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Maya Petrov









— Boa noite, família. _Ouço a voz do Gianluca e me viro, vendo-o retirar o terno e o dobrar no braço. Eu o visualizo e estranho sua roupa. A camiseta que ele usava não era a mesma de quando saiu assim que chegamos de viagem.

— Boa noite, querido. Dia cansativo? _Minha mãe levantou-se e foi cumprimenta-lo. Ela chegou minutos depois que ele saiu de casa, sequer se viram.

Os observo e meu coração erra as batidas. Minha mãezinha e o homem que sou completamente apaixonada, os dois juntos, no mesmo espaço. Que satisfação tremenda.

A mulher que me deu a vida.

E o homem que me devolveu a vida quando eu acreditei que havia morrido por dentro.

— Nada que eu não esteja acostumado. Bom vê-la novamente, seja bem vinda. _Ele sorriu gentil e passou por ela, vindo de encontro a mim. — Como você está? _Antes de ele abrir a boca eu já sabia perfeitamente que seria essa a sua pergunta. É sempre extremamente prestativo. Ele também me estendia a mão e um sorriso ainda mais espetacular.

— Caraca, pensei agora em você. _Conto, alegremente.

Seus olhos azuis semicerraram. Por que tão lindo, Deus?

— Só agora? Eu pensei o dia todo em você.

São essas coisas que fazem festa em minha barriga. Eu sentia criar dentro de mim uma junção maravilhosa de sentimentos positivos. Algo que não se descreve, apenas sente.

Eu estava verdadeiramente e definitivamente apaixonada por ele.

Essa nossa viagem só me confirmou isso.

Eu nunca estive tão feliz e completa em toda minha existência.

E eu estava muito segura quanto ao que eu sinto. A terapia só tem me ajudado a decifrar as coisas e colocar cada pensamento no lugar, devagarinho os lados do cubo estava magicamente se encaixando no seu devido cantinho.

— Ela passou...

De pressa, encaro a minha mãe, a impedindo de continuar a frase e me levanto, o abraçando e negando meramente com a cabeça, remexendo os lábios discretamente em um "não" sem voz em sua direção. Minha mãe era muito fofoqueira.

Deus é mais!

— Eu passei numa loja. _Falo, mas oculto o motivo de ter passado na tal loja. De repente, sua mão é bem vinda no meu rosto e eu ganho meu beijinho na testa de cada dia. Noto que ele parece não dar importância e não desconfia, e nem precisa desconfiar, eu realmente entrei numa loja de roupas, mas foi porque eu tive uma queda de pressão e precisei me sentar e tomar uma água para não desmaiar.

Senti uma dor de cabeça forte? Também senti. Mas o que tem demais nisso? pessoas passam mal. É normal do ser humano. Não foi nada demais e não tem porque preocupa-lo com isso.

A verdade é que pra comprar, eu não comprei nada. Minha mãe e a senhora Andrea até me atentou pra passar numa loja de peças íntimas e escolher algo para usar com o meu marido e "apimentar a relação".

LUZ NO INFERNO (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora