ARA BLANCHEAcordei sobressaltada, sonhei com os meus pais. Faz um bom tempo que não sonhava com eles.
Confesso que ter falado com a minha tia, deixou-me um pouco calma, por saber que eles estão bem.
Não me perdoaria, se alguma coisa acontecesse por minha culpa. Por outro lado, estou preocupada com, Graziela.
Tenho que tentar entrar em contacto, com ela de algum jeito. Tenho o dever de alertá-la de tudo que está acontecendo, ela deve proteger se.
O Sr. Mazzarella, não é idiota, não sei até quando vai acreditar, que eu era a namorada de Enrico.
Levantei e calcei os chinelos, ainda é madrugada, Amelie, deve estar dormindo.
Aquele homem não aparece aqui a dias, o que é bom para mim. Visto-me cobrindo o meu corpo pelo frio da noite.
Caminho em direção a cozinha, acendo as luzes e preparo um chá. Enquanto esperava, observei a neblina da noite, pela vidraça da janela sobre a pia.
Servi o chá sem açúcar, me atrevendo a ir ao jardim externo.
A área externa da casa é confortável, composta por plantas, vasos, mobiliário e pedras.
Há pergolado com plantas trepadeiras, uma mesa grande, e uma passagem de madeira entre as pedras.
Antes de chegar até a mesa vejo, o Sr.Mazzarella, sentado de costas conversando com, Salvatore.
Cogito recuar devagar para não ser vista, mas falho miserável, parece que esses homens têm sensores. Pois olham para trás me encarando de imediato.
— O que faz aqui, acordada a essa hora ? — Lúpus perguntou rapidamente, enquanto Salvatore olhava-me em reprovação.
— Desculpa, não sabia que estavam aqui! — Segurei a chávena entre os dedos para não derrubar. — Vou retirar-me.
— Não mova-se de onde está, até responder a minha pergunta. — Lúpus, insistiu impaciente, não sabia que eles estavam na casa, droga.
— Pretendia estar um pouco ao ar livre. — justifiquei-me, sustentando o meu olhar.
Ele pareceu estudar as minhas feições, como se procurasse verdade em minhas palavras.
Ficou me encarando em silêncio, por alguns minutos, que pareciam anos. Direcionou seu olhar para, o Salvatore, fazendo um sinal, e ele retirou se deixando me sozinha com, o Lúpus.
— Porque não venha aqui Ara. — Falou finalmente, me deixando confusa. — Não pretendia, estar ao ar livre?
Não sei o porque, mas, estava desconfortável. Não sabia o que ele pretendia fazer.
A última vez que fui pega perambulando pela casa à noite, aconteceram coisas aterrorizantes contra mim.
— Vou entrar, não queria incomodar e muito menos ser inapropriada. — Não confio neste homem, o melhor a fazer é recuar.
— Não serei repetitivo, venha e sente.
Falou irritado, eu poderia recuar e correr o risco de ser castigada por isso, ou sentar e esperar saber o que esse homem vai fazer comigo.
Optei por caminhar em direção a mesa cautelosamente e sentar. Ele sentou no mesmo banco perto demais do meu corpo.
O nosso olhar era direcionado pelo extenso relvado do jardim, o silêncio era predominante, o que assustava-me.
Estava tão nervosa que havia esquecido o meu chá, tomei de uma vez só, para acalmar o meu nervosismo.
— Você acredita em Deus, Ara Blanche, ou em alguma divindade? — Sua mão foi de encontro a minha cintura, tentei me afastar, porém ele pressionou com mais força.
Sua pergunta não fazia sentido nenhum. Porque estaria ele me perguntando tal coisa. Se eu acreditava em Deus? ou alguma divindade.
Eu acreditava sim, mas será que essa é a resposta que ele pretende ouvir.
— Quero a verdade, não pense em mentir para mim. — sussurrou parecendo ler meus pensamentos.
— Eu acredito sim em Deus, os meus pais sempre falavam do quanto é importante termos uma crença.
Após ouvir minha afirmação, ele sorriu descontroladamente como um louco. Não entendo sua reação, ele é um louco mesmo, que reação mais bizarra.
— Doce Ara... você é tão inocente. — Cheirou a extensão do meu pescoço, causando-me arrepios. — Se o seu Deus existisse, ele nunca permitiria que você caísse em minhas mãos.
— Talvez seja você... que caiu em mãos erradas. — Ganhei coragem, e o encarei afrontando-o.
— Se pensa que tem algum controle sobre mim, está enganada. — acariciou meu rosto, me encarando colérico.
Afastei o meu rosto, olhei novamente pela grama do jardim. Suas mãos ainda prendiam minha cintura de forma possessiva. A minha mente estava um turbilhão com os meus pensamentos.
— Porque não me deixa ir ...? Ou me mate ? Você já tem todas as informações sobre mim. — Lágrimas silenciosas escorriam em meu rosto, não teve a coragem de olhar para si. — Já usou o meu corpo, para satisfazer os seus desejos.
Não obtive nenhuma resposta, mas sentia sua respiração pesada, era palpável a sua irritação pela minha ousadia em questionar.
Mas eu precisava saber, o porquê de estar em cativeiro, mesmo que precisasse o desafiar.
Suas mãos viram meu rosto, para o encarar, sem aviso prévio seus lábios tocaram os meus num beijo urgente e desesperado, eu não correspondia o seu beijo.
Suas mãos entraram em minha blusa acariciando o bico de meus seios, criando um desejo em mim já conhecido.
Correspondo o seu beijo, deixando cair a chávena de minhas mãos. Puxa-me para sentar em suas pernas, arrancando gemidos dos meus lábios.
O seu beijo é feroz e urgente, sinto mordidas em meus lábios, chupava minha língua prazerosamente.
Meu casaco é retirado, e a alça de minha blusa é puxada para baixo. Sua boca vai de encontro ao bico dos meus seios, me causando sensações eletrizantes.
Sua mão livre aperta minha cintura, juntando os nossos corpos.
— Você está me deixando louco. — gemeu, antes de tomar os meus lábios para si.
Ouvimos um barulho de passos , e rapidamente saltei do seu colo cobrindo os meus seios com as mãos.
— Desculpe, Senhor Mazzarella, não queria ser inoportuna — Amelie, falou constrangida olhando para mim e o Lúpus.
Agradeço mentalmente , por Amelie ter chegado antes que eu cometesse uma loucura novamente.
Não acredito que me entregaria tão fácil ao Lúpus.
— O que faz aqui a essa hora Amelie. — Lúpus praticamente gritou com ela, estressado, a ereção na sua calça era evidente, e nem deu-se o trabalho de esconder.
— Senhor são cinco da manhã, fui acordar Ara para começarmos o trabalho. — Olhou para mim, com incerteza. — Não a encontrei no quarto, mas sabia que ela devia estar por aqui, pois é um lugar que ela gosta muito de estar em casa.
Ele não disse nada, apenas e retirou-se a passos duros, chateado sem olhar para mim. Visto-me com a minha blusa, e o casaco que estava jogado ao chão.
— Vai me contar direito, que estava acontecendo aqui. — Suspirou. — Agora vamos entrar, porque, o Lúpus, deve estar furioso, por ter estragado o vosso momento.
Não conseguia dizer nada a Amelie, como justificaria que estava quase transando com o pessoa que eu jurei odiar, aqui neste jardim sem me importar com o nada ao nosso a redor.

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CONTRAVENTOR
RomanceAra Couts Blanche, perdeu os seus pais muito nova. Os seus pais foram assassinados. O culpado não foi encontrado. Foi abrigada a viver com os seus tios. Depois de alguns anos, os seus tios decidem mudar da sua cidade natal, para viver em Nápoles. ...