Dois demônios e um anjo em LA

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Los Angeles | Lux

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Catra enxugou o canto da sua boca com a toalha vermelha, ignorando a presença de Octavia que a observava no canto da sala descaradamente, encarando seu torso nu e torcendo subconscientemente para que a tolha por um milagre divino fosse capaz de cair do seu pescoço.

A morena estava em sua forma híbrida, o círculo protetor em seus aposentos foi cercado com pó do inferno, onde as cinzas formavam uma barreira queimando qualquer demônio ou anjo que se atrevesse a ultrapassá-la sem permissão da incubus.

─ O que? - Catra ergueu uma sobrancelha para a entidade de cabelos trançados, em sua forma humana e completamente deslumbrada com a visão em sua frente.

─ Apenas observando, você fica bem em sua forma demoníaca. É quase irresistível - A mulher mordeu seu lábio, descendo seus olhos lentamente enquanto a inspecionava por uma terceira - ou quarta - vez.

─ Ainda bem que sou quase, você não está com sorte essa noite - A incubus deu de ombros e permaneceu de pé, mantendo uma distância segura de seu demônio informante ─ Eu tenho perguntas.

─ Terei prazer em respondê-las, Wayne - Octavia sorriu ─ Me diga o que quer saber.

Catra parou em seu lugar, passando distraidamente a toalha novamente no lado direito do rosto

─ O que você sabe sobre relacionamentos humanos? - A de olhos verdes brilhantes endireitou sua postura, um pouco desconfiada sobre a origem da dúvida ─ Eu quero dizer, não entendo o comportamento físico dessas pessoas. Bem, o ensino médio deve ser uma fase realmente humilhante no século 21, mas a faculdade é terrível. Há drama demais em relacionamentos e eu não posso entender como isso funciona.

─ E você precisa dessa informação para…? - Isso soou mais como uma frase esperando um complemento, mas a morena também estava se perguntando o mesmo e ela não sabia.

─ A Adora - Catra comprimiu os lábios enquanto apertava a ponta de sua toalha ─ Ela não tem problema algum, por que ela é a alma mais pura que encontrei quando ela poderia ser como um deles?

─ Seus pensamentos estão em toda parte, Catra - Octavia franziu as sobrancelhas ─ Eu não entendo o que você quer saber. Relacionamento humano ou comportamento da sua humana, ela é uma universitária com a síndrome de virgem Maria e isso não deveria ser um problema para você.

─ Mas é. Acho que estou… não sei, cativada por ela.

─ Você é um demônio, não um anjo. Não use essa palavra, nós não ficamos cativadas. Nunca, você entende isso?

─ Seja lá o que isso significa, estou curiosa. Eu não consigo pensar em outra coisa que não seja a maneira que ela explica coisas de seu cotidiano tão espontaneamente ou as suas habilidades humanas com aquelas coisas irritantes que balançam enquanto são seguradas por uma agulha atravessada no tecido da mochila… oh, ou então como ela parece insegura quando não há nada de errado com ela, entende?

Octavia permaneceu boquiaberta por alguns segundos depois de Catra observá-la esperançosa aguardando uma resposta positiva sobre todos seus pontos estranhamente bem analisados em apenas um dia.

─ Tudo bem - A entidade se ergueu e gesticulou com as mãos, se aproximando da incubus que estava com uma expressão confusa ─ Catra, você tem se alimentado enquanto tenta… foder com essa garota para condená-la?

─ Eu - Catra engoliu em seco, enrolando seus dedos juntos para se manter calma ─ E-eu não consigo… Acho que há algo errado, eu não tenho uma vítima e além disso… não consigo pensar em uma nova estratégia-

The Devil's Touch - Catradora (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora