Realmente fazia a mínima ideia de quais eram as habilidades de Lencaster, mas mesmo depois de indo embora ainda não conseguia mexer meu corpo, só movimentar um pouco o pescoço, mas cada vez que fazia isso sentia ainda mais dor. Depois de falar a ameaça comprida de que ficaria parada por um bom tempo, ele simplesmente saiu pela porta da frente como se nada tivesse acontecido. Ao menos havia conseguido pensar um pouco em relação às coisas que ele acabou contando, mas ainda assim não conseguia pensar em uma lógica para tudo, pois no momento a raiva era maior.
Em uma fração de segundo, apenas desejei conseguir usar aquele escudo que aparecia sempre em meus braços, em forma de tentar me libertar daquele efeito, e para minha surpresa havia funcionado. Foi como uma sensação de arrepio e de repente a névoa estava ali em volta dos meus braços, liberando a magia, jogando meu corpo cair para frente de cara no chão. Tudo que mais queria no momento era acabar com a raça daquele cara. Tentei levantar no chão com dificuldade, olhando o relógio pendurado na parede no outro lado da porta, já começaria a escurecer e minha visão ainda poderia acontecer. Mesmo não sabendo o que aconteceria depois daquela fala, não poderia deixar de impedir que algo ruim acontecesse. Segundo Lencaster, ele quer que Steve sofra pelas dores dos outros, e com toda certeza ele faria isso.
Ao conseguir me manter em pé por alguns segundos, senti uma forte tontura atingindo. Precisava praticar mais esses poderes, ou sempre que eles aparecem acabaria com toda a energia acumulada que tinha. Brooklyn Bridge ficava vários km de distância, mesmo se fosse de carro até lá demoraria em média de 20 minutos, sem o famoso trânsito, claro. Precisava chegar lá de qualquer forma. Corri em direção ao quarto, usando as paredes de apoio, puxando uma jaqueta de dentro do guarda roupa e pegando minhas coisas sobre a estante.
Desci as escadas do prédio correndo, quase atropelando um casal que morava no andar de cima. Possuía poucas horas, daqui a pouco começaria a escurecer, e séria quando minha visão aconteceria. Poderia ser somente algo inútil, que nada aconteça, mas também poderia acontecer. Não sabia como meus poderes funcionava, se isso pudesse ser apenas uma prova que minhas visões eram reais e poderiam acontecer de verdade, eu precisava ir.
Chamar um táxi até foi fácil, para minha sorte. De forma que entrei no carro, parecia bastante óbvio minha presa, pois nem havia terminado de falar a localização o motorista já havia acelerado o carro. Levaria uma bela pronta dos loiros por minha desobediência. Ao olhar para fora da janela, passando em frente ao antigo prédio que funcionava a lanchonete, meus olhos se encheram de águas, lembrando da primeira conversa normal que tive com o Steve ali, sobre a fábula. Agora parecia que aquilo aconteceu a tanto tempo, e nem tinha completado um mês direito. Ainda podia lembrar das falas e da pequena moral do final, e vendo que no fim realmente fazia sentido. Podemos ver a briga entre e o Lobo e o Cordeiro acontecendo diante de nossos olhos ao vivo.
"– Quando Jean escreveu essa fábula, já tinha a consciência sobre isso. Não importa quanto o cordeiro, qual é o mais fraco e que possui a razão do melhor, ele sempre vai perder. Pois existe aquele mais forte com a razão, ninguém vai querer dar ouvido para o mais fraco, mesmo que ele tenha a razão. – Explicou ele novamente, fazendo com que começasse a entender, mas, enquanto já o entregava o café pronto sobre o balcão.
– Irei usar algo familiar para você como exemplo... – Disse, colocando os pensamentos em prática. – Capitão América, sem dúvida é o que possui a 'Razão do melhor' enquanto o governo possui a 'Razão do mais forte', não importa quanto a razão do melhor seja a correta e verdadeira, a sociedade sempre vai acreditar na razão do mais forte, no qual é o governo. Certo?
– Resumindo, de macaco de circo acabei virando o cordeiro peludinho. – Concluiu ele. Levantando a xícara como um brinde."
– Qual parte do parque, moça? – Perguntou o motorista, olhando para mim pelo retrovisor. – Para chegar mais rápido, é importante.
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Innocens - Capitão América
Romance"Há uma inocência na admiração: é aquele a quem ainda não passou pela cabeça que também ele poderia um dia ser admirado." Existem vários tipos de amor. Existem vários tipos de dor. Mas existem pouquíssimas pessoas capazes de suportar a dor que o amo...