiado de voz, agarrando no pingente de prata em meu pescoço onde dentro guarda sua foto e levo comigo a todo lugar que eu ando.

Vejo que as pessoas em sua volta passam por ele, olham curiosas e o ignoram completamente. Por puro reflexo fecho os punhos, porque na real eu deveria está tranquila e não tão nervosa.

Mas sei que diante dessa situação tem pessoas desumanas e que por está razão tantas outras pessoas morrem. Falta um olhar de humanidade nelas.

Momentaneamente, fico atenta e persistia aguardando tudo e vendo como meu pequeno se portava. Respiro fundo e é em uma moça ruiva que deposito todas as minhas esperanças. O que é de se esperar que aconteceria.

Ô Deus! Que nervoso.

Ela o olha, gira o corpo duas vezes procurando por alguém que chegasse antes dela e pegasse ele, não ocorrendo, em fim, ela se aproximou do meu bebê.

O Vincent sentou na calçada e a moça se agachou, alisando seu rosto e cabelos e, então, a emoção tomou conta do meu ser e eu choro quando meu filho retira um dos sapatos e entrega para a moça, que demonstra não entender absolutamente nada até finalmente avaliar o sapato com atenção e ver algo anotado no solado.

Trago o pingente aos meus lábios e depósito um beijo demorado, definitivamente orgulhosa.

De repente, com o meu número em mãos, ela retirou seu celular de algum lugar e o discou, levando o aparelho até a orelha.

Avistando o meu marido do outro lado da rua. O vidro do carro desceu automaticamente e a mão do antebraço que ele pousava na janela retirava seus óculos de sol.

Deu certo. Nosso filho havia apreendido a se comunicar caso precisasse de ajuda.

Por que?

Não sabemos o que pode acontecer.

Depois que tive meu pequeno era impossível não ter medo, qualquer cuidado era pouco. Pensando nisso, desde o seu primeiro aninho eu e o Gianluca vínhamos o ensinando atos simples como esse. Dessa forma, se a qualquer hora ele não nos vesse por aí, era só tirar o sapatinho com o meu número de celular e apenas entregar a pessoa que o socorreu, ela acabaria percebendo o número e entraria em contato facilmente.

Nessa vida que levamos temos que tomar precauções.

Nossa cria em momento crítico é bloqueado, tínhamos essa opção para dar a ele desde pequeno e se ele soube facilmente fazer algo tão complexo para os seus dois aninhos, já que criança, um bebê praticamente, esqueciam tudo rapidamente, o que acaba de acontecer prova para nós dois que podíamos continuar ensinando-o ao nosso modo, sem nunca ser invasivo ou destruir o seu desenvolvimento e apressar as coisas. Queríamos nosso filho tendo uma vida o mais normal possível, porém, em segurança, sabendo que podíamos localizá-lo em qualquer circunstâncias.

Eu e o Gianluca seguiríamos por esse caminho. Ter um filho nesse meio não é como colocar em uma bolha impenetrável, apesar de queremos realmente fazer isso. No entanto, não havia saída, o Vincent era herdeiro de duas máfias aliadas, o que levava ele a ser o centro das atenções e em consequência, facilitaria para nossos inimigos não pensariam duas vezes em nos atacar chegando nele.

LUZ NO INFERNO (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora