CAPÍTULO 51

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Ara Blanche

Finalmente chegou o dia da consulta, confesso que estou nervosa. O plano de Amelie pode dar errado, e vou me ferrar muito nas mãos de Lúpus.

O meu maior medo é que ele descubra essa gravidez, estou angustiada pela vida que está crescendo dentro do meu ventre.

Encaro-me o meu reflexo no espelho, estou com olheiras profundas minhas noites são atribuladas, nos últimos dias pesadelos constantes atormentam-me. Reconheço que Amelie tem sido um ombro amigo, mesmo sabendo que está deixando-se em risco, por mim.

Levantei andando até o roupeiro, ainda é meio dia, e o clima está fresco. Decidi usar um vestido de alça floral, nos pés calcei  um tênis confortável. Com os meus cabelos presos num coque mal feito, sai do quarto em direção a cozinha.

Vejo Amelie, perfeitamente arrumada de forma simples, usa um macacão de alfaiataria em tom pastel, é a primeira vez que a vejo sem o uniforme de trabalho habitual. Era um pouco estranho a ver sem a costumeira roupa de governante.

— Ainda bem que chegou, já estava preparando-me para ir atrás de você. —  reclamou impaciente.

— Desculpa pela demora, estava procurando uma roupa adequada. — Servi um copo de água tomando-o direito.

— Você está ótima, mas agora vamos porque é hora de almoço deles. — pegou sua bolsa , saindo da cozinha e logo fui atrás de si.

Para que o plano de Amelie, desse certo, um ponto importante era que devemos sair no horário de almoço dos seguranças. Segundo ela, neste horário temos maior possibilidade de sair sem suspeita.

Apesar de não partilhar a mesma opinião que a dela, pois eu já estudei todas as saídas possíveis para minha fuga, e nunca ter encontrado uma abertura minimamente facilitada.

— Você tem certeza que vai aguentar ir pelo porta mala?— chegamos a garagem, e fomos direto ao carro, assenti concordando

Devo esconder-me no porta mala do carro, para não ser vista a sair com Amelie. Provavelmente o carro não vai ser revistado. Pelos anos de trabalho  nesta organização, existem alguns critérios de informalidade com Amelie.

Entrei no porta mala , me aconchegando bem pela estrutura. Tento controlar a minha respiração, por consequência do nervosismo e do medo, a porta é fechada, o silêncio predomina.

Depois de poucos minutos , o carro é ligado e Amelie sai dando partida. O movimento do carro é reduzido e a uma paragem. Isso não estava nos planos , meu corpo fica tenso só de imaginar, que fomos pegas.

— Senhora Amélie, boa tarde posso saber aonde está indo? —  Escuto uma voz masculina, provavelmente deve ser um dos seguranças.

—  Boa tarde Pietro, tenho uma consulta marcada com o Dr. Corrado. Não se preocupe, Lupus tem conhecimento de meus exames de rotina. —  responde com tranquilidade.

—  Certo quero assegurar sua proteção , darei a ordem para alguns homens acompanharem.

— Não é necessário Pietro, eu vou e volto rapidinho. Não é a primeira vez que saio sozinha para fazer uma consulta.

— Senhora Amélie, tenho ordens superiores para não deixá-la sair sozinha desta casa — Meu Deus e agora , esse homem vai descobrir tudo.

— Pietro não acha que tenho mas a idade de cometer uma besteira. Sei muito bem como funciona a máfia e o que Lupus é capaz de fazer. — sua voz parece alterada.

— Desculpe, mas são ordens superiores, se o senhor Mazzarella descobrir a minha vida estará em risco.

— Pietro não se preocupe, ninguém precisa saber. Prometo que em uma hora estarei de regresso.

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