Capítulo 14

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DIA SEGUINTE...

Acordei lentamente, olhei em volta e percebi que já estava em meu quarto. Mas... como? Eu me lembro de ter adormecido no sofá, será que dei uma de sonâmbula e parei aqui? Me levantei bocejando, olhei no relógio da parede, já passava da hora do almoço.

Caramba! Dormi isso tudo mesmo? Suspirei e a fome me invadiu. Entrei no banheiro, fiz minhas higienes matinais e resolvi descer para tomar café/almoço. Pietro avisou que não estaria, ele estava indo pra faculdade, terminar sua graduação. Que merda de inveja que senti dele! Queria tanto voltar a estudar, ser útil em algo e não me sentir parte dos móveis da casa, como estava sendo ultimamente.

Desci a escada quase correndo e quando fui descer os dois últimos degraus, eu tropecei. Uma mão firme com veias saltadas me segurou, encarei o dono daquela mão e estremeci. Andrew me encarou. Ele estava sem camisa, usando uma bermuda que lhe caia bem em seu quadril. Andrew estava bem suado. Presumi que estava malhando, como sempre fazia.

— Petulante, desastrada, por pouco não se machuca! Sabe que tem que estar intacta para o jantar de hoje! — Ergui a sobrancelha e encarei sua mão que ainda me segurava, ele finalmente me soltou e eu suspirei.

— Nossa! Quanta preocupação com a minha saúde! Obrigada por ser tão preocupado! — Andrew travou a mandíbula e apertou seu olhar escuro sobre mim, estremeci. Eu sabia que não devia brincar com o diabo, mas me dava raiva esse jeito ogro dele.

— Esteja bem apresentável mais tarde, o jantar será formal em um restaurante de alto padrão! Quero que banque uma de atriz e finja estar loucamente apaixonada por mim! É um jantar de negócios e é importante que vá comigo, como se fosse minha... namorada. — Olhei pra ele com certo desdém e ao mesmo tempo exasperada. Como ia fingir um sentimento que não existia? Eu só conseguia sentir desprezo e repulsa! Porra... bancaria uma de atriz. Assenti em silêncio para não piorar as coisas. Andrew me deu uma última olhada obscuramente e subiu a escada. Respirei aliviada e guiei-me para cozinha, estava faminta.

HORAS MAIS TARDE...

— O que vestir em um jantar chique? — Olhei as opções que não eram poucas dentro do closet. Era dos sonhos de qualquer mulher esse closet lotado de roupas de grife. Eu estava de roupão, mas já tinha feito a maquiagem e os cabelos no qual eu fiz cachos na ponta.

Quando a porta do meu quarto abriu. Andrew entrou com aquela cara fechada de sempre e eu me assustei. Espero que ele não me irrite agora, ficar perto desse homem me deixava intimidada, sempre com medo do que ele pudesse ser capaz de fazer. Andrew já estava pronto, usando uma blusa branca de botões com as mangas levantadas até a altura do cotovelo, e uma calça social. Seu perfume amadeirado invadiu meu quarto.

— Ainda não está pronta? — Fiz que não com a cabeça assustada. Ele bufou impaciente.

— Certo! Deixa-me escolher uma roupa pra você, já que nem isso você sabe fazer! — O que ele quis dizer com "nem isso você sabe fazer?" Dei espaço para ele passar para o closet. Rapidamente ele alcançou um vestido godê roxo, que ficava caído no ombro, e a frente do vestido era mais curta que atrás. Ele apanhou uma linda sandália preta de tiras e me entregou as vestimentas.

— Se vista! Vou esperar lá embaixo! — Assenti novamente em silêncio, apanhando a roupa e a sandália de sua mão. Rapidamente me vesti, calcei o par de sandálias, e me encarei no imenso espelho. Eu estava linda! Não estava de se jogar fora. Minhas pernas torneadas em evidência devido ao comprimento do vestido na frente, estava faltando algo... olhei para a caixinha de joias e tirei uma gargantilha de dentro. Pronto! Agora sim! Girei em frente ao espelho gostando do que vejo.

Apanhei uma bolsa pequena de mão preta, coloquei o batom clarinho no caso de ter que retocar e fui encontrar com o Sr. Ogro na sala. Eu até que estava animada por um lado, finalmente depois de dias veria e sentiria o cheiro da rua, já que vivia presa.

[...]

No caminho para o restaurante, fomos em silêncio. Como sempre, não tínhamos assunto. Quando chegamos ao estacionamento, o mesmo procedimento daquela noite na festa. Andrew abriu a porta como um perfeito cavalheiro que ele não era e apanhou minha mão entrelaçando na dele que cobria praticamente minha mão toda. O olhei estranho e ele aproximou sua boca em minha orelha.

— Não se esqueça de fingir, a namorada perfeita e amorosa... — Assenti bufando e Andrew começou a caminhar comigo lentamente para dentro do restaurante.

Era realmente muito luxuoso. Estava cheio de pessoas de nariz em pé. Andrew olhou o local como se procurasse algo e começou a caminha comigo de mãos dadas, tentei demonstrar uma cara de felicidade que não existia e uma coisa bateu dentro de mim. Será que em toda alta sociedade é assim? Relacionamentos por aparência? Nossa que vida triste. Prefiro ser pobre mesmo a ter que viver assim... o que eu estou falando? Eu já vivo assim! Suspirei e nos aproximamos em uma mesa onde havia dois casais bebendo, conversando e rindo. Andrew sorriu para eles.

— Olá, boa noite! — Ele disse com toda educação no mundo, se essas pessoas soubessem...

— Boa noite, senhor Vitale! Estávamos aguardando ansiosamente! — Um senhor vestido elegantemente disse muito simpático. Andrew assentiu.

— Eu estava esperando a minha namorada ficar pronta, a propósito. Lhes apresento, Emily Foley, minha namorada. — Andrew sorriu para mim docemente e eu fiquei embasbacada, mas logo ele retornou a um olhar sombrio rapidamente. Entendi que era pra virar atriz naquele momento.

— Ah! Olá a todos! — Apertei a mão de cada um ali que me encaravam embasbacados.

— Finalmente sr. Vitale! Até que enfim arrumou uma namorada e foi certeiro! Muito linda ela! — Uma senhora disse docemente e eu sorri sincera para ela, já que o babaca nunca me elogiava. Pelo menos ouviu alguém me elogiar, e nem era homem. Olhei para Andrew dando um sorriso sínico e ele fitou meus olhos se virando para mesa e puxando uma cadeira para mim.

A Prometida: Uma Proposta Irresistível - CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora