Mais cedo naquele sábado, Diego estava preparando o café da manhã do irmãozinho enquanto ouvia o menino falar entusiasmado sobre seu passeio ao museu no dia anterior e por mais que tentasse não transparecer, o rapaz estava começando a ficar cansado de ouvir sobre as mesmas coisas que Paulo viu, desde que chegou em casa no dia anterior, mas, não queria destruir a alegria do menino falando para que ele ficasse quieto.
O micro-ondas apitou, atraindo sua atenção e enquanto pegava o copo de leite que deixou esquentando ali para por no cereal do garoto, Diego suspirou cansado, mas forçou um sorriso ao ouvir o menino falar "E você não sabe do mais legal ainda!", o problema é que para Paulo tudo era "O mais legal ainda".
— Que tal você o cereal antes que o leite esfrie? Aqui, toma cuidado pra não derrubar, tá bom? — Diego mal disse a frase e recebeu um olhar incomodado por parte do menino, que parecia dizer "você acha que eu sou um bebê?" ao que em resposta, o rapaz apenas sorriu e fez um afago no cabelo do irmão, antes de sair da cozinha.
Quando viu o marido entrar no banheiro, onde estava fazendo a barba, Marcelo o cumprimentou com um "Oi!" animado, mas viu na expressão de Diego que o outro estava bem estressado e então perguntou se algo havia acontecido.
— O Paulo, eu falei pra ele tomar cuidado pra não derrubar o leite, porque tava quente e ele olhou pra mim como se eu tivesse dito algo como "você é burro demais pra se servir sozinho". — Diego sentou em cima do tampo da privada, enquanto olhava Marcelo continuar se barbeando e o ouvia rir, fazendo com que franzisse o cenho.
— Qual a graça? — estava cansado, era final de semana e tudo o que queria era poder descansar, mas parecia que seria algo impossível de fazer naquela casa.
— Nada, só que ele tá crescendo, Di. Fique feliz que ainda não entrou na fase das "respostas mal criadas", ai! — sem querer acabou se cortando no queixo e enquanto estancava o sangramento, perguntou se o outro já tinha aprendido tudo sobre "O ciclo de vida das borboletas". Ao que em resposta Diego revirou os olhos, cansado e suspirou enquanto ouvia o marido responder.
— Pois é, eu também. Ele ficou fascinado com esse tal "museu catavento", quem sabe a gente leva ele de novo lá agora nas férias. — em resposta Diego resmungou que sim, mas precisavam dar um tempo para que o garoto esquecesse um pouco de toda a animação.
— E falando em ir, o Francisco me mandou uma mensagem perguntando se a gente quer ir na Parada do Orgulho. É amanhã, que acha? — Marcelo limpou os vestígios de creme de barbear e suprimiu um som de dor quando passou a loção enquanto se perguntava por que aquele negócio ardia tanto. Pelo canto do olho, viu o rosto de Diego ponderar sobre o convite.
— A gente pode ir, mas só pra ver né? Não pra participar no meio do povo. Porque você sabe que lugares com muita gente me dão desespero, né? — no fundo Diego não queria ir, estava cansado, exausto na verdade, mas viu no rosto do marido uma animação que não aparecia há um bom tempo, e resolveu fazer um pequeno esforço para agradá-lo.
— Claro, claro. A gente pode ir ver a concentração, ficar só até a parada começar e daí ir almoçar num restaurante da Paulista. Que acha de convidar a Mayara e pedir pra ela levar a Letícia também? — Diego sorriu e antes de sair do banheiro, para enviar uma mensagem à amiga, beijou Marcelo com carinho, enquanto acariciava o rosto dele com cuidado.
— Você fica tão bonito quando faz a barba. — estava quase saindo, quando foi pego pelo braço e puxado de volta, preso num abraço morno. O tórax nu de Marcelo roçando contra o seu corpo coberto pelas roupas fez alguma coisa despertar, mas não podia, Paulo estava acordado e ele tinha coisas para fazer na casa.
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Lar é onde o coração está
CasualeA vida de Diego mudou completamente quando ele recebeu uma ligação num Domingo de manhã, informando que sua mãe, com quem ele não falava há anos, faleceu e deixou a guarda de seu meio irmão caçula para ele. Com as únicas opções de aceitar o menino o...