Capítulo 60

12.5K 863 36
                                    


Entro em seu quarto, minhas pernas estão um pouco bambas, como se fosse um encontro a primeira vez com um cara que eu amo, pena não ser isso...

Andrew tranca a porta e eu olho pelas paredes de vidro, Las Vegas brilhando ao longe. Me sento na beirada da cama. Não consigo ficar de pé, preocupada...

— E então? — Pergunto sem conter minha ansiedade. Andrew bufa, se aproxima e se senta ao meu lado me olhando pensativo.

— Eu não sou esse monstro todo que você imagina... Eu... — Ele suspira.

— Quando eu era mais novo, eu tive um sonho, o sonho de me tornar agente do FBI. Mas devido ao meu psicológico abalado, infelizmente, não passei no teste psicológico... — Andrew coça a sobrancelha com as pontas dos dedos. 

— Esse sonho começou quando o meu pai participou de uma compra de uma empresa, uma empresa de investimentos, só que ela era especializada em notas frias, mas ele não sabia. Minha falecida madrasta que o influenciou, para ter ganho mais rápido, com as ações, como se a empresa de fato, fosse séria e legalizada... Até que um dia o FBI bateu em nossa casa e levou o meu pai. Mas graças ao seu advogado, ele conseguiu sair da prisão em uma semana, provando sua inocência. Eu fiquei enojado em saber que existiam empresas que se davam bem as custas dos outros... Eu não queria nem mesmo saber do cassino. Então estudei, focado em me tornar um agente, infelizmente não passei no teste. Deixei isso de lado, apesar de ser um sonho. Meu pai veio a morrer e por meio do cassino, consegui contatos com diversos tipos de gente. Inclusive de empresários metido a espertões. Comecei a pesquisar como eu poderia ajudar a o FBI a desarticular quadrilhas, empresas metidas em coisas ilegais etc..., com o Cassino, consigo me infiltrar em algumas empresas, ganhando ações através dos devedores que me pagam, dando parte de seus negócios. — Olho boquiaberta para Andrew, ainda sem entender direito.

— Eu coleto toda a informação que preciso das empresas e se elas forem ilegais, eu as denuncio para o FBI, entregando todos os documentos necessários... sou um tipo de informante, ou "agente voluntário". Quando as empresas têm boa reputação, eu continuo minha parceria com elas, caso contrário, eu as destruo. Mato dois coelhos com uma cajadada só, virando um tipo de agente voluntário e vingando assim, o nome do meu pai que se manchou em manchetes tendenciosas... Inclusive eu consegui acabar com essa empresa que sujou a honra do meu pai. Até mesmo a empresa de Leon, passou pelo meu "pente fino". Mas Leon tem hombridade, sua empresa é totalmente legal, não possui falcatruas. — Olho boquiaberta para Andrew sem acreditar, então ele tomou posse da empresa de meu pai, será que encontrou algo ilegal?

— Mas... você ameaça de morte as pessoas que lhe devem... — Andrew bufa olhando perdido para o nada.

— Sim, Emily! Se eu não ameaçar, eles não pagam! Quem frequenta cassino, é fadado a querer passar a perna nos outros. Eu não posso me acovardar, ou me sensibilizar com cada historinha contada. Joga quem quer, vicia em jogatina quem quer, nenhuma vez fui à casa de alguém influenciar a jogar em meu Cassino. O máximo que faço com esses viciados é pesquisar sua vida, apanhar o que me convém e se for algum charlatão barato e principalmente se me deve, como esse último que você presenciou, eu os mando para a cadeia, depois de uma boa surra para aprenderem a serem homem, se não podem se sustentar em jogatina, deixando a família na falência, que ao menos seja homem de verdade e saia dessa vida. — Fico perplexa olhando Andrew dizer isso de uma forma fria e calculista. 

— Por isso que nem Pietro sabe desse meu esquema com o FBI, eu posso colocar a vida dele em risco, como contando isso a você, posso colocar a sua também. Sempre agi de uma forma silenciosa para não correr risco. Espero que não conte nem mesmo para sua alma.

— É claro que não contarei a ninguém, isso é algo muito sério, Andrew, jamais eu colocaria você em risco. Mas você diz que passa o "pente fino" nas empresas. E a empresa de meu pai que você tomou? — Andrew coça a cabeça.

— Estou cuidando dela. Não vi nada de ilegal, e como ela me pertence temporariamente... — Franzo o cenho sem entender.

— Como assim, temporariamente? E por que me fez de sua prisioneira, Andrew? — Ele bufa.

— Já expliquei. Você tem um pouco da aparência daquela maldita... não gosto de lembrar. Eu quis me vingar de alguma forma como se você fosse ela. Eu nunca fiquei em meu estado normal Emily, eu sofri um baque em minha vida tão grande que destruiu meu psicológico. Queria ser como Pietro, que é leve, curte a vida de uma forma simples, é romântico, dedicado... não é tão desconfiado quanto eu, contra o mundo. Mas não consigo. Eu sinto um bloqueio com isso... — Suspiro o olhando a apanho sua mão.

— Andrew, você cada vez mais tem progredido. Não se ache menos que isso, cada dia você se supera... — Ele dá um sorriso carinhoso. 

— Mas por que disse que a empresa é sua temporariamente? Pretende vende-la? — Ele dá outro sorriso dessa vez estranho. Sinto um aperto em meu peito, meu pai lutou tanto para ter essa empresa e no final acabou perdendo para o vício do álcool e da jogatina.

— Vende-la não, mas devolver ao dono. Estou esperando-o se recuperar dos vícios, para assim devolve-las assim que ele sair da clínica de reabilitação, claro que devolverei sob minha vigilância, até ter certeza em que posso confiar de dar toda a ação para ele, da empresa novamente. — Olho para o homem que eu amo surpresa e admirada.

— Está dizendo que vai devolve-la ao meu pai? — Ele sorri levemente.

— Sim, meu amor, é o mínimo que posso fazer, depois de ele ter me dado você de presente para minha vida. — Meu coração bate com força, sinto explosões de fogos de artificio dentro de mim. Andrew não era como eu pensava, e ainda parecia estar melhorando como pessoa, sua maior prova, devolver o que tomou da minha família que foi destruída com a maldição do vício do álcool e jogatina.

— Andrew, eu te amo tanto! — Digo emocionada e ele sorri pegando minha mão.

— E então, ainda aceita ser minha noiva? — Me jogo em seus braços o derrubando na cama e ele sorri.

— Mas é claro! Por mim nos casaríamos agora! Tenho a mais pura certeza que você é o homem da minha vida! — Ele sorri acariciando meu cabelo.

— Também tenho certeza que você foi prometida para mim desde a muito tempo. Entrou na minha vida para me devolver a paz e a leveza da vida. Te amo, Emily Foley! — Andrew ataca meus lábios e o clima começa a esquentar, mas só consigo chorar, chorar de felicidade, em saber que eu não estava totalmente errada me apaixonando por Andrew Vitale... 

A Prometida: Uma Proposta Irresistível - CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora