Capítulo 72

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O resto da semana passou e finalmente era Domingo.

Dia dos Pais.

Diego achou estranho o fato de que Paulo não ficou doente na sexta-feira daquela semana, como aconteceu em Maio, mas então se lembrou que o padrasto não era um cara legal, nem com o menino que era filho biológico!

No entanto ele não esperava o que estava para acontecer naquele Domingo.

Por conta do habito de levantar cedo para chamar o irmãozinho para ir à escola, Diego acordou as 6h30 como sempre, mas ao olhar para o lado, descobriu que Marcelo já havia levantado.

Ele tomou banho e vestiu uma roupa de ficar em casa e quando saiu do quarto, sentiu o cheiro do café fresco ao mesmo tempo em que ouvia a voz animada do irmãozinho falando com Marcelo e enquanto rumava até a pequena cozinha, acabou sorrindo.

— Ei, bom dia! — foi recepcionado pelo marido enquanto recebia um abraço apertado de Paulo e via que a mesa do café já estava posta.

— O que é isso tudo? Ainda não é nem meu aniversário... — indagou enquanto fazia um agrado no cabelo do irmão e se sentava em uma das cadeiras ao mesmo tempo em que o marido lhe servia o café.

— Não, mas é um dia importante... Né Paulo? — o menino dava risadinhas animadas enquanto pegava alguma coisa que estava escondida debaixo da mesa e colocava o embrulho na frente de Diego.

— O que é isso? — ele perguntou sorrindo enquanto trocava um olhar com o marido, que respondeu "Esse é o seu. Eu já ganhei o meu".

Ao abrir o pacote, encontrou um bloquinho de notas no formato de uma gravata acompanhado de uma caneta, na capa do qual podia se ler "Feliz dia dos Pais, do seu filho" seguido do nome do garoto naquela caligrafia meio tremula de quem ainda não tem total controle da escrita.

Em resposta, Diego sorriu e deu um abraço no irmãozinho, que se apressou em dizer: "Eu sei que você é meu irmão e que o Marcelo não é meu pai, mas, eu queria... Só..." Diego sorriu e deu um beijo no topo da cabeça do menino, agradecendo pelo presente.

— Eu gostei muito, de verdade. Vou guardar pra sempre. — respondeu vendo o rosto do garoto se iluminar em pura alegria, e em seguida, trocou um olhar com o marido que sorriu e comentou.

— Acordei lá pelas seis, não tava conseguindo dormir... E daí eu esbarrei nesse carinha ai, que tava sentado lá na sala, com os pacotinhos de presente na mão... Ai nós fomos juntos na padaria e compramos tudo pro café.

Diego sugeriu de eles irem passear depois do café e antes mesmo de escolherem o local, Paulo já estava animado só com a idéia de sair e isso era compreensível, afinal durante as duas semanas de volta as aulas o menino só foi da escola para a casa.

Enquanto Paulo foi trocar de roupa para eles saírem, Diego ajudou Marcelo com a louça do café, ao mesmo tempo em que comentava o quanto achou bonitinho o garoto ter dado uma lembrança de dia dos pais para eles dois.

— Mas é até compreensível, não? Quero dizer, seu padrasto nunca foi um exemplo de pai, e apesar de estarmos com ele aqui em casa só há sete meses, eu e você demos mais suporte emocional e apoio do que o Paulo recebeu a vida toda. — Marcelo colocou as xícaras no escorredor de louça e exibindo um ar meio sonhador no rosto complementou.

— Eu fiquei feliz de saber que ele me considera parte da família. — em resposta, sentiu Diego fazer um afago em seu braço enquanto encostava a testa contra suas costas e ria baixinho.

— Mas você é parte da família, você é meu marido... Então seria algo como um tio pro Paulo... — foi a vez de Marcelo rir e responder "o melhor sobrinho que eu poderia ter".

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