Capítulo 29

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Sim, eu era uma ridícula, buscando pequenos gestos dele atrás de uma ilusão de que Andrew possuía sentimentos. Coloquei uma mexa atrás da orelha e olhei para ele mansamente.

— É, minha mãe está chamando para jantar. — Ele assentiu em silêncio.

— Estou indo. — Eu resolvi dar-lhe privacidade e voltei para a sala de jantar. Mamãe havia terminado de pôr os pratos na mesa e me olhou.

— E o Andrew?

— Ele já vem, tá só terminando uma ligação. — Mamãe assentiu terminado de pôr a mesa. Não demorou muito e Andrew se aproximou, bem próximo ao meu corpo, que logo se aqueceu com a aproximação.

— Cheguei! — Minha mãe sorriu para Andrew.

— Sente-se filho, vou lhe servir, aposto que você vai aprovar minha comida, não é pra me gabar não, mas eu sou uma ótima cozinheira. — Mamãe piscou e Andrew deu seu pequeno sorriso.

— Opa! Mal posso esperar. — Ele disse brincando com a minha mãe, eu estranhei aquilo, mas percebi que a forma carinhosa que minha mãe tratava Andrew, o fazia bem. Quem sabe assim, ele amoleceria um pouco.

Após o jantar, mamãe e Andrew tomaram um pouco de rum, conversando sobre minha infância, o quanto eu fui abusada e levada, Andrew ouvia tudo com muita atenção, mamãe o fazia sorrir, era tão lindo sorrindo, deveria fazer isso mais vezes.

No final da noite, mamãe me deixou no quarto em que Andrew estava e me deu um beijo de boa noite e se retirou. Andrew já tomava um banho, eu ouvia o som do chuveiro ligado. Me sentei na cama e apanhei a camisola de seda, aguardei Andrew e quando o olhei vindo em direção a cama, lambi meus lábios, Andrew estava lindo, apenas de cueca e com alguns gotejo mover em seu corpo, percorrendo seu abdômen trincado.

Desviei o olhar rapidamente e sai quase que fugida em direção ao banheiro. Entrei e tomei um bom banho demorado. Quando voltei para o quarto, Andrew estava usando seu celular, olhando algo que parecia ser interessante. Ele finalmente me encarou e eu me aproximei.

— Vamos dormir juntos? — Indaguei mansamente e ele assentiu com um semblante insondável.

— Claro, estou vendo só uma cama aqui. — Bruto, ogro! Revirei os olhos e bufei, me deitei na cama ao lado dele e me cobri. Andrew se virou ficando de frente pra mim, ele parecia pensativo.

— Quando eu tinha 9 anos, eu também pulei o muro da vizinha pra roubar bluberrys. — Olhei admirada para Andrew, bem, não era de se esperar que ele tentasse puxar assunto, ele sempre foi tão fechado.

Eu dei um sorriso largo, com ele contando peripécias que fazia com Pietro quando mais novo. Andrew parecia outra pessoa, tão leve, tão tranquilo, será mamãe que o deixou assim? No fim, estávamos lutando contra o sono, quando Andrew se aproximou de mim e se aconchegou deitando e me abraçando. Fiquei em choque, quem diria que ele faria algo.

— Andrew...

— Apenas durma petulante, amanhã a viagem será longa. — Assenti e tentei adormecer. Mas estava difícil, eu estava em êxtase descobrindo um novo Andrew, e ao mesmo tempo com medo de que quando acordasse, ele voltasse a ser o Andrew bruto, ogro de sempre.

[...]

— NÃO! — Ouvi o grito de Andrew entoar no quarto e acordei assustada, vi que seu peito subia e descia freneticamente, Andrew se levantou, sentando na cama atordoado, ele tivera um pesadelo.

— O que houve? — Perguntei um pouco perdida e sonolenta. Andrew travou a mandíbula e disparou.

— Não é da sua conta! — Andrew saiu da cama rapidamente e começou a se vestir, fiquei olhando a cena sem entender, o que ele tinha sonhado que o deixou assim?

— Aonde vai? — Perguntei quando o vi indo em direção a porta.

— Dar uma volta, e você não ousa fugir! — Andrew bateu a porta do quarto com força e saiu, eu me joguei na cama de volta, o que teria acontecido com Andrew? E o pior aconteceu, ele voltou a ser o velho, sombrio e bruto Andrew de sempre...

ANDREW VITALE

Depois da minha calorosa conversa com a petulante no píer, eu senti algo fora do meu comum

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Depois da minha calorosa conversa com a petulante no píer, eu senti algo fora do meu comum. Tive vontade de beija-la, agarra-la, fode-la... O que estava acontecendo comigo?

Essa maldita estava me tirando do eixo. Eu precisei tanto estar dentro dela que acabei transando com ela ali mesmo dentro do carro em um local onde pessoas passavam o tempo todo, a sorte que pelo menos meu carro é fechado no vidro fumê.

A petulante pensa que eu tinha matado seu pai e queria matar sua mãe, eu achei melhor que fosse assim. Jamais abriria guarda, dizendo que o que eu estava fazendo pelos pais dela, fosse justamente por ela. Eu estava ficando louco, louco de paixão por essa garota, mas não podia, não posso baixar a guarda... O pior que me encantei pela mãe dela, é uma pessoa simples e parece ser boa, acabou me deixando mais a vontade, e me senti bem, depois de tantos anos, descobri coisas sobre a petulante que me deixava ainda mais vulnerável. Deitei com a petulante e comecei a conversar com ela, eu acabei me abrindo um pouco, e isso foi um erro.

Acabei acordando após um terrível pesadelo, a cena do meu pai nos apresentando minha madrasta tão dócil, tão linda, tão amorosa, e depois o abuso que sofri por ela e seu amante, e o suicídio do meu pai. Acordei desnorteado, a petulante me encarou confusa e preocupada, eu precisava sair dali, precisava beber, ouvir o barulho do mar e matar esse sentimento que estava começando a sentir pela petulante. Esse pesadelo foi um aviso, um aviso que eu não deveria baixar a guarda, por mulher nenhuma.

Agora estou aqui, na beira do mar, entornando uma garrafa de vodca na boca, sentado na areia, olhando as ondas ir e virem. Bem aqui, abaixo do píer. Onde a algumas horas, eu olhei nos olhos da petulante e enxerguei a paixão que eu estava sentindo por ela. Isso tinha que morrer. De repente senti uma mão gelada encostando em meu ombro, me virei assustado e fitei os olhos verde azulado, como a cor do mar. Era ela...

— O que faz aqui? Eu avisei pra não sair de casa! — Gritei com ela que se encolheu, ela suspirou colocando a mão nos bolsos da calça e se jogou sentando na areia comigo.

— Quero saber o que aconteceu, por que você fugiu daquele jeito? Fiquei preocupada. — Soltei um sorriso irônico e tomei um gole da garrafa que estava em minha mão.

— Nada que te interesse, petulante, eu tive um pesadelo, com coisas passadas da minha vida, que você nunca vai saber! — Olhei sombriamente para ela, mas ela ficou pensativa, encarou o céu estrelado e suspirou.

— O que mais eu não sei Andrew?

— Pra que quer saber, petulante? Pra ter algo nas mãos para me destruir sempre que quiser?

— Do que está falando? Andrew! No dia que você saiu do controle, você me revelou coisas absurdas sobre a sua vida, eu nunca usei isso contra você! Do que mais tem medo? — Parei chocado com o que ela disse, como eu não me lembro de ter falado nada a ela..., ela só pode estar blefando.

— O que foi que eu te disse?

— Que você teve uma mãe que te abandonou, e duas madrastas horríveis, e que a última foi a pior, que ela abusou de você, te ameaçou e ainda... — A petulante baixou o olhar e me encarou de novo, um pouco insegura. —Seu pai se suicidou por causa dela. — Olhei perdidamente para o mar, como eu pude ter me exposto para a petulante desse jeito? Nem mesmo meu irmão Pietro sabia da terça a metade. 

A Prometida: Uma Proposta Irresistível - CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora