CAPÍTULO 34

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Caminho apressadamente, entre corredores e escadas. Giro a maçaneta, e entre fechando rapidamente a porta do quarto.

Suspiro pesadamente desprendendo, o ar que estava nos meus pulmões. Escorro o meu corpo pela porta, me posicionando de forma fetal.

Meu deus! Como isso foi acontecer. Aquele homem é perverso, e eu perco a minha sanidade, ou que resta dela.

Sinto um asco no meu estômago. Levanto-me apressadamente e corro até à casa de banho.

Apoio as minhas mãos sobre o vaso, vomitando tudo. Dou descarga, mas lágrimas inundam o meu rosto, me fazendo sentar no chão frio.

Odeio, Lupus Mazarella, o meu corpo trai-me a sentir prazer, ao seu toque em mim. Nunca havia sentido tanto prazer, tão eletrizante e pecaminoso.

Recrimino-me por sentir isso, por homem que mantem como refém contra a minha vontade.

Obrigando-me a ser uma escrava sexual, dos seus desejos nórdicos. Privatizando os meus sonhos, escolhendo as minhas vontades.

Não posso ter-me entregado daquela forma. Retiro o meu vestido com as mãos tremulas, o jogando ao chão.

Adentro ao Box o ligando, a água correr sobre o meu corpo, misturando-se com as minhas lágrimas.

Esfrego o meu corpo fortemente, na tentativa de retirar vestígios, de tudo que aconteceu.

A minha pele já doía, pela sensibilidade que os meus gestos frenéticos causaram.

A derrota estava evidente sobre mim, machucar-me não mudaria as ações que aquele homem causava.

Não podia fazer o que ele mesmo já faz. Preciso ser forte o suficiente, para poder sair deste lugar.

A minha vida não pode acabar neste lugar, sobre domínio destas pessoas. Devo ser forte o suficiente para encontrar uma escapatória.

Movida pela determinação instantânea, sai do Box enrolada numa toalha. Caminho até ao quarto e procuro uma roupa confortável para vestir.

Verifico a porta se realmente está devidamente trancada. Repouso o meu corpo sobre a cama.

Fazendo pressas aos céus, para que esse homem não volte a procura-me está noite.


Alguns dias depois


Cortava os legumes em cubos, assim do jeito que, Amelie, havia orientado. Faria um típico trato tradicional italiano.

O Ravioli, é uma das receitas italianas originais mais apreciadas no país, mini pastéis recheados com ingredientes diversos, a massa é feita de ovo e farinha de trigo.

Antes de sair para atender um chamado do, Sr. Mazzarella , Amelie havia já confeccionando, bem a sua massa.

Terminei os legumes para o recheio. Já havia provado em alguns restaurantes da cidade está receita, mas devo confessar que, Amelie, o fazendo parecia muito melhor, e mais saborosa.

Eu gostava de cozinhar, até porque quando vivia com, a Graziella, ela mal tocava as panelas.

Mas definitivamente nunca chagaria ao nível hard de Amelie.

Essa mulher é um máster na culinária. Aproveitava ao máximo que podia, para aprender muito com ela.

Nos últimos dias tenho pensando nos meus tios na minha madrinha e no Liam. Como devem estar? Será que procuram por mim?... Graziella, ela deve estar a morrer de preocupação com o meu sumiço!

Se culpando talvez, pelo fato de eu ter sumido quando fui ao encontro o do seu ex-namorado, agressivo e controlador, que sei agora  que está morto.

Estranho saber que a minha vida, mudou tanto nestes últimos cinco meses, que estou presa aqui.

Meu Deus, passou-se cinco meses! Essa certeza assusta-me por inteira.

Os meus meninos na escola , o Alexandro já deve ter casado. As saudades corroem-me, sinto tanta falta de tudo que me foi privatizado.

— O que esta fazendo menina? — A nossa que susto, esse homem é uma sombraaaa ou que!...

Olho para o causador do meu quase infarto, fulminante, e vejo Salvatore estático na entrada da cozinha.

— Estou cozinhado, não está a ver...? — tentei explicar, mas fui totalmente ignorada.

— O que você disse menina? — questionou impaciente.

— O senhor quer algo de mim...? Amelie orientou-me para tratar do almoço. — Observo o seu semblante fechado, como sempre. — Preciso terminar o almoço.

— Acompanhe-me agora. — Vira-se para sair da cozinha. Será que ele está surdo? Não quero ir a lugar nenhum.

— Mas senhor, preciso terminar o almoço, enquanto Amelie não chega. — Apresso em explicar antes que saísse.

— Não me justifique novamente, apenas faça o que lhe ordeno agora. — Fez um olhar ameaçador, o que me fez estremecer toda de medo.

— Sim senhor, vou desligar o fogão. — Apresso os meus passos para alcançá-lo, caminho a passos calculados na sua direção. O que esse homem quer comigo?

Desde o dia que sai do escritório de Lupus, não o vê nos últimos dias, o que me deixou muito aliviada, para não ter que o encarar novamente.

Espero que tenha viajado, não quero cruzar-me com ele. Não sei qual seria minha reação ao vê-lo.

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