CAPÍTULO 66

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Ara Blanche

Caminhava livremente pelo jardim. O outono chegou ,eu conseguia ver a queda das folhas no chão. Os dias tornam-se cada vez mais curtos em relação a noite, a brisa amena move o meu cabelo. 

 Os dias passaram a meses. Há seis meses! Estou a seis longos meses na casa do Alessandro. Nos primeiros meses a nossa aproximação, reduziu muito , a sua persistência em saber sobre o meu passado ,  afastou-me dele. 

Eu vejo em seus olhos, a vontade de proteger os meus filhos e a mim. Mas, a máfia está muito além do Alessandro, sua vida já está em perigo pelo simples motivo de esconderme em sua casa.

O que me surpreendeu foi conhecer um lado de Alessandro, que não imaginava. Esta casa é enorme , quase como a de Lúpus Mazzarella. A princípio fiquei confusa, como um Subdirector de uma escola possui uma propriedade como está!

  As minhas dúvidas foram esclarecidas, quando soube que o Alessandro é um herdeiro. O seu pai foi político e empresário no país. Alessandro abdicou dos negócios do pai, deixando a responsabilidade para sua prima Antonelli Rossi, enquanto ele construía uma escola para viver o seu sonho de lecionar.  

Ouvir essas palavras de sua boca, fez a minha admiração por ele intensificar. Como não se apaixonar por um homem assim, porque o destino foi injusto comigo!

Amelie tem ligado para saber como estou, segundo ela Salvatore, está perdido em suas buscas contra mim. Por outro lado, António Alleanza não desiste de sua vingança.

 — Senhorita Blanche, o jantar está pronto. — Mirko apareceu do nada, causando um susto em mim. — Que susto Mirko! 

— Não era a minha intenção, senhorita.

 — Tudo bem, a culpa não é sua. — Suspiro. — O Alessandro já regressou a casa ?

— Sim senhorita , o senhor Rossi  está na sala à sua espera.

— Obrigado, podemos entrar então.

Caminhei junto a si até a casa, entramos nos separando, quando ele foi para cozinha e eu prossegui até a sala. Alessandro, está sentado no chão brincando com Aurora , enquanto David apoia seus braços na mesa para estar em pé.

Os meus filhos cresceram tanto, e a cada dia que passa, a aparência de Lúpus é visível nos seus rostinhos. David é uma copia fiel do Lúpus,  é inevitável eu olhar para ele e não lembrar daquele desgraçado. O meu cabelo é a única característica que  minha Aurora  herdou.

 — Você cuida deles como um pai. — Sorriu olhando para mim.

— Oi… Não a vi chegar. — Levantou com Aurora em seus braços. — Mas eles são como filhos para mim.

Suas palavras são sinceras. Sem dúvida nenhuma, Alessandro tem cuidado muito bem de nós. Não só pelas roupas e o tanto de brinquedos, que compra para eles. Todo seu esforço para dar atenção devida a eles é inexplicável. 

— Você provavelmente seria um ótimo pai para eles. — David cai de bunda no chão e faz cara de choro. — Pego ele. — Não chora príncipe da mamãe.

Balanço o seu corpinho, Aurora estende suas mãozinhas para segurar ela também. 

— Calma aí princesa .— Alessandro, a movimentou para outro lado, rodopia seu corpo. — Nada de ciúmes, a mãe não aguenta tanto amor. — Cantarolou para ela.

Aurora é muito ciumenta com seu irmão.  A sua ligação é muito forte, eu amo tanto os meus filhos, se alguém pensar em afastar-me deles, acho que enlouqueceria.

Chegamos à sala de jantar, a mesa já estava arrumada. Alessandro comprou cadeirinhas para os meus filhos , mas eles detestavam sentar em suas cadeiras. A solução era um sentar nas pernas do Alessandro e o outro na minha. Todas as noites era do mesmo jeito, nós pareciamos uma família.

O jantar terminou tranquilo como todas as noites. Fui até ao quarto com os meus filhos enquanto, deixando o Alessandro na sala. Confesso que eu tenho saudades de seus beijos, mas evito ter uma aproximação  maior para não machucar-me.

 Eu sou apaixonada pelo Alessandro. Sempre sonhei viver um amor sem reservar com ele. A um conflito dentro de mim, uma parte pretende contar tudo que está acontecendo a ele, e nos permitir viver esse sentimento. A outra parte tem medo de o perder, por consequência do meu envolvimento com a máfia. 

Meu corpo se move de um lado para outro na cama, mas o sono não vem. Levanto e vejo os meus filhos dormindo tranquilamente. Verifico as horas no telefone, e vejo que  é meia noite. Eu não largo esse telefone de jeito nenhum , o levo para onde eu for. 

Saí do quarto coberta por um robe de seda, que Alessandro comprou juntamente com outras roupas.  Passei pelo corredor,  descendo as escadas. 

As luzes da sala estão apagadas, as luzes da noite refletidas pela janela iluminam o local. Ao chegar na cozinha, acendo as luzes, vou até a geladeira e servi um copo de água.

Vejo pela janela da cozinha a sombra de uma pessoa. De imediato meu corpo ficou em alerta. Descalço os meus pés para não fazer barulho, ando até a janela para ver melhor e reconheço a silhueta de Alessandro sentado na borda da piscina.  

— O que ele está fazendo aí uma hora dessa? — Droga! Será que vou até ele.

A minha mente diz não, mas o meu coração anseia estar próximo a ele. Vou ao seu encontro a passos lentos, cruzo os meus braços  em forma de proteção, abraçando o meu corpo.

— Não consegue dormir também! — Sentei ao seu lado, o questionando.

— Por que está acordada a essa hora? — Ficou surpreso com a minha aparição.

— O mesmo que você. — disse, e vê uma garrafa de vinho na sua mão.   —  A única diferença é que não estou bebendo.

— Não é nada demais. — Empurrou a garrafa, para outro lado.

Ficamos em silêncio por bom tempo, sabia que ele estava indiferente comigo por tudo que aconteceu.

— Você quer entrar na água? — Falou, quebrando o silêncio. 

— O que… a essa hora! — Nego, cruzando os braços, incrédula.— Não acho uma boa ideia.

— Por que não Ara?— Fiquei apreensiva. — Não tem ninguém por aqui a essa hora.— Levantou e retirou a sua camisa, dando a visão do seu peito desnudo pela primeira vez.

— Os bebês podem acordar! —  Desvie o meu olhar do seu corpo. — Além disso, não estou com uma roupa apropriada. — Estava constrangida.

— Por favor venha comigo. — Ele estendeu suas mãos para mim.

— Alessandro , eu acho melhor eu voltar para o quarto. — Estar com ele sozinha, será uma autêntica loucura.

— Confia em mim, por favor venha. — Sua voz parecia uma súplica.

Hesitei em segurar sua mão. Manteve a mão  estendida  em minha direção, olhando para mim ansioso. Eu estava com muito medo do que ele poderia fazer comigo, pois a luxúria em seus olhos é imensa.

Toquei sua mão levantado, ele sorriu satisfeito. Nossas roupas são removidas, estou vestindo um conjunto de calcinha na cor azul, enquanto ele está de boxer branco, meu corpo ganhou alguns quilos depois da gestação.

Minhas ancas estão torneadas, trazendo em mim um aparência de mulher e não mais de uma menina. Faz muito tempo que não exponho o meu corpo desse jeito a um homem.

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