CAPÍTULO 42

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Ara Blanche

Sinto a brisa fresca, tocando meu rosto. Causando um arrepio no meu corpo. O tecido delicado sobre o meu corpo, é confortável e aconchegante.

Passo minhas mãos na cama macia, fazendo-me desejar não acordar tão cedo desse sonho.

Espera aí... Cama!!

Abri os meus olhos, observando tudo à minha volta. O branco espalha-se pelas paredes do quarto, pela estrutura da cama e termina na mesinha de apoio.

As janelas num tom azul forte, deixam entrar luz. O tom mais claro de azul pode ser encontrado em algumas portas.

Sem esforço, faz-se notar a harmonia da decoração do espaço. Ainda sobre um lugar para as almofadas cinzentas sobre o sofá branco.

Que lugar é esse...

Sento na cama, atordoada com o esplendor deste quarto. Mas, como eu vim parar aqui? Passo as mãos no meu corpo, percebendo que estou com uma roupa diferente da que estava usando.

O vestido leve de cetim na cor preta, com alças finas, encaixa perfeitamente no meu corpo. O meu cabelo está bagunçado. O silêncio no lugar, me faz perceber que estou sozinha.

Quem trocou a minha roupa...

Afasto o lençol do meu corpo, descendo da cama com os pés descalços. O chão em madeira clara, dá uma leveza ímpar. A mesinha de madeira é a simbiose perfeita com o quadro pendurado na parede.

Caminho até a janela, os cortinados balançam com o vento, surpreendendo com a imagem do mar. As águas cristalinas pela luminosidade do por do sol, que trazem paz e tranquilidade.

As memórias surgem, como avalanche em minha mente. Após o desgraçado do Lúpus ter me jogado naquela cama e brigado comigo durante o voo, devido às minhas dores menstruais.

Lembro quando ordenou Andrea, a entregar algo para dor. O que ela o fez com uma certa hostilidade. Depois de alguns minutos, eu senti seu corpo abraçado ao meu.

Sua mão acariciava meu abdômen com delicadeza.

Não...não... Eu odeio esse homem!

Fecho os meus olhos, abraçando meu corpo. Porque ele fez tal coisa? Esse homem é louco, maníaco. Ele quer confundir meus sentimentos.

Manipulando tudo à sua volta, não posso permitir que ele continue a destruir-me.

Suspiro dando meia volta, disposta a sair deste quarto. Quando a porta é aberta de rompante, passando por ela uma mulher elegante, aparenta ter uns quarenta e poucos anos. Estatura média,de cabelos curtos, olhos pequenos.

— Ainda bem que acordou. — Disse fechando a porta. — Já estava preocupada com o seu estado. — Sua voz delicada, chama minha atenção.

Quem é essa mulher...?

— Quem é a senhora? — Engulo em seco. — Porque estou neste quarto? — Ela franze o cenho.

— Minha querida, peço desculpas, não me apresentei. — Ela sorri, forçada. — Pode tratar-me por Ophelia, o senhor Mazzarella orientou-me para cuidar de si.

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