Não posso dizer qual foi a parte mais bizarra das últimas horas, a gente fugindo do hospital ou desse meu pequeno trajeto sozinha para casa. Era tão estranho e engraçado, pois as pessoas todas se aglomeravam em frente ao hospital esperando que capturassem o Capitão America, enquanto o mesmo fugiu pelo telhado do prédio ao lado, com uma mão que acabou de passar por cirurgia.
Passei no mercado como Natasha disse e comprei um pouco de pão fresco e um pacote de biscoito que fui comendo durante o trajeto fechado, até conseguir encontrar um local onde os táxis podiam circular. E simplesmente ninguém virou para olhar, era apenas uma garota normal saindo de manhã. A medida que o tempo passava, as ruas começavam a encher de curiosos e jornalistas, bem, não entendia o motivo para tudo isso, mas ok.
A outra parte era que tinha a impressão de notar uma centena de crimes sendo cometidos em todos os lugares para onde olhava: bolsos eram furtados com a maior calma e paz do mundo, enquanto os policiais ficaram parados na frente de um prédio vazio. Ali estava a humanidade exibindo o que tinha de melhor e pior. As últimas vinte e quatro horas talvez tivessem sido as mais frenéticas na vida.
Olhando em volta para tentar se distrair, vi um homem ali perto. Estava sozinho, segurando o que parecia ser um estojo de violino, mas, em vez de olhar para a multidão na rua, ele olhava na direção oposta, para os prédios altos. Era magro, com cabelos loiros mais longos e vestia paletó e calça que pareciam ser de veludo cotelê. Calculei que devia ter uns vinte poucos anos. O homem levantou uma das mãos para proteger os olhos do sol, e notei que seus dedos eram longos e finos. De repente ele olhou para mim com o canto do olho e sorriu, tocando a testa em uma saudação casual. Seus olhos eram azuis, e o sorriso largo. Minha reação foi abraçar com mais força a sacola de pães em meus braços, e sair em disparada chamando o táxi mais próximo que passava ao local. Todavia, tinha sensação que o conhecia, seu rosto era bastante familiar...
Não havia nada de interessante, apenas peguei o táxi e fui em direção a casa, imaginando que talvez eles tenham chegado, já que demorei um bocado. Senti o celular vibrando no bolso da calça jeans, me fazendo lembrar que o mesmo ainda encontrava-se ali depois de tanto tempo, e em segurança. Eram mensagens da Milla, falando que Marcus parecia bastante nervoso e estressado, que ela o encontrou sem querer em um restaurante, conversando com uma mulher loira, provavelmente Sharon, e com uma bronca para parar de deixá-la no vácuo, o que eu juro que não era por maldade, apenas por memória fraca e pelos últimos acontecimentos. Estava com saudades dela.
E contrário do que imaginei, aproveitei os poucos minutos que restava sozinha, pois o time de salvadores ainda não havia aparecido, aconteceu alguma coisa ou apenas mudaram a rota. Tomei banho, em seguida desmaiando no sofá sendo acordada apenas o barulho do trinco da janela. Eles abriram com a toda normalidade e entraram um por um, olhando para mim com um sorriso estranho e medonho, além que Sam carregava quatro caixas de pizza... Steve foi o último a entrar e parecia um tanto atordoado? Não sei, mas suas bochechas pareciam coradas.
– Vocês querem levar a bronca agora ou depois? – Perguntou Natasha, indicando eu e ele com o dedo. – Admito que foi minha ideia, mas, vocês foram muitos descuidados! Agora a cidade toda vai ficar vigiada, já que o Capitão América foi visto novamente nas redondezas.
– Veja pelo lado bom. Lencaster não vai poder agir tão cedo. – Respondeu Clint, voltando da cozinha com uma cadeira e com vários pratos, colocando entre os sofás.. – E vai piorar a nossa investigação sobre a venda de armas. Porque tudo está acontecendo no mesmo momento, precisamos respirar também.
– O mundo nos odeia. – Retrucou Sam, servindo as pizzas sobre a mesinha de centro, tomando cuidado para não derrubar nada no tapete. – Tem algo que ninguém ainda está pensando, apenas eu. Como Lencaster sabia onde o Steve estava? Ao menos se ele soubesse dos nossos planos, e ter forçado tudo.
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Innocens - Capitão América
Romance"Há uma inocência na admiração: é aquele a quem ainda não passou pela cabeça que também ele poderia um dia ser admirado." Existem vários tipos de amor. Existem vários tipos de dor. Mas existem pouquíssimas pessoas capazes de suportar a dor que o amo...