CAPÍTULO 59

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ARA BLANCHE

Amelie estava arquitetando a nossa fuga nos últimos dias. Estou muito nervosa, temo por nossas vidas. Amelie confidenciou que o clã já sabia da morte de Lúpus, e que em breve eles irão apoderar-se de tudo que pertenceu a ele.

Está sendo impossível entrar em contacto com Graziela, deixei inúmeras mensagens em seu celular, mas sem resposta. Tenho muito medo, que Lúpus tenha feito alguma barbaridade com ela, nunca me perdoaria se caso ele a machucasse.

Todas essas emoções estão deixar-me esgotada. Não vejo hora de ter os meus filhos em meus braços. Falta tão pouco para os trazer ao mundo, no meio a toda tempestade, eu sinto que eles serão a calmaria para minha vida.

Hoje pela manhã , enquanto tomávamos o café no jardim. O Salvatore ligou para Amelie, dizendo que voltará à Itália para tirar-me desta casa, e fazer pessoalmente a minha proteção, pois este foi o último pedido de Lúpus.

Confesso que não esperava que o último desejo de Lúpus, fosse a minha proteção. Não entendo, após todo mal que sofre em suas mãos, esse homem mesmo depois de morto quer destruir a minha vida.

O Antônio Alleanza, quer vingança pela morte de seu sobrinho, sem sombras de dúvidas, eu sou um dos principais alvos desse homem. Amelie tentou esconder , mas acabei ouvindo sua conversa com Salvatore.

A ligação inesperada de Salvatore , fez acelerar os nossos planos. Não podemos correr o risco, que ele descubra sobre os meus filhos. Amelie decidiu que vamos partir hoje. Ela saiu e orientou-me a esconder-me no quarto de Lúpus, até a sua chegada.

Ao olhar as paredes deste quarto eu estou sentido mal-estar, tenho recordações horríveis deste lugar. O meu corpo está colocado de costas na porta, mesmo conhecendo cada cantinho deste quarto, eu ainda estou insegura para dar alguns passos.

Respiro algumas vezes tentando manter a calma, não posso ficar estressada por causa de minha gestação. Estou excessivamente a vinte minutos na mesma posição, no meu estado atual isso chega a ser um sacrifício.

Ignoro o desconforto e caminho pelo quarto, sentindo meus músculos se aliviarem. Apoio na batente da porta do closet e solto o ar que estava preso em minha garganta.

Os meus olhos observam todo cômodo, suas roupas e sapatos mantêm- se devidamente organizada no mesmo lugar. Não consigo ter empatia por esse homem, mesmo sabendo que carrego dentro de mim, um elo que vai ser para sempre.

Estou arrependida de pelos momentos que  sentia prazer, por seus toques no meu corpo. O desejo que consumui o meu corpo quando ele estava dentro de mim. Eu o desejei ao mesmo tempo que odiava.

Impulsivamente entro pelo cômodo, e abro a primeira gaveta que vejo, nela há uma arma de fogo que contém perfurações paralelas. Nunca segurei uma arma antes, mas estou curiosa para pegar.

A segurei com cuidado sentindo o seu peso e textura, alguns flashback passaram nos meus pensamentos. Escuto um ruído estranho. Rapidamente  escondo o meu corpo na porta do closet, com arma em minhas mãos.

O ruído fica cada vez mais nítido, meu corpo está em alerta. A porta do quarto é aberta e alguém passa por ela entrando no quarto, e fechando novamente.

— Senhor, já procurei pela casa inteira. — Ouço seus passos.— Não encontrei essa mulher. — O homem disse parecendo enfurecido.

Meu Deus quem esse homem, será que está atrás de mim. Desconheço essa voz, como esse homem conseguiu entrar nesta casa.

— Está bem Senhor, eu vou achar essa mulher! — Sua voz é áspera.

Amelie onde você está, por favor volta, faço uma oração silenciosa pedindo proteção para os meus filhos e pela minha vida...

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