CAPÍTULO 7

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— Até amanhã turma, por favor, não esquecem de fazer o dever de casa. — saíam apressados com as mochilas em mãos.

Finalmente a aula terminou, respirei aliviada e continuei a arrumar as minhas coisas.

Felizmente hoje o meu turno terminou cedo. Depois de mais algumas horas o meu horário de trabalho terminou, caminhei até à sala dos professores e tirei a minha camisa azul com o logótipo da escola, substituindo-a por minhas blusa branca florida. Peguei a minha bolsa preta e saí ansiosa.

Quando saía cruzei com Alessandro. Um homem extremamente lindo e atraente, alto, ombros largos, braços fortes, ele aparenta ter uns trinta e poucos anos. Vestia um terno preto que marcava cada detalhe do seu corpo, a sua barba por fazer o deixava ainda mais atraente.

Quando dei por mim eu estava parada no meio do corredor, como uma estátua olhando para ele. Após o dia no restaurante, não o vejo com tanta frequência.

— Ah, oi, tudo bem?— perguntou, e sorri de lado envergonhada.

— Tudo e com o senhor? — a minha voz, soa suave demais, merda deve estar a achar que babo por ele.

— Sou assim tão velho? — brincou e pude ser premiada por seu sorriso encantador.

— N-não, longe disso. — Apressei em dizer. — Você, quer dizer o senhor é meu superior, então eu acho que devo trata-lhe com formalmente.

— Já disse diversas vezes, que não gosto de formalidade. — Falou se aproximando. — Não com você, Ara.

— Está bem, vou tentar ser menos formal. — O encarrei constrangida.

— Na verdade, queria falar com você sobre um assunto. —  Falou pensativo. — Posso te levar para casa?— seu rosto  fez uma expressão de interrogação.

— Tudo bem, espero que não haja nenhuma queixa sobre mim desta vez.— sorriu em negação, e começou a caminhar em direção ao estacionamento da escola.

Caminhamos até o carro, e abriu a porta para mim, agradece. Foi para o lado de condutor e também entrou, ligou o carro e deu partida.

— Então como é as aulas?— puxou assunto.

— Como sempre sonhei — disse sorrindo — Eu amo as crianças, ensinar é um privilégio — olhou-me por um instante e virou a atenção para a estrada.

— Confesso que sou um admirador seu, tão nova e muito comprometida com as suas responsabilidades — assenti, sentindo orgulho por suas palavras.

A sensação de satisfação e admiração, vindo de outras pessoas, quando a gente exerce algum trabalho é muito boa. Estava inerte em meus pensamentos quando ouvi ele chamar por mim.

— Chegamos. — disse com o seu lindo sorriso, já no estacionamento do prédio.

— Agradeço pela carona Alessandro. —  Olhei fixamente, algo que estava difícil evitar. Esse homem é perfeito.

— Quero a convidar o meu noivado. — falou repentinamente, quebrando o nosso contato visual.

A desilusão é visível no meu olhar, minhas mãos estão  suando.

Tenho uma paixão platônica por Alessandro, desde o primeiro dia que os nossos olhares cruzaram-se, quando fiz a minha entrevista na escola como professora, a uns cinco meses atrás.

O Alessandro é o vice-diretor da instituição. A nossa amizade foi espontânea, e mantemos uma boa relação profissional.

Não vou negar que essa notícia me abalou, ao ponto de desejar não ter conhecimento desta informação.

Saímos algumas vezes, mas nunca passou disso, porque ele nunca chegou a confessar nada para mim. Agora entendo o porquê, ele já tem um relacionamento.

— Parabéns, quando o será? — tentei soar indiferente, e sorri.

— Em seis meses — disse baixo — Então, é isso... — fiz sinal de se retirar, mas ele segurou o meu braço.

— Por favor se cuide, você é muito importante para mim.— assenti.— Nos últimos tempos essa cidade está muito perigosa. — olhei nos seus olhos, e quando abaixei o olhar para seus lábios uma vontade enorme de tê-los invadiu-me, e afastei-me um pouco para não cometer uma loucura.

— Tudo bem, vou-me cuidar. — sorri pelo seu instinto protetor, depositei um beijo no seu rosto, e saí do carro.

Afastei em passos lentos, fiquei ali, olhando o seu carro dar marcha e sair.

Por coincidência, homens como ele deveriam ser raros de se ver! Ele hipnotizou-me no momento que cruzou o meu caminho, a minha mente parece ter parado de funcionar, e em compensação o meu corpo só gritava por ele, devo parecer uma devassa, mas nunca senti tanto desejo por um homem.

Sei que não devia ficar assim por um homem comprometido, ou aceitar que os meus sentimentos afloram.

Devo esquecer tudo isso, esse homem não é para mim, ele provavelmente vai casar com essa mulher.

Terminados exatos cinco minutos, eu estava finalmente em casa. Joguei a minha bolsa no sofá e caminhei até a cozinha onde fiz um lanche! Estou faminta.

Sem demoras me alimentei e lavei a louça suja, e me dirigi ao quarto. Após um banho, deitei-me na cama e permiti-me chorar.

Não é justo ter esse sentimento dentro de mim, mas não pode evitar. Agora estou que nem uma idiota, lamentado por aquilo que nunca me pertenceu. Com estes pensamentos acabei adormecendo.











Capítulo ✅✅

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