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Gianluca Rossi












— Tem certeza senhor? _Meu advogado questionou.

Eu analisava o papel em mãos e concordo, guardando-o na pasta.

— Absoluta. _Me coloco de pé e gesticulo para a porta. — O acompanho.

Olho entre o corredor e escadas e como é tarde da noite, acredito que a moça esteja no quarto dormindo ou tentando. Às pressas, chego a porta e abro-a.

— Tenha uma boa noite. _Tocou o peito e meramente se curvou. Assinto e espero ele sair e fecho a porta.

Eu não vou arriscar perde-la para um traidor.

Farei o que tiver ao meu alcance.

Torno ao meu escritório, pego a pasta e uma garrafa de whisky. Saio do escritório e sigo pelas escadas, subindo e entrando no quarto.

Também não vou ficar dormindo lá embaixo. Sinto uma necessidade de está por perto.

Deixo a pasta em um móvel e saio do quarto, ainda com a garrafa na mão.

— Maya? _Chamo-a e dou batidas na porta.

— O que você quer?

Você.

Estou surpreso, admito.

— Abre pra mim. _É incontrolável o sorriso. A conotação sexual no pedido foi gritante.

Em fim ela abriu a porta e eu me afastei, avaliando-a de cima abaixo. Que pijama ridículo. Chego a atenção em seu rosto e timidamente ela faz careta.

— O que é isso? _Apontou para a garrafa.

Eu olho e rio.

— Você é bem curiosa. _Mostro a garrafa. Visualizando sua expressão, vejo que ela empalidece. Certamente sabe a que me refiro. — Você bebe? _Quero saber.

— Não. _Negou.

— Mas já bebeu? _Desconfio e elevo uma sobrancelha.

— Já.

Olha lá....

O que mais essa moça esconde?

Quer beber comigo no meu quarto? _Encosto no batente da porta.

Seu olhar é abismado.

— No seu quarto? _A voz soou trêmula.

— É.

Ela riu e balançou a cabeça em negativo.

— Isso é inacreditável. _Ficou descrente e veio bater a porta em minha cara.

— Ei, para com isso. _Reclamo e empurro a porta. Ela se distância e eu me desaponto. — Estou apenas sendo bom com você e te convidando para se divertir comigo.

— Divertir como? _Empinou o nariz, estufando o peito.

Valente.

— Conversar, rir, falar da infância. Qualquer merda que nos faça esquecer nossos demônios.

— Eu sei bem sua pretensão para comigo. Não sou burra. _Rebateu.

— E qual é?

— Me embebedar e levar para cama.

É a minha vez de achar isso um absurdo. Eu nego com veemência.

— Eu tenho a mulher que eu quero, quando eu quero e na hora que eu quero. Eu não me sujeitaria a algo tão baixo, pode não parecer, mas eu tenho princípios. _Faço um charme e finjo estar ofendido, distanciando. — Você é ingrata. _Brinco e a dou as costas, indo para o meu quarto e encostando a porta.

LUZ NO INFERNO (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora