Jerusalém | Cidade Antiga
Solstício de Verão
[...]
─ Desejo concedido, Morningstar. Me faça sua.
Já havia algum tempo desde que a entidade se sentia vulnerável, como se algo arrancasse as palavras de sua garganta e a impedisse de esboçar qualquer coisa.
Era preocupante, Adora fez com que ela se sentisse assim desde o momento em que a encontrou em uma cilada.
Agora, ela quem estava caindo.
Mais uma vez.
─ Estou torcendo para que você tenha certeza do que está me dizendo agora, princesa - A híbrida murmurou ─ Eu não sei o quanto de controle me resta quando se trata de você. Não quero assustá-la mas o que estamos prestes a fazer não tem mais volta-
─ Eu entendo - Adora a interrompeu ─ Reconheço isso e estou concordando, por que está hesitando?
─ Você não deve entender seus efeitos sobre mim, Adora - Pareceu doloroso para a princesa do inferno admitir tal coisa, seu maxilar enrijeceu após sua fala ─ É totalmente cruel que você me deixe tão perto de um abismo quando sequer temos certeza de alguma coisa.
─ Do que você quer ter certeza?
─ Que você vai ficar depois disso - Catra sentiu seu estômago revirando ao se dar conta do quão longe havia chegado, mas já era tarde demais para recuar, então ela apenas deu um passo a frente enquanto segurava uma das mãos do anjo entre as suas ─ Não quero que isso seja nada para você... Eu- não quero ser nada pra você, Adora.
─ Eu nunca disse que isso poderia acontecer-
─ Não significa que não possa - A maior franziu a sobrancelha ─ Um dia nós vamos ser empurradas em posições que não gostaríamos, tudo que preciso saber é de que maneira você pode me garantir de que nós ainda seremos algo?
Houve alguns segundos de silêncio. Naquele momento, algo dentro da entidade quebrou, Adora nunca poderia lhe dar uma garantia, ela sabia bem disso.
E não podia culpá-la por isso.
Eventualmente poderia restar tudo ou nada para elas e o mundo continuaria girando como deveria, suas vidas iriam se seguir de qualquer maneira, independente de qualquer uma de suas escolhas.
─ Não podemos garantir nada realmente, Catra. Tudo que posso dizer é que temos tempo agora e quero aproveitá-lo com você. Não há nada que eu deseje mais agora. Você pode ser vulnerável comigo.
Lentamente, como se a híbrida estivesse dando tempo para que o anjo se afastasse, sua cabeça se abaixou em sua direção. Ao primeiro toque de seus lábios quentes depois de algum tempo, os olhos de Adora se fecharam.
Foi incrivelmente gentil, como se a princesa do inferno estivesse com medo de afugentar a loira. Elas se beijaram sem pressa alguma pelo que poderia ter sido dez segundos ou dez minutos antes que a morena separasse seus lábios com cautela.
Ao abrir os olhos, Catra encarou os olhos azuis do anjo. Adora apenas sorriu para garantir que estava tudo bem, aparentemente feliz com o gesto.
─ Você ainda pode fugir, princesa.
Ela observou as feições da híbrida e negou com a cabeça imediatamente, lambendo seus próprios lábios antes de seu sorriso desaparecer, cedendo espaço para uma expressão de intensidade.
─ Não vou a lugar nenhum.
O primeiro beijo foi lento e gentil, este foi rápido e necessitado. Os lábios da entidade pressionaram contra os do anjo como se não pudesse ter o suficiente dela e quando Catra gentilmente mordeu seu lábio inferior, Adora não pôde deixar de abrir a boca em um suspiro prazeroso. Aproveitando-se disso, a princesa do inferno enfiou a língua em sua boca, a loira jurou que sentiu o templo girar. Sua língua acariciou gentilmente a dela como se pedisse permissão para cada movimento. Estendendo a mão, Adora enlaçou seus braços em volta do pescoço da maior, acariciando seus cabelos, beijando-a de volta com todas suas forças.
VOCÊ ESTÁ LENDO
The Devil's Touch - Catradora (G!P)
ChickLitAVISO: [+18] Contém intersexualidade (Catra G!P) [Não autorizo nenhuma reprodução ou adaptação desta história] Quando Catra Morningstar Wayne, a híbrida demoníaca, princesa do inferno e também uma incubus responsável por levar homens e mulheres à be...