Maya Petrov— Por que está olhando para a porta o tempo todo? _O diabo bondoso questionou, intrigado.
Ele já desconfiava.
— Não é para a porta. Estou contemplando a decoração do restaurante. _Minto. — É muito chique aqui.
— Isso não importa.
— Já pensou na boate que irá me levar? _Pergunto curiosa e ele assente.
— Hoje é um dia movimentando. Estará cheia. Você não se importa?
Rapidamente nego.
Esse é o plano. Que esteja tão cheia que eu possa me perder de sua vista por alguns minutos.
— Não. Eu só quero dançar e esquecer da vida por algum momento. _Bagunço o espaguete no prato, planejando como irei fazer para vê-lo.
— Está sem fome?
Ergo os olhos e faço careta.
— Oi? _Desentendo.
— Perguntei se está sem fome. _Remexeu na cadeira e arrumou a gravata dentro do terno impecável e sob medida. Ele combinava tanto com essas roupas nada casual.
Parecia o príncipe do inferno.
— Estou apenas ansiosa. _Sorrio.
— Não ficaremos até tarde da noite na rua. Só dois soldados nos acompanhou. Não posso te colocar em perigo.
— Tudo bem. Eu só quero ir mesmo para a boate. _Afirmo e espeto o macarrão, angustiada.
Eu preciso vê-lo.
***
A boate estava realmente sem espaço sequer para passar, como o Gianluca era conhecido, não precisamos pegar nenhuma fila e logo entramos na casa.
A música eletrônica exageradamente alta doía os meus ouvidos.
— Você ficará o tempo todo por perto. _O diabo bondoso murmurou em meu ouvido e me arrastava pelo braço. As pessoas que o impedia de passar, ele as empurrava e não se desculpava. Era um brutamonte. No balcão, ele puxou um banco de ferro e me trouxe para se apoiar nele. — Ninguém te machucou? _Me olhou nos braços e eu sorrio. Em fim, nego. — Quer alguma coisa?
— Estou muito apertada. _Minto. — Preciso urgentemente fazer xixi.
Ele me olhou nos olhos e em seguida para a muvuca.
— Eu te levo.
De pressa, me afasto antes que ele me tocasse na cintura. Ele franzio o cenho.
Maya, seja menos geniosa.
— Não precisa. Eu vou sozinha. _Finjo o sorriso e aproximo dele, usando as costas da mão para acariciar seu rosto simétrico e perfeitamente bonito. — Confia em mim, por favor.
— Maya...
— Eu só vou ao banheiro.
Ele espalmou uma mão em minha orelha e olhou novamente para a muvuca.
— Se demorar eu vou atrás.
Eu concordo plenamente e me afasto, saindo entre as pessoas e enfiando as mãos em meus seios, pegando o celular da Donatella e o ligando.
Depois de se informar onde era o banheiro feminino com algumas mulheres, entrei no mesmo e fui até dentro de uma cabine, procurando o número do Dante e ligando para ele.
Quando a Donatella disse que tinha o número dele, eu não acreditei e ela ligou para ele na minha frente, nos falamos e ela me deu seu celular.
Eu e o Dante finalmente temos mantido contato.
— Maya?
Ouço um barulho exacerbado detrás da linha.
— Onde você está? _Pergunto.
— No banheiro feminino.
Cresço o sorriso e abro a porta. Coloco o rosto para fora e ele está encostado na pia, sorrindo e com o celular na orelha.
Desligo o celular e o chamo com a mão. Ele olha entre os lados e vem para dentro da cabine compartilhar do mesmo espaço que eu.
— Posso te abraça com força? _Perguntou e abriu os braços.
Eu sacudo as mãos, não aguentando não sorrir e pulo em seu corpo, o abraçando forte e quase flutuando.
— Que saudade que eu estava. _Me emociono e preciso abanar os olhos para que as lágrimas não escapem dos meus olhos.
— Deixa eu ver você. _Segurou meu rosto.
Eu roo a unha e ele me observa com lentidão. Eu não gosto quando ele para a atenção em meus seios e os cubro, muito constrangida.
— Te bateram? _Me preocupo ao ver um hematoma em seu pescoço. — Quem fez isso com você? _Aproximo e fico na ponta dos pés, tocando seu pescoço. — Está doendo?
Ele me encara e toca a mão sobre a minha, pegando-a e trazendo até a boca, depositando um beijo demorado no dorso.
— O que mais me dói é você está com ele. _Confessou e eu senti tristeza na voz.
— Ele é um homem bondoso. _Digo.
Ele nega no automático.
— Maya. Ele só quer te comer, não seja ingênua. Ninguém daquela família se importa com você.
Puxo minha mão da sua boca.
— Não. Para com isso. Ele se importa sim.
— Para de ser burra. _Gritou. Eu pisco os olhos e as lágrimas que lutei para segurar, deslizam. — Não lembra mais o que te fizeram? Seu lugar não é ao lado dele ou de gente como ele.
— Ele me salvou, Dante. Eu devo minha liberdade a ele.
— Te salvou mesmo? Porque tudo que vejo é que você está presa a ele.
— Eu não devia ter te contado sobre o contrato.
— Não mesmo. Isso me chateou muito. Você entregou sua vida ao diabo.
— Dante, eu nunca poderei ser feliz depois do que me aconteceu. Tudo bem eu ficar com ele. Ele me dá segurança.
— Por que me chamou então?
— Você é meu amigo.
— Eu não quero ser seu amigo. Eu quero que você suma dessa desgraça toda. Maya. _Agarrou meu rosto. — Corre pra felicidade garota.
— Não sei onde ela está.
— Procura.
Ele me abraçou novamente com muita força e ficamos assim, em silêncio, apenas sentindo o cheiro um do outro. O dele era tão bom.
Minutos depois nos despedimos e saímos da cabine. Eu arrumava o celular nos seios quando ergui os olhos e vi o diabo bondoso me olhando com tudo, menos com bondade.
Na verdade, seu olhar era como de alguém que iria fazer a Itália toda sangrar.
CONTINUA...
Eu olho pra esses 3 e só vem algo na cabeça
3zal kkkk parei
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LUZ NO INFERNO (1)
ChickLitROMANCE DARK Maya foi vendida pelo próprio pai para um mafioso terrível e tem passado dias miseráveis. Os abusos que sofre diariamente parecem intermináveis. Sua vida é um verdadeiro inferno, mas poderá ela encontrar alguma luz? #Contémgatilhos #+1...