Amizade

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– Liv, vai mesmo conversar com ela? – Perguntou Steve ao lado da janela, olhando para fora. – Sabe que não concordo com isso. Pode piorar as coisas.

– Não tem como adiantar mais essa conversa. – Respondi levantando os ombros. – Por mais que sinta que não deveria estar fazendo isso, por outro lado também não quero magoar ninguém, principalmente você.

Steve havia passado a manhã toda quieto em seu próprio mundo, ele não parecia querer falar, ou apenas era receio de arrumar uma outra briga. Ele sabia que não tinha meios de me fazer mudar de ideia, então o máximo que conseguia era ficar na sua deixando que desistisse por vontade própria. Não posso dizer também que essa é a minha vontade, por mim não contaria, mas ela precisa saber da verdade. O futuro é desconhecido, vai saber o que pode acontecer, ela precisa estar preparada.

– Não é só com isso que estou preocupado. – Falou com a voz calma. – Liv, está acontecendo tantas coisas nesses últimos dias, que não podemos nos arriscar com nada. Você vai estar colocando todos que ama em perigo, junto consigo própria. E boa parte dessa culpa é minha.

– Steve. – Disse. – Não importa o que aconteça todos vão estar em perigo. No momento em que aceitei ajudar você sabia desde o início das consequências que elas trariam no futuro. Virar Inumana, ganhar poderes, Lencaster... A nossa relação, isso não estava planejado.

– As cartas mostraram alguns problemas de relacionamento que duraram vários dias, especialmente argumentos repetidos. – Apresentou o loiro, caminhando em minha direção. – Não há muitos assuntos, apenas 3 ou 4, mas eles voltam regularmente quando o casal está discutindo. Nenhum dos dois quer ceder e isso às vezes pode piorar a situação. – Conhecia essa frase, uma das quais aquele homem estranho, e pelo jeito parecia ter acertado em cheio.

– Não esqueça que as coisas vão surgir naturalmente, e no fim tudo vai estar resolvido. – Respondi – Então, vamos deixar que tudo aconteça como tem que acontecer. Tentar prever o que poderia ter acontecido, é a pior forma que podemos nos machucar. – Juro que não vou demorar. – Disse pegando minhas coisas sobre o sofá. – Steve, não vai acontecer nada demais, é apenas uma conversa. Além do mais, Clint vai estar por perto.

– Não gosto dessa ideia. Mas, se é o que você quer, quem sou eu para discutir. – Confessou caminhando em minha direção, puxando-me para mais perto. – Não posso mandar em você.

Por mais que essa última frase tenha parecido normal no momento, sabia a verdade por detrás dela. As acusações de Marcus parecem ter o afetado de um modo estranho e sério, e ele parecia concordar com elas...

Vi o sol que brota repentinamente criar luzes multi coloridas no cabelo embaraçado de Steve – tons de amarelo e laranja – e centelha cristalina em seus olhos azuis. Ele se curvou me interrompendo pelo toque dos seus lábios aos meus com delicadeza, um ponto de meu pescoço, pouco abaixo da orelha, causando um arrepio instantâneo.

– Tudo bem. – disse – Mais três minutos.

O primeiro beijo como casal mudou tudo na forma de observar e sentir. A boca de Steve parecia decidida e significativa, como um acordo selado, uma comparação idiota, todavia, era o que sentia. É impossível, sei que esta não é a resposta certa para meus problemas, mas não importa.

– Você precisa ir. – Avisou o loiro, com o rosto ainda próximo. – Antes que o problema piore... e a Wanda está na janela com o Clint, observando tudo. – Terminou com um sussurro, sentindo sua pele esquentar de vergonha e constrangimento pelo flagrante.

Olhei para fora sobre os ombros do homem alto, avistando uma figura pequena de cabelo loiro avermelhado com os braços cruzados sorrindo, ao lado de um homem de boné que sorria tão largo que poderia rasgar o rosto a qualquer momento. Deslocamos o corpo, rapidamente esperando que ambos entrassem e começassem o momento de piadinhas. Bem, seria bem pior se isso tivesse acontecido com o Sam.

Innocens - Capitão AméricaOnde histórias criam vida. Descubra agora