CAPÍTULO 40

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ARA BLANCHE

Confesso que a princípio não acreditava em suas palavras, mas ao ver Amelie arrumando uma mala , com peças nunca antes vistas por mim, minhas dúvidas foram dissipadas.

O meu sentido está aflorado, e a ansiedade toma conta de mim. Medo, medo, essa é a palavra certa para definir o que estou sentindo no momento.

Eu tenho medo, que ele faça pior do que já tem feito, ou termine  finalmente com a minha vida.

Há três dias que ele não vêem nesta casa, não tenho notícias suas. A única informação é sobre essa viagem, que nem sei para onde vamos.

Por que? Nos últimos dias, os meus pensamentos fazem a mesma pergunta,  mas estou sem resposta.

As batidas insistentes na porta, despertam os meus pensamentos. Estou a uma hora trancada nesse banheiro, a toalha embrulhada no meu corpo denunciam o meu banho recente.

— Ara, tudo bem...? O Salvatore está esperando por você. — Falou Amélie, do outro lado da porta.

— Desculpe, demorei mais do que tencionava. —  Abre a porta, passei por ela, vendo um conjunto de moletom preparado na cama.

— Melhor apressar-se , ele está impaciente.

— Tenho alguma escolha? — Olhei apreensiva para Amelie, que negou.

— A sua mala já está no carro, vista-se vou secar o seu cabelo.

Vesti o moletom, e calcei um tênis branco muito confortável. Amelie, secou os meus cabelos, deixando os cachos úmidos sobrepostos nos meus ombros.

— Ele vai me matar , Amelie! — Sentei na cama, e essa certeza caiu em cheio.

— Não fale bobagens. — Sorriu da minha cara. — O Lúpus, não iria dar se o trabalho de preparar uma viagem para a matar. — Segurou  o meu braço,  fazendo-me levantar.

— Não sei porque está sorrindo, não vejo graça nenhuma.

— Vamos, antes que o Salvatore venha pegar você à força.

Saímos do quarto, e o desconforto só aumentava. A cada passo que eu dava, várias imagens apareciam na minha mente.

Cenários que atormentavam meus pensamentos.
O Salvatore está parado, na porta principal da casa.

— Bom dia, Salvatore. — Falo, mas sou ignorada, brutamontes.

Fez sinal para o seguir, e assim o fiz, até chegarmos de frente ao carro.

— Por favor, não tente afrontar o Lupus. — Amelie, sussurrou em meu ouvidos, quando abraçou-me. — Boa viagem querida. — Beijou o topo da minha cabeça, continuou.

" Por favor, não tente afrontar o Lupus, será pior para você. Ele sempre sairá a ganhar, e pode machucar quem você mais ama."...

— Obrigado  Amelie, eu vou tentar. — Suas palavras soam como  um alerta.

A porta foi aberta e entrei no banco traseiro. O carro deu partida , olhei para mulher que nos últimos meses foi um suporte para mim, ficando cada vez mais distante.

O carro que estou, está sendo escoltado por mais quatro carros, com vários homens  armados , incluindo o Salvatore.

Pensar em fugir desta situação, será praticamente assinar uma sentença de morte.

Estava muito inerte em pensamentos, que nem me apercebi do percurso, levou uns vinte minutos,   quando o carro parou.

Olho pela janela e vejo um jatinho na cor azul, muito lindo. As escadas estão abertas e há homens armados por toda a pista.

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