CAPÍTULO 37

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Ara Blanche


Às três da tarde já havia terminado todo o serviço. Passei a manhã toda evitando os olhares questionadores de Amelie.

Literalmente eu fugia, porque nem eu conseguia explicar as minhas atitudes.

Cruzei com Lúpus, uma única vez pela manhã, eu limpava as escadas quando ele e Salvatore adentram ao seu escritório, ele nem fez questão de olhar para mim.

Recrimino-me,  por ter cedido tão fácil para aquele homem, como fui inconsequente.

Estava na área externa, tentando escapar de Amelie, quando vejo um carro entrando pelos portões da casa.

Pelo tempo que estou presa aqui, os únicos visitantes que conheci foram aqueles homens, ao lembrar me causa calafrios. Pelo ângulo que estava não conseguia ver quem é.

— Estava te caçando, Ara. — Amelie surpreendeu-me — Está fugindo de mim , porque?

— Não estou fugindo, Amelie. — Falei indiferente. — Estou presa neste lugar contra minha vontade, não posso estar trancada o tempo todo, ou vou enlouquecer.

Analisou minhas feições cautelosamente, realmente não posso estar todo dia trancada entre aquelas paredes, principalmente quando aquele homem está aqui.

Abracei o meu próprio corpo, em forma de proteção.

— Não tenho como ajudar, essa casa é fortemente vigiada. — deu alguns passos enquanto caminha, na minha direção. 

— Amelie, eu sinto que você não quer ajudar-me. — Estava cansada de suas desculpas. — Tudo que diz para mim, é para confortar-me.

— Não fale tal coisa, mesmo que saísse daqui, o Lúpus, a encontraria facilmente.

— Porque Amelie?... Diz me, o que esse homem quer de mim? ele quer vingança? — Lágrimas já escorriam pelo meu rosto. — Não entendo porque, me aprisiona neste lugar.

— Calma minha menina...o Lúpus não quer vingança, ele não vingaria se desse jeito.

— Então o que ele quer de mim?... quantos anos ou meses, serei aprisionada neste lugar.?

— O Lúpus, é um homem impiedoso, assim como foi o seu pai. Ele foi criado para matar e ser implacável, com os seus inimigos. — Suspirou com pesar. — Você não consegue ver Ara?

— Amelie não entendo... o quer dizer ? o que não estou vendo?

— Sua inocência, não a permite ver o que está diante de seus olhos. — Deu um sorriso contido.

Esse homem é implacável, eu sei perfeitamente. Eu vi no dia que matou aquele homem que tentava abusar de mim.

Era frio e calculista, até com Amélie e Salvatore, ele não confiava em ninguém, era nítido em seu olhar.

— Ara , a princípio eu achava que era coisa da minha cabeça, mas depois ver vocês juntos ontem. — Observou, certificando-se se realmente estamos sozinha, e prosseguiu. — O Lúpus, está apaixonado por você, e acho que nenhum dos dois ainda percebeu.

Não... Não, isso não pode ser verdade, Amélie deve estar enganada. Aquele homem não tem coração, ele nunca amara ninguém.

— Não é possível... você está errada. — O arrepio percorreu meu corpo. — Eu não quero, que ele me ame. — falei desesperada.

— Eu sinto muito Ara, mas eu conheço o Lúpus, desde os seus quinze anos de idade, e nunca o vejo desse jeito.  — Pegou minhas mãos. — Mesmo que eu ajudasse, seria inútil, pois ele vai atrás de você, não importa onde estiver.

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