Era um dia claro de sábado, a temperatura era agradável, tudo parecia indo muito bem até aquela hora. A movimentação da lanchonete era devagar; então tinha bastante tempo para pensar tudo o que aconteceu ontem, e pelo fato que desapareci a tarde toda de trabalho tinha que repor minhas horas perdidas.
Depois que eu fui solta do esconderijo, a minha vida tem parecido que é a mesma, sem nenhuma mudança, porém sabia que não. Marcel passou cerca de três horas na minha casa, questionando várias e várias vezes, sobre o que aconteceu pelo meu sumiço básico, era óbvio que tinha rolado alguma coisa, só não podia contar o que realmente aconteceu, mesmo que me corroeu por dentro mentir.
Milla também havia mandando várias perguntas do que aconteceu, perguntando se entreguei a carteira e descoberto quem era ele, pelo menos o nome, tive que mentir, falar que fiquei com medo na hora e acabei perdendo a noção do tempo, pois não me sentia bem. Ela não caiu nisso, preferiu esperar para o dia qual pudesse contar tudo, mesmo que não falasse nada, ela sabia de algo. Ainda brigava comigo por dentro. Para não ter confiado em meus extintos. Para não ir atrás dele, era uma tola.
Tudo isso ativou algo em meu cérebro, para ficar alerta com as coisas que aconteciam ao meu redor, minha pele formigou, tinha algo de errado acontecendo, podia sentir isso no ar. O meu segurança ou babá ficava dando voltas na esquina da loja, podia ver a movimentação dele no lado de fora, o ruim de saber e reconhecer que tem alguém te vigiando deixa muito mais fácil de perceber onde eles estão, não tenho culpa que sou uma boa observadora.
Os clientes comentavam sobre a quantidade de viaturas da polícia estacionadas pelas ruas, assim como os comboios da S.H.I.L.D, mais as notícias da TV que Tony Stark ainda bisbilhotava a região. A aparição de um novo inumano fazia com que todos ficassem alerta, e o bom herói "Homem Aranha" ficava cada dia mais famoso no youtube, causando debates antigos, sobre eles serem bons ou ruins, essa nova fase do mundo era perigosa, blábláblá.
Eu não podia fazer nada para ajudar, muito menos tentar fazer, era simplesmente uma menina normal trabalhando todos os santos Dias.
Minha atenção foi chamada pelo toque do sininho da porta de entrada, alertando a chegada de novos clientes. Era uma mulher asiática de cabelos preto usando uma jaqueta de couro, acompanhada por um homem. Eles sentaram no balcão, logo fazendo o pedido de duas xícaras de café. Eles podiam ser duas pessoas normais, se não fossem a conversa deles, informando que eram agentes da "Supreme Headquarters of International Espionage and Law-Enforcement Division" pareciam que não estavam preocupados sobre ser agentes secretos do governo ou algo do tipo, conversavam tão naturalmente que chegava até ficar estranho. Peguei os pedidos e os servi, só então notando que eles perceberam que prestava atenção na conversa deles.
– Algum problema, menina? – Perguntou a mulher com uma voz arrogante.
– Não, desculpe. – Respondi abaixando a cabeça sem graça com a situação.
–Tem algo que gostaria de perguntar? – Indagou o homem dessa vez, com um tom mais simpático que a asiática.
– Só gostaria de saber o que está acontecendo na região, pois dependendo do que for, teríamos que fechar a lanchonete por segurança. – Falei, da forma mais sincera e calma que conseguiria, era a mais pura verdade aliás, dependendo do que estiver acontecendo fechar as portas era a coisa certa de se fazer, o perigo podia estar em nossas portas novamente.
Ao escutar o ombro do homem com seus 50 anos de idade, ficou mais leve retirando um peso dos ombros, parecia que ele estava mais preocupado que eu, ou entendeu a minha preocupação.
– Entendo, infelizmente o surgimento de um novo inumano está causando toda essa confusão. – Ele respirou fundo, tomando um gole do café amargo. - Ainda não podemos dar muitos detalhes, mas caso comece a ficar muito perigoso, é melhor fechar as portas por um tempo.
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Innocens - Capitão América
Romance"Há uma inocência na admiração: é aquele a quem ainda não passou pela cabeça que também ele poderia um dia ser admirado." Existem vários tipos de amor. Existem vários tipos de dor. Mas existem pouquíssimas pessoas capazes de suportar a dor que o amo...