Capítulo 07

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[...]

DIA SEGUINTE...

Desperto lentamente, coçando meus olhos, estico meu corpo bocejando. Quando abro meus olhos de verdade, percebo que não se tratava de um pesadelo. Tudo o que eu vivi ontem foi real. Suspiro, e finalmente me sento na cama, olho pelo quarto e vejo diversas sacolas com marcas diferentes espalhadas pelo sofá divã e pelo tapete felpudo. Desço da cama lentamente, e vou em direção as sacolas, na escrivaninha, um bilhete:

"Senhorita Foley, comprei tudo o que precisava, espero que minhas escolhas as agradem, comprei com muito cuidado e carinho! Atenciosamente: Pietro Vitale." Dou um pequeno sorriso para o bilhete, pelo menos um deles se salvava, caminho em direção as bolsas, eram muitas roupas de casa, festas, de banho, sapatos de todas as maneiras, maquiagens, perfume, bolsas, meias, lingeries, roupas de dormir, de malhar, cuidados pessoais...

Pietro comprou muita coisa, fiquei impressionada com seus gostos, ele realmente sabia o que escolher, ou teve alguma ajuda feminina, fora que não me deixou faltar absolutamente nada, inclusive pertences íntimos.

De repente ouvi o meu estômago roncar, eu estava com fome e de verdade, não estava nem um pouco afim de descer e encara o nojento do Andrew. Decidir lutar contra fome, e comecei a organizar aquela montoeira de coisas no closet.

[...]

Ainda faltavam metade das coisas, decidi finalmente me vestir com uma lingerie e um vestido simples azul marinho. Penteio o cabelo fazendo um coque. Calço um par de chinelos e decido reunir a pouca coragem que tenho para descer aquela imensa escada. Antes que eu pudesse abrir a porta, ela se abriu sozinha, os olhos de Pietro encontraram os meus e ele sorriu.

— Bom dia dorminhoca! Fiquei preocupado, já está quase na hora do almoço, achei que estivesse dormindo ainda, decidi vir te acordar... Vamos tomar café? — Assinto em silêncio e suspiro.

— Onde está aquele... seu irmão? — Pietro me deu um sorriso consolador.

— Não se preocupe, Andrew está lá na área da academia, malhando. Ele não vai voltar tão cedo, acabou de ir pra lá. — Assinto aliviada e decido seguir...

Após descer a escada, Pietro me leva até a enorme sala de jantar, uma mesa posta com diversas guloseimas me chama a atenção. Meu estomago gritou novamente e Pietro sorriu.

— Percebo que está com fome, pedi a Deise para cuidar do seu café. — Olho ao redor e encaro Pietro.

— Quem é Deise?

— Deise, é a nossa empregada, bem, eu a trato como uma mãe que não tive. Deise é muito importante para mim e para Andrew. Ela é a única que Andrew trata carinhosamente. — Assinto me sentando à mesa e começo a observar o que comer primeiro. Pietro fica em pé analisando meus movimentos. Eu finalmente o encaro de volta.

— Não vai tomar café? — Ele meneia.

— Não, eu já tomei. Fique à vontade, Foley... — Ergo a sobrancelha pra ele.

— Foley, é meu sobrenome. — Ele sorri se sentando.

— Eu sei, Andrew não me disse seu nome, só disse que era filha do Jason Foley. — Faço uma careta apanhando uma xícara de café, e tomo. Não quero falar desse homem que se diz meu pai e me vendeu como se eu fosse uma mercadoria.

— Me chamo Emily, mas pode me chamar de Emi. — Ele assente.

— Ok, Emi! Percebo que seremos bons amigos, a essa altura você já percebeu que não pareço em nada com meu irmão. — Dou um pequeno sorriso mordiscando um pedaço de bolo.

Realmente, minha companhia naquela enorme prisão, seria Pietro. Ele era agradável de conversar e me deixava a vontade. Mordisco mais um pedaço de bolo e lembro logo da minha mãe, como ela adorava fazer bolos para mim. Uma tristeza me invade. Pietro me olha preocupado e se levanta vindo até a mim e se agacha me encarando.

— O que houve, Emi? — Olho para ele sentindo meus olhos marejarem.

— A minha mãe, eu preciso saber se ela estar bem! Preciso dar notícias, ela deve estar desesperada! Me ajuda Pietro! Eu juro que não vou fazer graça, apenas preciso falar com a minha mãe! — Peço em tom suplicante. Pietro parece pensativo e eu seguro sua mão e ele me encara.

— Por favor, Pietro... eu sei que você não é detestável como seu irmão. Sei que pode me ajudar, eu só preciso de um telefone, preciso saber como estar a minha mãe! — Ele suspira fundo e assente.

— Certo, Emi. Eu vou lhe ajudar, mas por favor... não deixe Andrew saber. Pelo meu bem e o seu. — Assinto com um enorme sorriso no rosto. Pietro se levanta sorrindo para mim.

— Termine de tomar seu café tranquilamente, depois vamos ao meu quarto, vou lhe emprestar meu celular. — Assinto e em um ato de euforia me levanto e o abraço. Pietro parece enrijecer o corpo sem me abraçar, até que finalmente sinto sua mão acariciar minha cabeça. Mas, após esse pequeno momento de alegria, ouvimos barulho de palmas com força.

Pietro se afasta rapidamente e eu encaro a pessoa que bate palma. Andrew estava todo suado sem camisa e vestido com um tênis e uma calça de moletom que cai bem em seu quadril. Seu olhar parecia obscuro, seu sorriso demonstrava puro escárnio.

— Que cena linda! Comovente! Meu irmão e minha... cadelinha particular abraçados! Pela sua cara de idiota, posso jurar que você está afim da minha cadelinha... — Andrew colocou uma mão em seu queixo como se estivesse pensativo. De repente ele me encarou de uma forma sombria.

— Você também já a provou Pietro? Gostou da minha petulantezinha? Fique sabendo, que ela é minha. Está aqui para satisfazer os meus desejos, não os seus! — Andrew rosnou para Pietro que parecia irado.

— Cale a boca Andrew não diga bobagem! — Andrew se aproximou de nós e agarrou meu braço, me encarando sombriamente.

— Espero que meu irmão, não tenha a cansado muito. — Andrew saiu me arrastando pela sala, e Pietro o seguiu, eu gritava pedindo para ele me deixar.

— Me solta seu louco! Me solta! — Me debatia em vão, Andrew tinha uma força sobrenatural. Pietro correu parando na frente de Andrew que o encarou.

— Deixe a Emily em paz, Andrew! Não rolou nada entre nós dois! Eu jamais seria como você! — Andrew encarou enfurecidamente seu irmão, enquanto meu peito subia e descia freneticamente. Andrew agarrou meu cabelo com força, forçando meu rosto a se virar para cima, encontrando seu olhar amedrontador.

— Seu anjinho da guarda a salvou por enquanto, sua vadiazinha, mas... uma hora, não vai ter pra onde fugir de mim! — Andrew me soltou brutamente me fazendo cambalear e Pietro me segurou. Ele encarou seu irmão, depois a mim e finalmente saiu dali nos deixando em paz. Meu choro veio sem parar, o que eu fiz para merecer tamanha humilhação? Porque meu pai teve que fazer isso comigo? Quando dei por mim, Pietro me abraçava gentilmente, enquanto eu chorava em seu ombro sem parar.

A Prometida: Uma Proposta Irresistível - CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora