Começo do fim Part. II

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Percebi que existia algo errado quando Marcus saiu escondido entre as coisas para atender o telefone, e retornando depois de um bom tempo avisando que Sharon havia colocado seguranças para nossa proteção, tanto para ida quanto para a volta da festa. Apenas olhamos para ele e concordamos, não existia o que reclamar, segurança nunca é de menos.

Marcus parecia deslocado ali, entre as mulheres. Minha mãe e Milla pareciam em um paraíso enquanto terminavam de se arrumar. Como uma filha coruja podia dizer que ela era a mulher mais bonita do mundo, aquele cabelo curto cortado perfeitamente, em combinação com aqueles grandes brincos destacando ainda mais as maçãs do rosto. enquanto usava o conjunto escolhido no outro dia. Senhora Ruby estava no auge de sua beleza. E a garota ao lado não ficava para trás, existia muitas poucas situações quais eram possíveis de ver Milla usando roupas de festas e ainda mais estes tipos de roupas, se a deixassem viveria de moletom para sempre. O cabelo castanho curto apresentava pequenas ondas, dando um charme único, mostrando o pequeno pingente do brinco comprido que balançava sobre seus ombros. Usava um vestido até o joelho de tom azul de estampa lisa, com vários panos dando a sensação de volume acompanhado de um lindo sobretudo de pelo de um tom mais escuro. As duas mulheres mais lindas sem dúvida.

Marcus não parecia notar muito na aparência delas, mas sempre fazia questão de elogiar de como ambas estavam perfeitas. Ele parecia o mesmo de sempre, com seus ternos bem desenhados e o cabelo alisado para trás, a única diferença visível é que agora a roupa social era feita de veludo azul marinho, como os dos filmes da Disney. Mas podia notar que todas as vezes que direcionava o olhar em minha direção parecia sempre desconfortado, que me deixava inquieta na poltrona. Já estava arrumada com a roupa da festa, usando o vestido preto e os cabelos soltos sobre um xale vermelho, só que no momento parecia um tanto errado o visual, já que amarrei o chalé no pescoço de modo que poderia usar minha jaqueta de couro por conta do frio mesmo estando com o ar ajustado.

– Marcus, você está bem? – perguntei finalmente, quando se sentou ao meu lado esperando as duas. – Parece quieto, estranho... Olha, não estou brava com você, é sério. – disse virando o corpo. – Entendo que tudo o que fez, foi para o meu bem. Aquela briga toda, a discussão apenas vamos esquecer e aproveitar a festa, certo?

– Liv... – sussurrou, me encarando com aqueles olhos redondos e escuros. – Sabe, não gosto de brigar com você. Nem de lhe obrigar a essas coisas, só que não consigo ficar parado vendo as coisas desabarem, e ter que ficar quieto apenas olhando tudo de fora. Fazer você confessar tudo para elas foi a primeira parte, imagine se não tivesse feito como a situação estaria agora. Apenas quero que fique bem e segura, não é pedir muito.

Ao terminar de falar, ele estendeu a mão no apoio do sofá de modo carinhoso para que o segurasse como sempre fazíamos antes de toda essa história, na inocência do momento, e pela amizade e carinho que tinha por ele acabei esquecendo, apenas me dando conta quando nossas peles se encostaram, segundos depois, enquanto abria um sorriso sincero nos lábios que iam se fechando aos poucos. A sensação estranha de queimação do estômago, como as pontadas de agulha na cabeça apareceram do nada, meus poderes ficaram quietos por uns dias, só que agora pareciam voltar ao normal. Antes de ter a visão escurecida por completo, pude avistar Marcus percebendo que algo de errado acontecia.

Era tudo embaralhado, não conseguia definir ao certo o que eram, pareciam árvores, galhos... uma floresta ao anoitecer. Alguém corria entre elas, entre os pequenos espaços entre a mata, perseguindo ou fugindo, não dava para saber. Mas podia perceber o desespero, medo e o terror que o fazia correr daquele modo, o terno cinza escuro já não era o mesmo, com todos os rasgos devido aos arranhões, e as férias, existiam cortes profundos e sujos de sangues. Era Marcus, era ele quem corria em desespero e machucado; ele parecia todo sujo de sangue junto com barro. Meu coração apertou de forma medonha ao ver aquela cena...

Innocens - Capitão AméricaOnde histórias criam vida. Descubra agora