CAPÍTULO 10

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Na manhã seguinte, sexta-feira, não haveria de dar aulas. Porque era um feriado na cidade alusivo ao dia de assunção.

Levanto da cama às sete da manhã, é habitual estar já em pé neste horário, e vou à casa de banho, faço a minha higiene pessoal.

Procuro uma roupa confortável para vestir, caminho em direção a cozinha para poder preparar o meu pequeno almoço.

Encontro a Graziela já acordada, o que para mim surpreendeu, normalmente ela acorda às nove da manhã.

Dou bom dia a ela que estava muito concentrada no seu portátil, responde-me também da mesma forma, e pede para poder preparar já o pequeno almoço para as duas, folgada!

Faço duas omeletes, dois chás de ervas, uma salada de fruta bem saudável, que não pode faltar por nada no meu pequeno almoço devido ao meu problema de saúde.

Nasce com um problema cardiovascular, a arritmia cardíaca que corresponde à alteração dos meus batimentos cardíacos, o que pode tornar os batimentos mais rápidos ou mais lentos, resultando em sintomas como cansaço, palidez, dor no peito, suor frio e falta de ar. Desde então tenho tomado muita atenção a minha alimentação.

Após servir o café matinal, chamo a Graziela que ainda estava distraída no seu computador.

— O Enrico voltou a ligar-me ontem, dizendo que quer me ver para conversarmos. — comentou enquanto servia o seu copo de suco.

— Você falou que ontem no vosso jantar, seria o término. — Seu rosto está pálido. — Por que ele ainda tem que ligar para você? — questiono.

— Olha estou cansada dele, no princípio tudo parecia uma maravilha! Isso por que ele  mentia. — confessou sincera. — Mas quando começou a ser violento, e ameaçar-me por tudo, o amor que sentia por ele, no mesmo instante começou a morrer. — as lágrimas escorreram no seu rosto.

Vou ao seu lado, e a envolvo num abraço frouxo. Pode tentar me enganar, mas sei que ela ainda o ama, esse homem não faz nada bem para ela. 

Ele agrediu-a algumas vezes, mas nunca toma coragem para denunciá-lo, o homem não passa de um covarde.

Sempre  diz que não podia denunciá-lo, por ser um cara envolvido com o crime, e que poderia fazer mal a ela, ou a sua família. Mas não concordo com isso, não deveria ter medo de um covarde como ele.

— Precisa dar um fim nisso amiga, ou nunca poderá haver outro relacionamento, porque ele vai continuar atormentá-la. — confesso, preocupada.

— Você tem razão amiga, por isso pensei em viajarmos, mas cedo para Veneza. — Hesitou em suas palavras. —  Eu tenho que conversar com ele, para dar um fim nesta história ainda hoje, o que acha? — falou esperançosa.

— Mas eu ainda não posso partir, antes de terminar a última semana lá com os pequenos. — afirmei. — Mas você pode viajar o quanto antes, não quero que se encontre sozinha com aquele homem, ainda pode machucá-la. — estou preocupada.

— Infelizmente já confirmei que falaremos hoje, se não o fizer é bem capaz de me seguir até Veneza, seria típico obsessivo da sua parte. — retruca seca.

— Sei não, não concordo com essa ideia! Acho melhor eu ir ter com ele no seu lugar. —  Um arrepio percorreu todo meu corpo. —  Eu  falarei para que a deixe em paz, e que você já mudou de planeta, e nunca mais poderá haver outra vez. — declarei, enquanto voltava ao meu assento na pequena ilha da cozinha.

Sorriu e abanou a cabeça em negação.

— A amiga tem certeza quer fazer isso por mim? — pausou e eu assenti. — O deixaria bravo, e não quero que a machuque por minha causa.

— Não se preocupe o que você tem que fazer e pedir para poderem se encontrar num local público, e hoje mesmo arrume as suas coisas, e vá à casa dos seus pais em Roma. — falei confiante tomando o meu suco.

— Amiga muito obrigada, por isso estar-lhe-ei a dever mil favores nesta vida, vou sentir muitas saudades suas ouviu. — Seus olhos brilharam. —Estarei ansiosa que você me encontre logo em Veneza, para desfrutamos o bom dessa vida. — disse expectante se aproximando e abraçando-me, depositando beijos no meu rosto.

— Não se preocupe, em uma semana a encontro por lá, e nos divertimos o máximo possível. — Retribuo o seu abraço. — Quem sabe perco a minha virgindade, ou encontro o homem perfeito e vivo um romance de verão. — suspiro, esperançosa, preciso esquecer o Alessandro.

— Claro que você vai, dessa você não escapa. — Falou maliciosa. — Vou encarregar-me pessoalmente para que essas teias sejam tiradas neste escaldante verão. — sorriu e deu um beijo na minha bochecha novamente.



















Cap ✅✅✅✅✅

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