DIA SEGUINTE
Despertei, lentamente lembrando da noite de ontem, das duas vezes em que fizemos, amor? Olhei para o lado e não encontrei Andrew, dei um sorriso terno e calmo, me enrolei no lençol e desci a escada, fui direto para meu quarto me trocar, quando entrei em choque com o que eu vi.
Andrew, arrumava minhas roupas dentro de uma mala grande. Olhei para ele sem entender que me deu uma breve olhada.
- O que está fazendo? - Perguntei sentindo o coração saindo pela boca.
- Arrumando suas coisas, você vai voltar pra casa! Hoje! - Estremeci com seu tom rude, e senti meus olhos lacrimejarem....
- Mas eu pensei que depois de ontem você...
- Pensou errado Emily! Acabou! Agora você vai ficar livre de mim da forma que sempre quis. Se arrume para tomar café, pois iremos embora já, já. - Tirei o lençol com raiva e bufei, apanhei qualquer roupa que vi pela frente e me vesti ali na frente dele, sentindo as lagrimas rolarem.
- Você é um imbecil Andrew! Agora eu entendi tudo! Você enjoou de mim, acho que já paguei o que meu pai ficou te devendo e agora você está me descartando como um verdadeiro objeto. Mas sabe? É bom que me liberte mesmo, só tem me feito mal! - Soltei para ele com a voz embargada e com a vontade de chorar entalada no peito e na alma.
Andrew continuou a arrumar as malas em silêncio, terminei de me vestir e desci a escada para não ter que olhar para ele ali, se desfazendo de mim. Tomei o café praticamente forçada, e vi quando Andrew trouxe as malas com ele e foi direto para fora da casa coloca-las no carro.
Segurei o choro e terminei o café. Olhei ao redor da casa, para guardar as lembranças tanto boas quanto ruins em minha memória e fui até o carro de Andrew. Ele já estava lá, quieto, perdido em pensamento, me esperando.
- Estou pronta.
- Vamos! - Assenti em silêncio e entrei em seu carro.
O trajeto todo foi feito em profundo silêncio, eu estava triste, magoada e me sentindo usada, realmente Andrew havia enjoado de mim. Mordi o lábio segurando o choro.
[...]
Após um longo tempo na estrada, finalmente chegamos em frente ao apartamento. Andrew parou o carro em silêncio. Olhei para ele de soslaio e abaixei minha cabeça, ouvi o farfalhar de sua roupa e vi Andrew se ajeitar me encarando. Sua mão se aproximou do meu queixo e lentamente, me fez olhar para seus olhos entristecidos.
- Me perdoe, Emily, só não posso mais manter isso. Não estou te descartando, droga! Não é isso, eu... eu descobri essa noite o quanto eu estou apaixonado, louco por você. - Olhei para ele suspirando segurando o choro e disse:
- Então se está apaixonado por mim, por que está me mandando de volta para casa, Andrew? Não pode simplesmente me ter com você. Eu quero você! Eu te amo! - Andrew bufou passando a mão pelo cabelo.
- Eu também te amo minha petulante, mas é justamente esse o problema. Eu descobri o quanto eu te amo, e não posso te manter junto a mim. Vou sempre te fazer mal. Sempre vou acabar sendo bruto com você. Eu não sei amar, Emily! Não posso te fazer mais mal do que tenho feito! Eu não vou saber lidar com nada, minha alma está fodida, não tem cura. Você é nova, esperta, tem uma vida pela frente, vai superar tudo isso. Enquanto eu simplesmente não posso. Jamais serei da forma que você quer, eu não confio em você. Não consigo acreditar no seu amor, entende? Não consigo mais, Emi. Agora por favor... Vá pra casa, antes que eu me arrependa e te leve de volta e faça você sofrer ainda mais, Emily. - Olhei para ele sentindo a lágrima escorrer.
- Eu quero ficar com você, Andrew.
- Vai Emily, por favor! Não quero ser hostil! Vá pra casa! O síndico já tirou suas malas... Agora falta você sair.
- Andrew... - Sussurrei seu nome tentando pensar em algo que pudesse fazê-lo pensar ao contrário, mas seus lábios tocaram o meu e minhas lágrimas desabaram em meu olhar. Era nosso beijo de despedida. Meu coração parecia esmagado naquele momento.
- Obrigado por ter me amado, mas por favor... Me esqueça, eu não mereço você. - Vi seus olhos lacrimejarem e sua voz vacilarem. Segurei o choro e sai de seu carro em silêncio. Eu estava ferida, magoada e decepcionada. Andrew deu partida no carro e eu fiquei ali, olhando ele ir embora, sumindo da minha vida, para sempre...
Quando o carro de Andrew sumiu, eu finalmente respirei fundo secando as lágrimas e entrei no prédio, o síndico me olhou de forma piedosa e eu peguei o elevador, lembrando da última frase de Andrew: "Me esqueça, eu não mereço você"
Quando o elevador chegou, eu bati à porta da minha mãe, que abriu rapidamente e me olhou triste. Ela já sabia, abriu os braços e eu chorei, até não aguentar mais a dor que eu estava sentindo, como o destino é tão contraditório.
Fui contra a vontade, e voltei contra a vontade. Após soluçar no ombro da minha mãe, eu entrei naquele apartamento, e tudo ali, me lembrava Andrew, respirei fundo e encarei minha mãe.
- Oh, querida..., achei que estava de acordo em voltar pra casa, não imaginei que te viria tão tristinha desse jeito. - Dei um meio sorriso a ela.
- Não se preocupe, mãe. Eu me apeguei ao Andrew de uma forma estranha. Mas logo tudo isso vai passar..., finalmente eu estou livre. Vou poder voltar a ser como antes... - Disse mais a mim mesma que pra minha mãe que assentiu em silêncio.
- Suas coisas já estão no quarto. - Mamãe se retirou e me deixou sozinha, ela me conhecia bem. Sabia que eu precisava ficar só.
Entrei no quarto e me joguei na cama chorando sem parar. Abracei o travesseiro fungando fundo. Lembrei da minha noite com Andrew nesse quarto, em um momento íntimo e bom que tivemos. Chorei mais ainda e aos poucos fui adormecendo...
[...]
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A Prometida: Uma Proposta Irresistível - Completa
ChickLitEmily Foley, uma menina de 18 anos, bela, doce e dedicada aos estudos, mora em Santa Monica, em Los Angeles. Vivencia a turbulência familiar envolvida por seu pai e sua mãe. Seu pai, Jason Foley, um viciado nato em jogatina, perdeu tudo que tinha pa...