CAPÍTULO 22

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Acordo assustada, estou num quarto de hospital. Observo envolta tentando reconhecer algo.

Tento levantar-me, mas, uma dor forte, no meu peito faz-me parar. Esforço-me a levantar, eu preciso sair desse lugar. Preciso fugir e tentar voltar para casa.

Arrasto-me até o casa de banho e olho-me ao espelho, lembrando-me do que havia acontecido, aquele homem iria estuprar-me!

Lágrimas involuntárias escorrem pelo meu rosto, estou magra, meus lábios rachados. Olheiras profundas adornam o meu rosto.

Olho para o chuveiro e fico tentada a tomar um banho, para me livrar do toque daquele homem no meu corpo.

Fico indecisa, mas prefiro ir embora logo, não quero ser surpreendida por ninguém!

Volto para o quarto e ajeito a minha camisola, olho ao redor procurando algum telefone, mas não encontro nenhum.

Essa é a minha oportunidade, para poder sair desse inferno que estou. Finalmente conseguirei voltar para minha família, e contar tudo que aconteceu comigo, durante todo esse tempo.

Abro a porta devagar e olho para os lados, o corredor está vazio fico indecisa para qual lugar vou e decido ir para esquerda. Ando-me a apoiar nas paredes, entro em outro corredor e continuo a andar, e não avisto ninguém e fico muito aliviada. Sei que estou num lugar desconhecido, todo cuidado se torna importante.

Avisto um elevador e aperto o botão. Encosto-me na parede e aguardo chegar nervosa e já ficando cansada. As minhas mãos suam, e a minha respiração está ofegante.

A porta se abre, afasto-me da parede e vou para frente da porta. Olho para o elevador e me assusto com o que vejo.

O senhor Mazzarella, estava parado e olha para mim intensamente.

— Para que lugar, acha que está vai Ara? — Pergunta sério.

Afasto-me do mesmo, até me escorar numa parede. Salvatore surgiu atrás dele. Olhando-me com pesar e logo levei a mão até o meu rosto tentando esconder-me.

O meu peito se aperta novamente, aquela sensação má está de volta, e mais forte que antes. Sinto que sou amparada, antes de cair ao chão e tudo escurece novamente.

 Sinto que sou amparada, antes de cair ao chão e tudo escurece novamente

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Acordo novamente naquela cama de hospital. O senhor Mazzarella se encontra sentado numa cadeira perto de mim.

Olha para mim indiferente, como se estar ao meu lado fosse um estorvo para si.

— Não tente fugir novamente. — Alertou impaciente. — Não serei piedoso como fui agora.— Seu olhar é frio.

Retraio-me na cama e o mesmo levanta-se. Caminha pelo quarto como se estivesse a pensar num plano.

Usava um dos seus ternos escuro, parecia ser muito caro como os demais que possuía.

Não sei quanto tempo fiquei desacordada, mas olho pela janela e vejo que está escuro.

— Não quero a sua compaixão, tudo que estou passando é culpa sua! — Meus olhos ardem por conta das lagrimas.

— Você ainda não viu nem a metade, do que eu faço com insolentes. — Levantou e caminhou até a cama. — Tome cuidado com suas palavras, não tolero insultos.

— Eu odeio você, devia ter me matado quando teve oportunidade. — Apertou os meus pulsos com raiva. — Eu prefiro a morte, do ter a sua maldita piedade.

Seus olhos estão em chamas, seu rosto está endurecido de raiva. Não vou permitir que esse homem me destrua.

— Você tem toda razão, realmente eu devia a matar. — O seu rosto está centímetros do meu, nos olhos travam uma batalha de resistência. — Não vou perder, a oportunidade de o fazer, de novo.

— Você é um homem cruel, sem dignidade nenhuma. — Sinto um nó na garganta. — Por que está fazendo isso comigo?. — Seguro as lágrimas. — Diz me, por que priva a minha liberdade..?

O médico que tinha um crachá, na sua bata hospitalar com o nome de Vicenzo Ezparta, entrou no quarto e olho-me e sorriu.

Deve ter percebido o clima tenso que estava, quando Sr.Mazzarella se afaste do meu corpo.

— Que bom que acordou, preciso conversar com você. — falou ele para mim de um jeito sério.— Você tem um quadro clínico grave, uma doença cardiovascular. Recomendamos uma cirurgia para corrigir o quanto antes.— declarou direito.

As suas palavras não trazem choque nenhum para mim, pois já conhecia bem o meu quadro de saúde. Só nunca achei que seria necessária uma intervenção cirúrgica.

— Você já sabia do seu quadro de saúde? — perguntou, diante do meu silêncio.

Balancei a cabeça afirmando, e escutei o senhor Mazzaella, suspirando do outro lado.

— Ótimo! Então resta dizer-me que uma da suas artérias está com má formação, então quando sofre um stresse o sangue não consegue bombardear em devidas condições. Isso levaria a um enfarto fulminante — explicou o médico.

Estava chocada com a situação e, em simultâneo, cética. Não posso confiar nessas pessoas, fui sequestrada e agora sou mantida como refém, dos seus atos imorais.

— Não pretendo ser operada pelo senhor! — Declaro, meus batimentos cardíacos, estão acelerados.

— Senhora entenda que o seu estado é grave, como profissional devo assegurar o seu bem estar.— fez menção de aproximar-se.

— Não encoste em mim. — Gritei, o assustando. — Você é tão perverso, como essas pessoas, que estão me mantendo em cárcere privado.

— O meu trabalho é mantê-la viva, e vou fazê-lo, mesmo que a senhora descorde. — Ignorou, o meu pedido de ajuda.

— Quero voltar para minha casa. — Abraço minhas pernas. — Deixem-me ir embora, prometo não contar nada a ninguém. Por favor, só quero sair daqui... — Meus olhos estão nublados por lagrimas.

Começo respirar com dificuldade, o médico tenta aproximar de mim, mas não o permito.

Cai da cama e busco por respirar, e não consigo, esforço-me, mas o ar tornasse sufocante.

— O que ela tem porra? ... faça alguma coisa, ela está morrendo, Vicenzo. — Ele segurou os meus braços, parecendo aflito.

— Por favor se afaste , ela precisa respirar...— O doutor protestou a sua aproximação, sobre mim.

O senhor Mazzarella começa a gritar com o médico. E junto se aproximam de mim, tento gritar, mas minha voz não sai e repentinamente tudo escurece novamente.

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