Confusões e circunstâncias

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Grayskull House's | Los Angeles

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Os olhos da loira focaram na híbrida, a cauda estava balançando atrás dela lentamente de um lado para o outro, suas mãos estavam presas a uma almofada confortável enquanto era apoiada sobre os cotovelos.

- Eu tenho outra pergunta - a entidade disse após apertar na barra de espaço do notebook posto sobre a cama da universitária, Adora decidiu que era hora de mostrar algumas das coisas boas da internet para a incubus - Como a mãe da policial foi tão rápida em chutar a porta e mirar uma arma na direção delas? Eu quero dizer, foi muito rápido até para processar.

- Ela é uma conselheira, tem uma filha teimosa e desobediente, e absolutamente morre de medo de uma invasão da população de Zaun. É o mínimo que ela saiba usar uma arma - Adora explicou sorridente, achando adorável a expressão confusa da morena em direção a cena em pausa

- Não, é um absurdo. A Vi não espera ter uma arma, só acerta as pessoas com os punhos, a mãe da namorada é apenas louca.

- Você está terminantemente com raiva porque uma mulher de meia idade usou uma arma?

- Tudo bem, vamos partir de um ponto mais justo. Se por acaso eu apontasse uma arma para um filho, provavelmente iria chorar por uma semana apenas por puro arrependimento e remorso.

- Que tipo de demônio você é?

- Isso é uma pergunta retórica? - A sobrancelha da mais velha franziu - Eu não gosto dessa série, ela me deixa confusa.

- É engraçado ver seus últimos dois neurônios entrando em colapso, acredite. Está quase acabando - A loira soltou a própria almofada e agarrou o braço da entidade - Você pode aguentar um pouco mais.

- Isso é tortura, eu gosto mais do homem de lata.

- É ferro. Homem de ferro e não, você não gosta. Apenas está obcecada pela armadura reluzente dele.

- Eu gosto de coisas brilhantes.

- Então pode começar a prestar atenção na Mel e assim vamos seguir com essa série, estamos na melhor parte e definitivamente não vamos parar agora - Adora puxou um pequeno selo do bloco adesivo e o colocou sobre o braço da nais velha, fazendo com que sua forma híbrida fosse controlada - Para o caso emergencial, se Glimmer aparecer eu ainda não sei como explicar...

- Eu entendo - Catra deu um sorriso leve para poupar a mais nova de explicações - Tudo bem, eu também não consigo imaginar qual seria a reação dela.

Nos últimos dias Catra havia se tornado mais compreensiva do que nunca tanto quanto a loira. Adora passou a ouvi-la e questionar coisas que achava um absurdo em livros, a maioria delas foi desmentida, como por exemplo uma parte do texto que mencionava a incubus como dona de um harém, nas figuras era mais como uma casa de prostituição infernal. Híbridos e mulheres humanas aprisionadas pela mais pura lúxuria enquanto atendia aos desejos de um demônio do sexo.

Foi um dos maiores motivos para que a humana fervesse em fúria e sequer conseguia ouvir a morena depois do que leu. Seus pensamentos estavam em toda parte e, honestamente, não se podia saber o que teria acontecido se Catra não tivesse a beijado enquanto prometia que iria ser sincera dessa vez, muito provavelmente as coisas continuariam descarrilando até algo ruim acontecer.

Felizmente ao todo as duas estavam passando muito bem por isso, não era tão ruim quanto Adora pensou que fosse. Talvez sua teoria de que o diabo nem sempre era o culpado se encaixasse na própria filha também, Catra não podia parecer mais impressionante enquanto assistia atentamente as cenas das últimas maratonas. A loira nunca pensou em vê-la tão interessada em entender algo diante de seus olhos, algo que ela estava genuinamente atraída pelo menos.

The Devil's Touch - Catradora (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora