Capítulo 40

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Ao chegar em casa, após um dia exaustivo acompanhando possíveis clientes à imóveis, Diego não conseguiu evitar de sorrir, ao ver Paulo andando na bicicleta pela extensão do quarteirão. Ele ia até a última casa da esquina e voltava, exibindo uma expressão de puro orgulho e satisfação, enquanto Mayara o observava encostada no muro.

Quando a moça o viu estacionar próximo a calçada, ela se levantou sorrindo e foi abraçá-lo, contando que o menino ficou o dia todo ali fora andando na bicicleta.

Então era essa a surpresa que Marcelo tinha falado?

– Diego, Diego, você viu? Eu sei andar de bicicleta agora! – Paulo veio gritando e correndo, enquanto empurrava a bicicleta, os cachinhos castanhos saltitando com o movimento e brilhando com gotículas de suor. Quando chegou perto o bastante, o menino lhe eu um abraço apertado, o qual Diego retribuiu.

– Que legal. Parabéns Paulo! Mas agora é hora de entrar e tomar um banho. Ele já comeu hoje, Mayara? – a moça informou que com muito esforço, conseguiu fazer o garoto entrar para tomar um café da tarde.

– Quando eu cheguei, ele e o Marcelo já tinham almoçado, mas depois disso, ele não entrou pra nada, exceto pra tomar café e fazer xixi uma vez, mas só foi comer porque eu prometi um bolo de chocolate pra ele. – o garoto deu um grito de alegria e pegando Diego pela mão, o puxou para dentro de casa dizendo "Eu guardei um pouco pra você e pro Marcelo! Vem, a Mayara fez um bolo muito bom!" e por aquele período de tempo, a bicicleta foi esquecida na calçada, mas logo recolhida por Mayara, que seguia os dois sorrindo.

***

A loja de sabonetes tinha dois banheiros. Um social para os clientes, com apenas um lavabo e outro para funcionários, com um chuveiro elétrico. Joaquim tomou um banho rápido quando seu expediente acabou e vestiu a muda de roupas que tinha deixado na loja há alguns dias.

E estava sentado em uma das cadeiras próximas ao balcão de vidro, penteando o cabelo loiro recém-lavado, quando viu o carro de Francisco estacionar na frente da loja. Coletando seus pertences, saiu trancando a loja as suas costas e entrou no carro, recebendo um beijo apaixonado em resposta.

– Oi, como foi seu dia? – Joaquim deu de ombros, os dias na loja não eram ruins, mas também não era nada incrível para ser relatado.

– Normal. E você, como foi naquela reunião da editora? – viu Francisco suspirar cansado e soltar "um porre", o que significava que ele não queria falar do assunto.

– A gente vai sair pra jantar ou você prefere ir pra casa? – sabia que o outro estava cansado, pois pelas poucas vezes que Francisco lhe falou dessas reuniões, elas duravam 4 horas ou mais e eram sempre muito exaustivas.

– Não, vamos jantar fora. A gente precisa sair juntos de vez em quando né? Eu sinto falta disso. E também, eu quero te deixar feliz. – sentiu a mão firme e morna do namorado segurar a sua por alguns segundos, enquanto o semáforo estava fechado e em resposta o loiro apenas sorriu.

***

Comeram o bolo e realmente, Mayara era uma ótima cozinheira. Enquanto Diego passava um café, ele disse para o menino ir tomar banho, Paulo teimou por alguns minutos, fingindo que não estava ouvindo, mas quando o irmão falou que ele poderia acompanhá-lo quando fosse levar Mayara para casa e ver "a vó Joana e a vó Lola", o comportamento mudou e Paulo disparou pelo pequeno corredor em direção ao banheiro.

– Ele tem estado meio teimoso, sabe? – comentou o rapaz enquanto colocava o café na garrafa e ouvia o som do portão abrindo, informando que o marido tinha chegado.

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