Capítulo 48

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Diego mandou fazer uma versão física da foto de Paulo com Agatha vestidos de noivinhos na quadrilha e pendurou perto da porta de entrada. Não sabia explicar, mas sentia que precisava compartilhar aquilo com todos que entrassem na casa.

Mas isso tinha sido na semana anterior. Naquele momento, estava com Paulo e Mayara no shopping, procurando um presente para Marcelo, pois o aniversário dele seria dali dois dias.

Enquanto entravam em mais uma loja, Paulo contava sobre a classe estar fazendo cartões para o dia dos Namorados e frisando que "Não era pra dar eles só pra quem quisesse namorar, a professora disse que podia dar um pros amigos e família também". Ao ouvir isso, Diego sorriu ao perceber como a abordagem das escolas para aquela data tinha evoluído. Quando ele era garoto, tinha de fazer um cartão e tinha de dá-lo para uma garota que "gostasse".

— Muito legal, Paulo. E pra quem você vai dar os seus cartões? — Diego olhou para o menino e sorriu e em seguida, virando-se para Mayara, comentou. — Pensei em comprar um perfume pra ele. — referindo-se a Marcelo.

— É uma boa ideia. Sabe que tipo ele gosta? — respondeu que aqueles amadeirados pareciam ser os preferidos e estavam quase entrando numa loja especifica de perfumes, quando Paulo puxou sua mão com insistência enquanto tentava chamar atenção.

— Diego! Você nem ouviu o que eu falei! Ei! — era a segunda vez no ano que o menino fazia algo parecido com birra, o que surpreendeu Diego e quase fez com que respondesse ao garoto com grosseria. Mas após respirar fundo alguns segundos, ele que até aquele momento estava segurando a mão de Paulo, a soltou e olhou para o menino fixamente.

— O que você falou? Repete que agora estou ouvindo. — e então viu o rosto do menino passar de uma expressão assustada, para felicidade radiante enquanto ele contava que tinha feito vários cartões e que os distribuiria entre os amigos e para Diego, Marcelo e Mayara também.

— Eu também vou ganhar um? — Mayara entrou na conversa, percebendo que Diego estava irritado com as compras de ultima hora, além dos problemas da imobiliária, os quais ele tinha comentado com ela mais cedo.

— Vai sim e o seu vai ser o mais bonito! — a moça então sugeriu a Diego que ela levaria o garoto dar uma volta na praça central do shopping, onde estavam tendo algumas atividades para crianças enquanto ele fazia as compras.

— Daí você encontra a gente lá depois, tá bem? — pode ver uma expressão de agradecimento silenciosa no rosto do amigo e enquanto se afastava, segurando Paulo pela mão, pensou que apesar de todos os empecilhos, Diego estava se saindo bem naquela coisa de ser pai.

***

Comprou o perfume e voltava com a sacolinha presa entre os dedos, lembrando que precisava ir com Paulo a uma loja de roupas, pois o menino não tinha casacos grossos e o tempo estava começando a esfriar. Ainda mais que ele ia viajar para aquele museu no fim do mês, precisava ir agasalhado.

Diego riu baixinho ao notar que estava pensando assim, se preocupando com Paulo de uma forma que jamais imaginaria ser capaz no ano passado, quando o menino não passava de uma informação desconhecida e distante.

Avistou Mayara sentada num dos bancos ao redor da praça central, conversando com uma moça que carregava um bebê num canguru e Paulo dentro do espaço destinado as crianças, colorindo um desenho junto de outras crianças.

Quando se aproximou cumprimentando a amiga e a moça com o bebê, esta perguntou se ele era marido de Mayara, ao que a amiga riu educada e respondeu que não, mas que o menininho ali era irmão caçula dele.

— Paulo, vamos. — viu a moça chamar e observou o menino largar os lápis de cor com certa irritação, dobrar o desenho inacabado e colocá-lo no bolso da calça jeans, para em seguida correr até eles.

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