Cap 32

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Cata 🥀

Saí do meu serviço indo direto na farmácia, não podia esquecer de tomar esse remédio por nada.

Olhei pelo vidro da farmácia e vi o nego me encarando lá da rua, sustentei o olhar nele até a moça  do caixa me chamar.

Sai da farmácia e ele entregou o fuzil pra um dos meninos que estava lá e veio com a moto na minha direção.

Nego: sobe aí, vou te levar lá na tua goma.

Cata: não precisa nego, eu vou caminhando melhor.

Nego: para de caô, minha camisa ficou lá, a cinza já tenho que ir pegar- não falei nada e subi na moto.

Ele já chegou entrando na minha casa se jogando no safa, nem falei nada só fui no quarto e peguei a camisa dele.

Nego: tá cheirosa, lavou?- balancei a cabeça- valeu aí.

Cata: não foi nada, quer bolo?- falei indo na cozinha. E ele veio atrás mas negou com a cabeça dizendo que não queria.

Nego: quer da um peão hoje?

Cata: não sei não nego, depende do lugar.

Nego: é um Bar aqui no morro que abriu.

Cata: nossa que fofo me convidando pra ir no barzinho- falei ironicamente e ele me encarou- mas é que horas?

Nego: agora, só vou lá no meu barraco me arrumar, e já passo aqui.

Concordei com ele dizendo que podia ser e ele saiu. Me arrumei rapidinho e logo depois ele já voltou.

Ele tava com a camisa cinza que tinha acabado de pegar aqui em casa, uma bermuda Tactel da Nike, e um tênis da Nike também. E as correntinhas de prata dele, que não podia faltar.

Nego: vê se não baba né porra- ri e a gente subiu na moto dele dando partida ao barzinho.

A gente entrou e ele mandou eu ir pra uma da últimas mesas, aonde não tinha ninguém. Agradeci mentalmente, odeio ir em lugar e as pessoas ficarem me olhando.

Cata: você é quietão né?- falei curiosa bebendo minha cerveja e comendo batatinha.

Nego: sou assim mesmo, não é nada com tu não- falou sério e fechou a cara.

Cata: tudo bem neguinho, não precisa ficar nervoso não.

Nego: que mané nervoso o que. Fala de tu aí então.

Cata: ah, eu me chamo Catarine- ele me olhou como se fosse óbvio e eu ri- tenho 23 anos. Não tenho ninguém da minha família. Tirando minha tia e a Manuela que falam que eu sou puta.

Nego: papo reto, que tu é prima dela?- concordei- parece não. De beleza tu ganha.

Cata: e você?, Fala de você- perguntei curiosa e ele me encarou.

Nego: tenho muito que falar não. Só que tenho 27 anos.

Cata: tem nome não?- ele riu de lado e eu sustentei meu olhar no dele.

Nego: é pow, tenho- coçou a cabeça, tô desconfiando que ele tem piolho. Faz isso toda hora- é Marlon.

Cata: é Bonito e forte, combina com você- mordi o canudo- tem alguém da sua família?

Nego: minha coroa mora na pista, quer número do meu CPF também?

Cata: não tem vergonha de sair comigo?, Sei lá né eu era prostituta.

Nego: devo nada pra ninguém Catarine. Vou ter vergonha porquê?

Cata: mas certeza que já jogaram piadinha sobre- revirei os olhos.

Nego: já, mas tu acha que eu ligo?. Os cara zoa, mas são os primeiros a dar em cima- concordei com a cabeça dando de ombros e rindo- tu fuma maconha? Fica rindo atoa por tudo.

Cata: eu fico nervosa nego- ele levantou uma sobrancelha- para de me olhar assim, olhar de assassino.

Nego: quem disse que eu não sou?

Cata: aleluia arrepiei.

Coração de criaOnde histórias criam vida. Descubra agora