CAPÍTULO 50

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Ara Blanche

Apertei os meus olhos com intensidade, não quero acreditar que seja verdade.

Minha cabeça dói por conta das lágrimas que insistem em cair. Sinto uma dor profunda em meu peito, que prende o ar que escapa de meus pulmões.

Faz exatamente uma semana que descobri sobre a gravidez, até ao momento, anseio que tudo não passe de um sonho, e eu possa acordar a qualquer momento.

Eu culpo-me pelo que aconteceu, talvez eu seja realmente a culpada. Mas, ele é o principal culpado, por tudo que o mesmo fez comigo.

A primeira vez que ele esforço-me a ter relações íntimas com ele. No dia a seguir Amelie, deu para mim a pílula, para evitar que o pior pudesse acontecer.

Mas o que havia acontecido na biblioteca eu não contei a ela, porque fazia parte do meu plano, fingir que gostava de seus toques para ganhar toda a sua confiança e fugir. O que eu nunca imaginei é que mais uma vez ele não usasse a camisinha e fosse tão imprudente.

Mas, depois daquela viagem, tudo ficou muito confuso para mim. O meu corpo correspondia facilmente ao seu toque, deixando-o levar-me para o seu inferno pessoal.

Amelie tem medo que a minha estória seja semelhante ao que aconteceu com à mãe de Lúpus, e provocar a ira daquele homem poderá matar o meu filho.

Tentei a convencer com uma possível fuga mas ela diz que vai ser pior, não sabemos como o Lúpus, reagiria quando soubesse desta criança.

Assim como a mãe dele foi caçada até a morte pelo seu pai, que retirou a criança, matando a sua mãe, Para o transformar no monstro sem escrúpulos, sem compaixão, ele pode fazer algo pior.

Não posso deixar que isso aconteça, os meus pais cuidaram de mim  até ao leito de suas mortes, e devo fazer o mesmo com o meu esse bebê.

Eles morreram, cuidando de mim até o ultimo dia de suas vidas, naquele fadigo dia que foram assassinados. Meu coração aperta só de imaginar, que alguma coisa possa acontecer.

Caminho em direção a cozinha, adentro e não vejo Amelie, em canto nenhum. Vou em direção ao seu quarto. A porta estava entreaberta, ela falava ao telefone, me apavorei na hora. Entro rapidamente no quarto com a intenção de roubar a sua atenção para mim.

As batidas do meu coração aceleram, aflição é evidente em meu rosto. Amelie, faz gesto de silenciamento, com o indicador sobre os seus lábios.

Será que ela fala com aquele monstro? Ando de um lado ao outro, totalmente desorientada.

— Por favor, se acalme, você está muito nervosa — desligou a chamada, encarando-me preocupada.

— Amelie, com quem estava falando ?— questionei sentando em sua cama. — Não era aquele monstro certo?

Só de pensar que pode ser o Lúpus, falando com ela deixa-me apavorada.

— Não, Ara, estava falando com o doutor— caminhou até a porta e a fechou — Agendei um exame para você, nesta semana.

— Como assim? Estou proibida de sair desta casa — levantei em suspensão, o que ela diz é impossível.
— Aquele homem vai descobrir e vai matar-me.

— Se acalme, esse médico é um amigo de confiança — sorriu confiante, pegando em minhas mãos — Darei um jeito para que vá a essa consulta, precisamos saber como esse bebezinho está — tocou minha barriga acima do uniforme de serviço.

Amelie tenta passar sempre palavras de conforto , mas eu sinto que ela também está apavorada com a notícia.

— Tenho medo Amelie, existe um batalhão fazendo a proteção desta casa — afastei do seu toque, suando frio. — Não conseguiria sair dessa casa, sem dar nas vistas.

— Já tratei de tudo, a única coisa que lhe peço é não tentar fugir — seu olhar foi repreensivo.

— Não farei nada, que possa colocar a vida do meu filho em risco. — Falo convicta.

Apesar de pensar na possibilidade de perder essa criança ao abortar. O medo é ainda maior, à sensação de que estaria cometendo um erro fatal me assola.

— Ainda bem que você pensa nesta criança, agora você tem uma vida para proteger. — Guardou o telefone no seu bolso.

Fiquei tentada em pedir o telefone. Para ligar aos meus tios, ou mesmo em minha madrinha, eles provavelmente saberiam o dizer-me neste momento.

— Como vou esconder uma gravidez por tanto tempo? — esse pensamento vem me atormentando desde o dia que descobri da existência desta criança — Ele vai descobrir, e vai nos matar.— Faço um gesto de proteção contra o meu ventre.

— Não sei como vamos esconder essa criança até nascer. — Diz pensativa. — Mas, o Lupus não pode saber dessa gravidez de jeito nenhum.

— Como ele não vai saber Amelie — gritei transtornada — Aquele monstro é um mafioso, que comanda a metade do país. — Sento na cama outra vez.

Eu não tenho segurança nenhuma, enquanto continuar nesse lugar. A cada segundo eu imagino ele adentrando pela porta principal e descobrir tudo apenas com um simples olhar.

Vejo Amelie, chegando perto de mim, sentando ao meu lado. Suas mãos repousam em minhas pernas.

— Esse bebê tornou-se uma fraqueza para o Lúpus. — Olho para ela confusa. — Dependendo de como ele receberá a notícia. — Fala com pesar.

— Algo dentro diz que ele não aceitará essa criança. — Desabafo. — Ele não amará esse bebê. Não vou suportar se ele matá-lo. — Choramingando.

Meu peito aperta, e passa um filme em meus pensamentos de tudo que eu vive nesses últimos meses.

Ele roubou todos os meus sonhos. Afastou-me das pessoas que eu mais amava. Agora eu estava esperando um filho seu. Uma parte dele estava dentro de mim, como um elo de ligação perpétuo.

— Tenha fé, não vou permitir que Lupus machuque você, e muito menos esse bebe. — limpou as lagrimas em meu rosto. — Não permitirei que a história volte a repetir. — suas palavras pareciam de arrependimento.

Mesmo que Amelie, prometa ajudar-me , meu coração diz que nem ela é capaz de conter a ira deste homem.

Não importa o que possa acontecer, vou lutar para proteger o meu filho, seja de quem for, nem que eu de à minha vida lutando por isso, até que não restar nada de mim.

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