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Gianluca Rossi















A Maya me olhava embaraçada, enquanto eu limpava sua bagunça sem nenhum pudor.

— Não precisa fazer isso. _Tentou fechar as pernas e eu a repreendo com o olhar. — Isso já é meio deselegante, não? _Se ajeitou no banco. — Muito íntimo. _Reclamou descontente.

— Qual a sua lógica? Usar meus dedos para te dar prazer pode, agora usá-los para limpa-la não? _Paro para avaliar sua expressão ainda se recuperando e ela muda a atenção dos olhos, seu peito subia e descia muito rápido. — Não vejo nada de deselegante em limpa-la. Eu gosto de está a par de tudo e outra, você molinha, não consegue fazer nada disso e eu não vejo problema em te ajudar.

— Eu não sou um bebê. _Rebate.

Eu sorrio.

— Você é o meu neném. _Pisquei para ela e beijei seus joelhos, inclinando o corpo e guardando o lenço sujo no carro, mas tarde eu lembraria de joga-lo no lixo. Encontrando suas roupas, recolho e a ajudo a se vestir. — Olha pra mim? _Pego seu queixo e a observo, arrumando seus cabelos atrás da orelha.

— Meu rosto deve entregar o que acabamos de fazer. _Tocou as bochechas. — Estou pegando fogo.

— Olha para o teto do carro. _Ela atende e eu visualizo seu pescoço, odiando o fato de ver a porra das marcas dos meus dedos. — Você gozou.  _Digo, mas para mim mesmo que reconhecia que ela só se libertou porque a enforquei.

Que porra!

— Gianluca... Não fala essas coisas, o senhor me deixa mortinha de vergonha.

Semicerro os olhos e não controlo a risada.

— Você é uma graça, sabia? _Indago, passando o dedão na mancha em seu pescoço.

— Não rir de mim, eu vou ficar muito chateada. _Fez bico.

É um neném mesmo.

— Sim, senhorita. _Beijei seu nariz. — Está mais aliava?

— Muito mais. _Riu ligeiramente.

— Consegue chegar em casa?

— Eu não sou uma desesperada, tá bom. _Debateu.

— Coisa linda, você ficou molhada só em olhar para minhas mãos no volante.

Ela deitou a cabeça no banco.

— Eu não tenho argumentos para vencer. _Deixou as mãos nas bochechas. — Eu tive tesão.

Desço as minhas mãos e pacientemente fecho o botão da sua calça, subindo para limpar o suor da sua testa.

— Parece que correu uma maratona. _Brinco e sopro seu rosto.

— A culpa é sua. _Acusou-me afiada e impulsinou o corpo para olhar para trás. — Vamos embora.

Concordo e me afasto.

— Coloca o cinto. _A lembro e ela faz. — Quer que eu abra um pouco a janela ou prefere o ar condicionado?

— A janela.

Faço e desço os vidros, dando seta e avançando a estrada, avistando do retrovisor os soldados me seguindo.

— O que achou?

— Bem bom, eu não sabia que dava para colocar os dedos...

A encaro. Ela me olha e parece confusa.

— Estou me referindo a consulta.

LUZ NO INFERNO (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora