CAPÍTULO 18

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LUPUS MAZZARELLA EIGEIR


Os anos seguintes foram piores, depois dos quinze anos de idade, a minha vida foi simplesmente, ser instruído de todas as formas possíveis, par saber como funcionava a máfia. Qual é a nossa posição, e o papel diante do mundo.

Passei por tortura sobre formas de resistência pessoal, fui obrigado a matar diversas vezes, mesmo não sabendo o porquê das suas mortes. Até que comecei a sentir gosto pelo que fazia.

Com o tempo matar se tornava um prazer pessoal, quando precisava aliviar a minha cabeça.

Não havia sentimento algum, no meu interior, eu não tinha por quem chorar ou amar.

Já acreditava que a minha mãe estivesse morta, por todo tempo. Aquele homem não a deixou viva, disso tenho a certeza.

Ao longo do tempo, fui sendo conhecido por toda máfia, e já era muito temido, por minha fama de ser impiedoso.

As semelhanças com o meu pai começaram a surgir, e em consequência disso, assumi o lugar do meu pai, muito antes da sua saída da organização.

Quando o mesmo morreu, não derramei lágrima nenhuma. No seu funeral nem fiz a questão de aparecer.

Ordenei para o meu homem de confiança Salvatore, que é o meu segurança pessoal durante anos, que preparam tudo para o enterro.

Muitos dos nossos aliados fizeram-se presente, com os seus falsos sentimentos de condolências, para alguém que os mesmos ansiavam a morte há anos.

Achando que qualquer um herda-se o seu lugar, muito antes de saberem da existência de um filho bastardo.

Matteo Civillini Mazzarella, fez a questão de esconder-me durante muito tempo, até que estivesse realmente preparado para fazer parte da organização.

No meu aparecimento já em fase adulta, numa cerimónia realizada pelo mesmo para apresentar o herdeiro.

Foi um choque para todos os presentes, que não acreditam no que acontecia, questionável do porquê, de só apresentar o seu susto filho agora.

Pelos altos conselheiros da organização, foi-lhe pedido um teste de paternidade para comprovar se realmente era seu filho.

Muitos achavam que era uma manipulação da sua parte, para não ceder o comando a outros membros da organização.

Uma vez que não tinha um herdeiro, para sua sucessão. Para infelicidade de muitos, o teste comprovou a paternidade, e desde então Lupus Mazzarella Eiger é o novo líder da organização Camorra.

Salvatore Passetti, é o meu braço direito, confio nele como poucos. Mostrou-se um bom aliado, salvou a minha vida em várias ocasiões, e sou grato por isso. Conquistou a minha confiança e respeito.

Desde os meus quinze anos, que Salvatore faz a minha escolta, o meu pai encarregou-se pessoalmente de encontrar um fiel escudeiro, para toma a segurança do seu herdeiro, sabendo dos riscos de morte, que corria sendo o seu sucessor.

A muito que luto, para poder manter tudo em ordem dentro da organização, mas muitas vezes, existem situações que acabam por sair do meu controle, devido a imbecis que não sabem fazer o seu trabalho direito.

Sendo o líder máximo, tenho obrigação sempre, dar um jeito de resolver, a incompetências de muitos. Mas eu cobro caro por isso muito mesmo! As pessoas que tem que me pagar com as suas vidas.

Dentro da máfia não existe piedade, não somos uma igreja. Somos um submundo obscuro aonde vida, se pagam por vidas.

Seja quem for, não existe meio-termo para ninguém. Todos os seus erros, serão cobrados em algum momento da sua vida.

— Senhor Mazzarella, tivemos um problema com o carregamento de quinta-feira. — Merda, imbecis. — No porto de descarga. — falou Salvatore entrando na minha sala.

— Espero que seja um bom motivo para ter entrado desse jeito na minha sala! — Massageio as minhas têmporas. — Qual foi o problema dessa vez? — Fechei o computador, que até então analisava fluxo do mês e olhei para o mesmo.

— Peço as desculpas senhor, mas achei prudente o comunicar primeiro antes de fazer algo. — falou desconfortável.

— Salvatore, você é o meu homem de confiança, e dou-lhe total autoridade de poder resolver qualquer problema que não precise da minha intervenção — suspirei indiferente afrouxando a gravata.

— O meu senhor , conhece os meus limites perante a organização. — Sentou no sofá.— Neste caso preciso do aval do senhor, para poder dar um destino ao problema. — lembrou-me apreensivo.

— Diga logo o que aconteceu. — Reclamo impaciente. — Tenho muita coisa para resolver, ainda hoje por esta cidade. — retruco seco.

— Ao que parece um dos nossos novos homens, teve um desentendimento com um novato e acabou matando-o. — Remexeu seu corpo no sofá. — O mesmo estava acompanhado por uma mulher, que presenciou tudo, e acabou atropelando a mesma, para impedir que fosse a polícia. — avisou.

Já estava irritado, com o rumo daquela conversa. Incompetente de merda, não conseguem fazer as coisas do jeito certo. Deixei que ele se continuasse.

— Mas a mulher não morreu, ele queria dar um fim nela já no momento. Mas o lugar é bastante movimentado, precisava ser rápido. Por isso recolheu o corpo do homem morto, e da mulher e levou. — referiu impassível

Recuso-me admitir, que por um momento fique-me perguntando, como pode isso acontecer desse jeito sem cautela nenhuma? Mas esses homens são instruídos, para serem infalíveis como cometem erros do género!

— Como já não havia tempo, ele acabou elevando a mulher consigo inconsciente e ferida, livrando-se do corpo do homem. — Seu olhar foi direcionado, a mim. — Para não fazer, mas nenhuma idiotice, impensada reportou a situação para mim. — terminou as suas explicações.

— Salvatore, quero esse incompetente morto ainda hoje, tanto problema para resolver agora tenho que me preocupar, com descuidos idiotas. — falei furioso.

— Sim senhor! A ocorrência foi em Nápoles e já mandei rever se a, mas algo deixada para trás. O que devo fazer com a mulher também a mato? — questionou indiferente.

— Não! Precisamos saber se ela é única que sabe que aconteceu. Mantenha-a na casa principal, de suporte nos seus ferimentos, porém que permaneça, desacordada até que consiga viajar até lá. — finalizei.

O deixo parado no meio da sala e vou embora. Os meus outros homens aguardam-me e vou direito para uma das minhas "boates" aqui em Roma.

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