Capítulo 50

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Finalmente o Uber havia chegado. Entrei e dei logo o endereço. Já começava a nevar. Fui o caminho todo em silêncio e um caos em pensamento. 

O que Andrew pensa a final? Ele achou mesmo que eu ficaria com esse presente? Se nem os outros de menores valores eu quis. Rapidamente me dei conta de que tinha chegado. 

Paguei a corrida e desci. Olhei para o condomínio e entrei, praticamente correndo. A nevasca começava a aumentar. Rapidamente cheguei ao enorme portão de ferro da mansão dos Vitale. Um dos seguranças logo me reconheceu me deixando entrar.

— Senhorita Foley, bem-vinda!

— Obrigada, sabe me dizer se o seu patrão está aí?

— Está sim, senhorita. — Assenti rapidamente e entre feito um furacão. A cada passo que eu dava me aproximando daquela casa aonde foi palco do meu momento de horror e também de paixão, meu coração saltava firmemente. 

Quando cheguei na porta eu abri sem pensar duas vezes. Um certo medo e ciúmes me corroeu a mente, e se Andrew estivesse com uma de suas putas dentro dessa casa? Quer saber, dane-se. Eu precisava confronta-lo. 

Entrei na sala e estava vazia. Por um breve momento me senti perdida dentro daquela enorme casa. Aonde Andrew poderia estar? Caminhei pela cozinha, sala de jantar, até mesmo fui até o lado de fora na academia, sei que ele costumava se exercitar pela manhã, mas fui até ali de teimosa, eu não queria procura-lo naquele seu ultimo cômodo. Seu quarto.

Não tinha jeito, eu tinha que ir lá. Uni toda a coragem e a força de vontade, eu tinha medo, medo de ter uma nova recaída. Seja firme Emily! 

Subi a escada, passando pelo corredor e fiquei de frente ao meu antigo quarto, poderia ter batido qualquer sentimento de aversão, mas pelo contrário, bateu saudade... Suspirei firme, decidi continuar caminhando até a próxima escada. 

Quando cheguei no terceiro andar, me deparei com a porta do quarto de Andrew meio aberta, fiquei receosa. Mordi a ponta da unha de nervoso, não sabia se batia, se entrava... Respirei fundo e bati. Uma voz rouca e grossa ressoou.

— Entra, Pietro! — Merda, Andrew achava que era Pietro. Suspirei novamente colocando a mão na maçaneta abri lentamente a porta e percebi que o quarto de Andrew estava aquecido. 

Quando dei por mim, fixei meus olhos no abdômen nu de Andrew. Ele estava cheirando a sabonete masculino, seu peitoral nu e seu quadril apenas vestido com uma toalha branca enrolada. Tentei não morder os lábios de excitação. Não poderia fraquejar, senti o olhar de Andrew cair em mim, finalmente olhei seus olhos. Ele estava surpreso e soltou um sorriso encantador.

— Emily! Finalmente... — Respirei fundo e ele se aproximou.

— Não se aproxime por favor. Eu só vim por uma coisa. — Andrew arqueou a sobrancelha e coçou a barba.

— O que? Não é possível que veio aqui à toa. Admita que sentiu saudades e quis me ver... — Andrew veio se aproximando perigosamente com aquele olhar envolvente. Eu me afastei rapidamente caminhando até a enorme janela de vidro, olhando a neve cobrir o terreno.

— Andrew, que palhaçada foi aquela de me dar um carro de presente, você ficou louco o que? — Andrew passou a mão no cabelo e franziu o cenho.

— Não posso acreditar que não gostou do presente e quer devolver? Emily! Eu já não sei mais o que fazer para te conquistar! Sinceramente minha paciência está acabando. — Bati o pé no chão empinando o nariz de raiva.

— Você é inacreditável Andrew! Acha mesmo que todos esses bens materiais me conquistariam? Acha que pode me comprar com presentes caros? Então realmente você não me conhece direito! — Andrew deu um sorriso indignado.

— Você é a única que até hoje negou um presente meu, você é um ser bastante peculiar. Sinceramente...

— Droga Andrew! Você não percebe? Não quero nada seu, nada que venha do dinheiro, não é com isso que você vai me conquistar novamente. Nada disso! Só preciso que prove seu amor por mim! É só isso! — Andrew com raiva caminhou até a cômoda apanhando uma cueca e bateu a gaveta com força me fazendo estremecer.

— Porra, Emily! É tudo que eu tenho feito ultimamente! Tentar demonstrar essa porra de sentimento que sempre anda me corroendo. Maldita hora que me apaixonei por você. Eu fraquejei e agora estou aqui! Que nem um idiota atrás de você, comprando presentes, tentando fazer você entender que você é minha! — Senti meus olhos lacrimejarem, a cada fala de Andrew meu coração se contorcia, ele é tão idiota, o que significa amor pra ele?

— Você é um imbecil! Um bastardo idiota! É melhor que pare de tentar! Eu não quero nada que venha de você, não desse jeito. Agora se continuar com essas coisas, por favor, me esqueça de uma vez. — Comecei a caminhar para sair dali, Andrew tentou me segurar me chamando, mas me desvencilhei dele.

— Emily! Emily, espera! Emily! — Andrew gritava, mas eu não estava nem um pouco afim de ouvir. Rapidamente desci a escada e quando ia descer a próxima, senti o puxão que Andrew deu em meu braço, fazendo colar nossos corpos. Eu estava ofegante devido a pequena corrida, e também por estar tão próxima ao seu corpo seminu.

— Me solta, Andrew... — Pedi fracamente tentando não olhar em seus olhos, com medo de me perder em seu olhar e acabar cedendo feito uma idiota, mais uma vez.

— Me fala Emily, diga pra mim que você me pertence, que ainda é minha e de mais ninguém, não posso e não quero acreditar que aquele imbecil maconheiro possa lhe ter. Eu não posso acreditar que a única maneira que eu posso ter você é te forçando a ser presa a mim, e eu não quero mais fazer isso, Emily! Eu quero que você se entregue para mim da forma que tem que ser... Mas se você não me quer, eu vou matar minha alma mais uma vez, mas vou ter que aceitar. Não posso mais viver assim, eu não sou um cara romântico, nunca amei ninguém na vida, nunca soube o que era essa porra de amor, sempre acreditei que ele só serve para nos auto destruir, e cada dia que passa, essa metáfora cada vez mais passa a fazer sentido pra mim. Uma só palavra e eu acabo com isso de uma vez. Me diga Emi, você ainda é minha? — Segurei o choro que começava a querer apossar-se de mim. Não poderia aceitar Andrew assim, ele me feriria mais uma vez, Andrew não sabia o que era amar de verdade. E eu já estava cansada demais para ter que ensina-lo, levando golpes no peito por ele.

— Não, Andrew, eu nunca fui sua. — Falei finalmente quase inaudível, mas ele ouviu, me soltou lentamente e se afastou com uma expressão ininteligível. Meus olhos formaram uma poça d'agua.

— Certo, seja feliz então. — Assenti.

— Desejo o mesmo a você. — Andrew soltou uma risada triste e inconformada.

— Meu destino é só viver na escuridão, Emily. Acabei de crer isso. Adeus! — Andrew se virou de costas e começou a caminhar no sentido contrário, ele ia voltando para o quarto, eu queria correr atrás dele, agarra-lo e beija-lo demonstrando em cada beijo o amor que sinto por ele, mas definitivamente eu não podia...

Desci a escada de pressa e chorando. Quando eu estava saindo encontrei Pietro e Jess. Eles me olharam preocupados vendo minha face de choro.

—Nós íamos comemorar, mas ficamos preocupados com você e decidimos vir aqui. Então,  Emily o que aconteceu? — Pietro perguntou e eu sequei uma lágrima que escorreu teimosamente.

— Nada, eu só preciso ir... — Eu disse saindo dali o mais rápido possível. Não podia ficar mais nem um minuto naquela casa que me trazia diversas lembranças. Tudo estava acabado, entre Andrew e eu.

Já na rua esperei no ponto de táxi, sentindo as minhas lágrimas escaparem com força. Rapidamente um táxi surgiu e eu apanhei indo de volta para casa. 

No caminho todo eu só chorei, o taxista parecia indiferente a isso, talvez ele estivesse acostumado a pegar passageiros com corações partidos...

A Prometida: Uma Proposta Irresistível - CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora