CAPÍTULO 68

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Ara Blanche


Ouvi o barulho do telefone tocando, acredito que seja o Alessandro.

— Alô, Alessandro… aonde você está ? — Atendo aflita.

— Ara, não é o Alessandro. — Ouvi a voz de Amelie na linha. —  Você precisa, pegar os bebês e sair da casa de Alessandro agora. 

— Amelie o que está acontecendo?

— Não tenho muito tempo para explicar. — Sussurrou. — Dentro de alguns minutos eu venho pegar você, esteja preparada, não fale nada com o Alessandro.

Desligou a ligação não me permitindo saber o que está acontecendo. Sua voz estava angustiante. Meus Deus! Isso só pode significar uma coisa, eles me acharam. 

"Não…não… por favor senhor não permita que façam mal aos meus filhos. — faço súplicas  mentalmente"

Levanto rapidamente com os meus filhos no colo. Entro em casa cruzando com o Mirko, que fala alguma coisa , mas não prestei a devida atenção.

Após entrar no quarto, comecei a processar no  automático. Deixei Aurora e David sentados na cama que olham para mim com atenção, arrumo  uma bolsa com pequenas coisas.

 Ando nervosa de um lado ao outro. Passou uma hora e nada de Amelie chegar, eu já estava uma pilha de nervos por sua demora.

Peguei o telefone quando  a tela brilha mostrando uma  notificação. Ela chegou e está aguardando nos portões da casa. 

Com dificuldade segurei os meus bebês no colo, levando a pasta no ombro. Desço as escadas me deparando com Mirko de novo.

— Senhora aonde vai com tanta pressa? — Olhou para mim desconfiado.

— Eh…eh… eu vou  encontrar-me com o Alessandro. — Procurei uma mentira convincente. — Ele ligou e disse que tem uma surpresa para mim e os bebês então a gente vai seu encontro.

 — Porque não me chamou para ajudar? — Pegou Aurora dos meus braços.

— Você sabe que não gosto de incomodar. — Eu estava suando de nervosismo.

— Senhora estou aqui para servir. — Caminhamos até a porta principal. — O Sr. Rossi é capaz de  me demitir. — Seus olhos estão esbugalhados.—  Caso saiba, não foi  prestada  assistência à senhora.— Desabafou com medo de Alessandro. 

— Não se preocupe Mirko, ele não seria capaz. — O assegurei. — Você trabalha para ele há anos.

—  Acho que a senhora está enganada. — Falou incerto — Com todo respeito, mas não vê como o Sr. Rossi é apaixonado pela senhora! — Não o respondi, o que o fez calar.

Ao sair da casa vi um carro estacionado do lado de fora da propriedade. Achei estranho os seguranças não estarem fazendo rondas em frente a propriedade naquela hora. 

Desde a nossa chegada nesta casa, a segurança foi reforçada. O Alessandro fazia questão de ter vários seguranças na entrada da casa.

— Alguma coisa não está bem. — Meu corpo arrepiou, com uma sensação estranha. 

— O que disse senhora. — Mirko falou confuso.

— Não é nada de importante Mirko. — respondo sucinta.

— Cadê os segurança desta casa! — Mirko constatou o obvio. — O Sr. Rossi, não vai gostar de saber que abandonaram seus postos, em horário de trabalho.

— Mirko, eu posso prosseguir sozinha a partir daqui. — Recebi Aurora de seus braços. — O carro já está ali esperando. 

— Com quem a senhora vai? — perguntou desconfiado.

— Mirko não se preocupe, o Alessandro tratou de tudo.

Ando a passos largos, deixando ele parado no portão. Amelie desce do carro e ajuda-me com os bebês. Há duas cadeirinhas no banco traseiro do carro, agradeço mentalmente por Amelie ter pensado nisso.

— Amelie por favor. — Passo o sinto de segurança.— diz para mim o está acontecendo. — Falo assim que o carro entrou em movimento, prende o meu cabelo. 

— O Antônio Alleanza achou você Ara. — Meu coração falhou uma batida. — Ouvi pela madrugada uma conversa entre Aramis e Salvatore, dizendo que  o homem deles infiltrado no clã Alleanza.— Olhou o retrovisor. — Disse que o Antônio, encontrou finalmente a sua vingança contra o Lúpus. 

— Não aguento mais esse inferno. — Olho para os meus filhos que estavam brincando,  fazendo pequenos gestos.

 — Eu tenho passaportes novos. — Entregou um envelope. — Tenho um dinheiro que será o suficiente por um bom tempo. — Seu olhar está atento a estrada. 

— Eles sabem dos meus filhos Amelie? — Balançou a cabeça em negando, trazendo um alívio em mim.  — Aonde a gente vai? 

— Vamos sair da cidade primeiro.— Abri o envelope,  pegando a identidade falsa.— Depois a gente cria um plano de fuga emergêncial.

— O Alessandro está em perigo. — penso aflita. — Estou preocupada porque, podem fazer algum mal a ele por minha culpa.

— Ara o mais importante agora é a sua segurança. — Olhou rapidamente para mim. — Principalmente a dos meus netos . — Ela estava muito apreensiva. — Eles não farão nada contra o Sr. Rossi, tudo vai ficar bem.

Alguns minutos depois, foi tudo muito rápido quando sentimos o impacto forte de outro carro batendo contra o nós. O nosso carro é arremessado fora da estrada batendo em uma árvore.

Senti o sangue escorre do meu rosto devido ao impacto, minha cabeça dói  muito latejando,  causando tontura em mim. Ouvi  choro agudo dos meus filhos,  deixando-me desesperada. Olho para Amelie, que está desmaia com um corte em sua cabeça, superficial em sua testa.

— Amelie por favor acorde. — Choro desesperada mexendo seus ombros. — A gente precisa sair daqui. — Solto o meu cinto de segurança , vendo o carro  soltando mais fumaça no capô.

A porta do condutor é aberta de forma súbita, vários homens cercam todo carro, e um homem armado efetua dois disparos no corpo de Amélie. Grito assustada  tapando minhas orelhas com as mãos. 

— Não… nãoooo vocês mataram ela. — Meu grito é desesperado

Sou tirada do carro bruscamente pelos cabelos. Jogada no chão com brutalidade. Sou espancada diversas vezes pelo corpo inteiro, enquanto ouvia o choro dos meus filhos.

Cuspe bastante sangue, quando o homem parou de espancar o meu corpo. Não consigo mover  nenhum músculo.

— Por… favor não os machuque. — Minha voz sai em fio.

— Cala sua boca, sua vagabunda, você vai morrer hoje. — Sorriu  maléfico. — Não se preocupe, porque esses bastardos serão enterrados com você.

— Nã…ão… não , os meus filhos não.

Eu senti meu sentido enfraquecendo, a última imagem que vejo é de Aurora e David sendo carregados chorando muito, e tudo ficou preto diante dos meus olhos.

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