O toque do anjo - IV

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Jerusálem | Anos antes

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─ Então você fugiu porque um lunático que deveria ser o seu adorado irmão quer tomar você como esposa? - Catra mostrou as presas ao pensar no quão caótico isso parecia ─ O paraíso é mesmo bizarro.

─ Quero dizer, não sei ao certo se ele realmente desejou isso… Mas me sinto encurralada quando ele está por perto - Adora abraçou a si mesma e esfregou sua pele ─ Já se sentiu sufocada? Como se a qualquer momento você pudesse ser forçada a fazer algo que não quer?

─ Todos os dias, princesa - Catra inclinou a cabeça antes de voltar a se concentrar no caminho de areia que seguiam ─ O inferno não é um mar de rosas.

─ Como são as coisas lá? - O anjo perguntou com curiosidade

─ Imagine um castelo em ruínas mas com cômodos gigantes, o palácio do diabo foi posto sobre o que parece uma grande colina e logo abaixo temos um rio de lava fervente - A entidade gesticulou ─ No entanto, é frio como a Antártida às vezes.

─ Como isso pode ser possível? Dizem que a Antártida é congelante

Catra franziu a testa ligeiramente confusa enquanto verificava o sol se pondo bem ao lado delas ao caminhar em direção ao ponto mais alto de uma montanha.

─ Quantas vezes você saiu do paraíso?

─ Muitas - Adora deu de ombros

─ Muitas quanto? Não é possível que você não tenha ido à Antártida… O que é bastante confuso já que nós tivemos sérios duelos lá contra anjos guerreiros.

─ Apenas anjos guerreiros com mais conhecimentos cruzam os portões de Jerusalém. Não vi nada além das fronteiras que Randor proporciona para nós proteger.

─ Nunca pensou em ser um anjo da guarda? Você teria oportunidade de ver o mundo e não é justo que fique presa a essa cidade. Só há idiotas bossais.

─ Miguel diz que não posso me expor aos riscos do mundo humano. Uriel… bem, ele diz que quer me proteger. Demônios normalmente tem bastante interesse em seres de luz, nós seríamos capazes de fornecer energia máxima ao inferno se - Adora parou abruptamente ao notar que estava falando informações importantes sem parar

─ Não vou machucá-la, se é o que está pensando - Catra murmurou ao notar o corpo tenso do anjo

─ Você acredita em profecias? - Catra pensou a respeito antes de encará-la ─ Acredita que pode estar destinada a algo?

─ Claro, além disso já tenho um destino de merda traçado - A mais velha suspirou ─ Tenho uma noiva, sou a filha do diabo, minha mãe é uma vadia.

─ Lilith? A mãe dos demônios, certo? Sua família deve ser um pouco estressante.

─ Sim, ela é. Mas sobre Lilith, não pense que ela merece o título que tem. É uma boa mãe, mas terrível como esposa. Ela nos proporciona mais dor de cabeça do que qualquer outra pessoa existente. Você é irritante, mas somos opostas e eu não a odeio, mas ela ultrapassa absurdos.

Adora quis comentar sobre o assunto em questão, ela realmente gostaria de entender como um demônio tinha problemas familiares quando sequer sabia que poderiam ter preocupações desse tipo, Catra parecia bastante incômoda ao falar sobre sua mãe, a loira cogitou a possibilidade de que sua infância tivesse sido um grande desafio, mas também optou pelo seu silêncio.

─ E você? Tem alguém que deixa sua paciência no limite? - Catra devolveu a pergunta de forma igualmente curiosa

─ Meus irmãos, minhas irmãs - Adora sorriu ─ Somos uma grande família feliz e complicada, eu acho…

The Devil's Touch - Catradora (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora