CAPÍTULO 38

596 58 6
                                    




Lupus Mazzarella Eiger

O conselho está a fazer uma investigação dentro do clã. O problema é maior que imaginava.

Existe um grupo restrito, que pretende dividir o clã. Muitos estão insatisfeitos com a minha posição. Fazendo exigências absurdas, ao conselho geral.

Como se não bastasse Antônio Alleanza, exige uma vingança. Pela morte do seu sobrinho, manipulando a cabeça de alguns membros importantes. Desgraçado! Arremesso o copo nas minhas mãos na parede, com fúria.

Levanto-me afrouxando a minha gravata, preciso contornar essa situação o mais rápido possível, caminho pela extensa sala do meu escritório.

Observo as luzes desta cidade pela janela de vidro polida.

Faz algumas semanas que estou na capital, os roubos de mercadoria cessaram. Pois estou a fazer sentinela, a toda mercadoria que será enviada pessoalmente.

Ninguém teria a coragem de enfrentar-me cara a cara. Não ganhei o respeito na organização, por ser o herdeiro Mazzarella, mas sim pelo meu fascínio de torturar até a morte os meus inimigos.

A porta da minha sala é aberta, e não preciso virar para saber quem é. Os passos de Salvatore, ecoam pelo lugar.

— Sr. Mazzarella , averiguei o que solicitou. — Pareceu pensar. — Precisamos ser cautelosos, com os Alleanza e seus aliados.

— Não tenho medo nenhum de Antônio Alleanza, se pensa em criar alguma armação contra mim, não hesitarei em matá-lo.

— Porém, agora não está só em jogo a sua proteção Sr. Mazzarella.— droga sei muito bem, o que ele quer dizer. — A senhorita Ara, tornou-se um alvo importante dentro do clã.

Foi inevitável não virar para encará-lo, depois da sua afirmação. Ele mantém uma postura impecável, trajado de um terno confeccionado a mão.

Massageei minhas têmporas, o meu estresse aumenta , ao imaginar o que pode acontecer a qualquer momento.

— Investigou sobre essa história da família dela, estar a receber cartas suas ? — Mudei o rumo da conversa .— Sabe se ela está envolvida?

— Não achei nada de concreto. O remetente enviou as cartas com uma conta falsa por e-mail.

— Salvatore encontre essa pessoa, tenho o pressentimento que alguma coisa está nos escapando.— Quem quer esconder, Ara Blanche?......

— Estou monitorando essa situação. Já tem alguns homens nossos, seguindo sua família.— Salvatore continua parado me encarando, com uma expressão estranha.

— Fala logo o que quer dizer, antes que meta uma bala em sua cabeça.— Caminhei ao pequeno bar servindo uma bebida. Conferi as horas no relógio no meu pulso, constatando que já passava da meia noite.

— Sr. Mazzarella o senhor sabe que o conselho, está insatisfeito por ter matado Aleandro Alleanza, por uma amante — seu olhar era inquisidor. — Por outra, o Sr. nunca assumiu ela perante o clã como sua.

— Você sabe que ela apenas foi uma peça chave, para eliminar, o Alleanza, do nosso caminho. — repouso o copo sobre a mesa. — Nunca assumiria como minha perante o clã, ela não faz parte do nosso mundo, você conhece as regras.

— Então o Sr. deve casar, urgentemente, com alguma das filhas dos conselheiros.— levantou-se — Deve pensar em destino, para Ara Blanche, antes que o conselho o faça.

— Se já terminou pode retirar Salvatore. — esboço um sorriso desdenhoso , por sua ousadia. — Não pretendo me casar tão cedo, muito menos alguma mulher mesquinha.

O conselho, tem me pressionado para casar. Porque não é bom que o capo, não tenha uma mulher que possa o acompanhar em ocasiões importantes.

Muitos rumores são levantados. Todos os dias recebo sugestões, de filhas de conselheiros, como possível candidata, a mãe do futuro herdeiro do clã.

Não posso negar, que muitas delas já passaram em minha cama, e os pais acham que ainda são puras o suficiente para casarem com o grande Capô. Não passam de mulheres, oferecidas em busca de poder.

— Entendo que, o Sr. Mazzarella, tenha as suas preferencias. — pareceu escolher bem suas palavras.— Porém, já não é um jovem. Trinta anos, deve ter um herdeiro, para que possa ter tempo de ensinar-lhe, sobre seu futuro na organização.

— Tudo bem, neste momento preciso de todo apoio possível, para não iniciar uma guerra dentro do clã. — essa ideia de casamento, pode amenizar as coisas dentro da máfia. — Salvatore, trate de tudo, anuncie que irei fazer uma viagem , para estreitar algumas relações com alguns aliados.

— O senhor já tem em mente quem será a escolhida? — perguntou cauteloso tremendo por minha resposta, sei muito bem do que ele tem medo.

— Não se preocupe, não casarei com Giovanna. — bate em seu ombro.— Porém, pretendo levá-la em minha viagem. Quando voltar, prepare um evento, convidando todas as solteiras, dentro da organização, você já conhece o critério de seleção.

— Tudo bem, assim o farei. — Aceno positivo. — Para quando pretende viajar...?

— Dentro de um mês, tenho algumas reuniões importante, que farei antes da viagem.

— A viagem para Grécia na sexta feira, já está preparada. — Alertou. — O evento " Thessaloniki International Fair"

— Cancela tudo, não estou disposto a participar, e me ausentar por três dias.

— Impossível Senhor, será péssimo se não comparecer. — Consternou. — Sua presença, é aguardada por muitos, este ano, o evento acolherá empresários importantes, e alguns aliados.

— Certo, espero não me estressar mais do que já estou. — Afrouxo a gravata. — Seja eficiente e prepare tudo que for necessário, pois vou acompanhado.

— Ligarei a Senhorita Giovanna, a avisando. — Caminhou até a porta.

— Não, não levarei a Giovanna, nessa viagem. — Olhou surpreso. — Ara Blanche, será a minha acompanhante.

— O Senhor tem certeza? — A dúvidas em suas palavras. — Estará a expondo, correndo o risco que alguém possa descobrir sobre o seu paradeiro.

— Cuide de tudo, para que nenhuma imagem sua seja vá parar nos meus de comunicação. — Não dou um ponto sem nó. — Não é a primeira vez, que você lida com esse tipo de situação Salvatore.

— Com certeza Senhor! Tudo estará sobre controle.

— Está dispensado, vá para casa.

Caminho para fora da fala, estou exausto. Chamo o elevador, chegou na garagem, vou em direção do carro, e meus homens, abrem a porta do carro, adentro nele dando a ordem sobre o trajeto.

Vou ter com Giovanna, preciso aliviar minha mente , e ela sabe muito bem como fazer isso. Se não fosse uma vagabunda, provavelmente me casaria com ela.

CONTRAVENTOR Onde histórias criam vida. Descubra agora