Capítulo 30

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Com ódio de mim mesmo por ter sido fraco, arremessei a garrafa pra longe soltando um som gutural e me deitei com tudo na areia branca da praia, fechando os olhos, sentindo a dor do passado apertando e massacrando meu peito e minha alma, de repente senti um corpo leve, macio e quente subir em mim, abri os olhos e vi aqueles olhos me olhando de uma forma intensa. Os cabelos loiros caídos ao redor de nós dois, fazendo uma cortina.

— Do que tem medo Andrew? Eu, deveria ter a alma quebrada, porque meu pai me ofertou como se não se importasse, eu deveria ter medo, porque você me aprisionou a você. Mas não, quanto mais o tempo passa, mais louca por você eu fico. O que você tem que aquece meu corpo, minha alma? Eu estou ficando perdidamente apaixonada por você. — De repente senti seus lábios macios e gelados tocarem os meus, fazia frio na praia, o vento balançava aqueles cabelos deixando-a mais linda. Meu corpo despertou em contato ao dela.

A petulante me beijou de uma forma calorosa e eu cedi ao beijo, cedi novamente ao momento, e eu sabia que estava mais que fodido por ela desde o momento que eu a deixei me beijar pela primeira vez...

Me ergui a colocando na areia e aprofundei meu beijo, tomando Emily para mim, ela cedeu a cada movimento do meu corpo ao seu, a cada invasão da minha boca na sua... Parei o beijo quando nos faltou o ar e colei nossas testas em um profundo silencio. Por fim, resolvi falar;

— Como eu queria acreditar, Emily, queria acreditar em tudo que me diz, mas não é possível. Eu não consigo, me desculpa. — Me levantei dela em silêncio e vi seu olhar decepcionado em seu rosto.

Eu a queria, sim a queria muito, mas eu não queria arriscar e ser arruinado, aquele maldito pesadelo era algum aviso. Eu não ia arriscar mais. Me levantei e a ajudei a levantar, voltamos caminhando para casa de sua mãe, eu precisava descansar um pouco, afinal pegaríamos a estrada bem cedo.

O trajeto todo foi em silêncio. Era melhor assim, antes de chegarmos ao apartamento, tiramos a areia grudada em nossas roupas e fomos dormir, eu preferi deitar na sala, não era muito confortável, mas eu não queria mais uma aproximação com a Emily, com a petulante. Ela estava sendo um caminho sem volta, eu tinha que parar antes que fosse tarde demais.

[...]

EMILY FOLEY

Finalmente chegamos em Las Vegas, eu e Andrew, não trocamos uma palavra se quer, eu estava profundamente magoada, chateada e com raiva de mim mesma, porque eu me declarei para ele? No fundo eu queria ser correspondida, mas não foi bem assim, Andrew não sente nada, e eu estou perdidamente louca por ele.

Por que as coisas tinham que ser tão difíceis? Por que Andrew, tinha que se bloquear tanto!? Esquece, Emily, Andrew nunca vai mudar e ele nunca vai ficar com você da forma que você anseia.

Quando coloquei o pé em casa, corri subindo a escada, eu não queria ficar perto de Andrew, eu me sentia uma completa idiota por ter me aberto pra ele, a troco de nada. Abri a porta do quarto e me joguei na cama, a viagem foi exaustiva, eu acabei adormecendo... Queria arrancar Andrew do meu coração, ou seria minha arruína, Andrew era uma alma sem salvação, eu jamais teria dele o que eu precisava.

DOZE DIAS DEPOIS...

Passaram-se doze dias, Andrew me ignorou completamente esses doze dias, me tratou indiferente e voltou a trazer a maldita Danna para casa, não só ela, como outras desconhecidas, fazendo-me sentir humilhada novamente, além da humilhação, ainda tinha o ciúme.

Eu não tinha mais Andrew, ele não queria mais me tocar, me ver, e preferia a companhia de outras, teria Andrew enjoado de mim?

Hoje sexta feira, vou pedir a Andrew, para me liberar para sair com Jess. Preciso espairecer a cabeça, cansada de ficar trancada aqui, ouvindo os gemidos dessas mulheres, ouvindo elas sentirem o ápice que Andrew é capaz de oferecer a qualquer mulher.

Terminei de uma arrumar, coloquei meus óculos de grau e desci a escada, Andrew já estava saindo com sua roupa habitual para uma malhação, e eu o chamei. Ele se virou de forma desdenhosa e me encarou.

— Andrew, preciso que me libere para sair com uma amiga essa noite, prometo que voltarei pra casa, eu só preciso sair, ver gente. — Andrew me olhou sério e eu complementei.

— Qualquer coisa eu chamo o Pietro pra ir conosco. Assim terá garantia que eu voltarei pra casa.

— Andrew abriu a squeeze e tomou sua água e me olhou.

— Faça como quiser, com tanto que volte pra casa. — Assenti abrindo um sorriso, finalmente eu poderia sair com Jess, como uma garota normal, por outro lado me senti desprezada, Andrew não contestou nem mesmo sobre Pietro...

Pare Emi! Pare de se sentir inferior dessa forma, Andrew não merece você. Fui para a sala de jantar, almocei conversando um pouco com Deise, terminei, escovei meus dentes e apanhei meu material e fui aguardar Jess no portão. Assim que a vi, eu sai animada até ela.

— Linda como sempre amiga! — Jess brincou me olhando. Bati a porta do carro e Jess deu partida.

— Tenho uma mega novidade pra você. — Eu disse a Jess que me encarou rapidamente com os olhos brilhando.

— Então me conta! — Suspirei e sorri.

— Hoje eu vou finalmente poder conhecer o barzinho que você tanto fala! — Jess deu um grito comemorando.

— Claro! Nossa nem acredito! Vou te apresentar cada gato naquele bar que você nem vai saber qual escolher. — Arqueei a sobrancelha, e eu queria mesmo, eu precisava beijar alguém diferente, queria ter minha vida de volta, e essa noite me permitirei a isso.

— Vou avisar ao Pietro para ir conosco, o que acha? — Perguntei. Jess mordeu o lábio.

— Perfeito, ele fica pra mim, e arrumamos um pra você e pronto fechou a noite! — Jess piscou, e eu sorri, até que seria legal Pietro com Jess, eu não poderia mais me envolver com Pietro, se meu coração pertencia ao ogro do irmão. Eu acabaria magoando Pietro e ele era tão bom comigo, que eu não poderia usá-lo como válvula de escape.

Hoje seria um dia e tanto, preciso arrancar o gosto de Andrew dos meus lábios e os toques de suas mãos no meu corpo. E seria hoje! Essa noite!

A Prometida: Uma Proposta Irresistível - CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora