À noite começava a cair por de trás dos prédios, as nuvens pesadas e escuras acomodavam-se entre os espaços, diminuindo a claridade, deixando o tempo frio e bastante quieto. O dia que havia começado ótimo, com sorrisos, gargalhadas, abraços, beijos, agora terminava com caras fechadas enquanto um encarava o outro sem ter coragem de falar primeiro.
Os amigos dele foram chegando e cada um indo para um canto da sala, Wanda como a mais esperta, pegou a poltrona primeiro, fazendo com que Sam ficasse sentado ao meio entre Clint e Natasha. Todos prontos aguardando qualquer explicação do novo problema que enfrentávamos.
– Marcus apareceu e pediu para Liv contar a verdade, para sua mãe e para Milla. – Começou Steve, encostando na estante cruzando os braços. – Ela conta até amanhã de noite, ou ele.
As trocas de olhares silenciosos, explicava mais do que palavra dita no momento. Ninguém parecia concordar com essa ideia, ninguém queria arriscar a vida de ninguém, mas por outro lado estariam na pior caso não obedecesse às ordens de Marcus. Ele soube muito bem como nos colocar em uma emboscada sem meios de saídas. Precisávamos achar uma solução lógica, sem ter que ferir ninguém, qual todos saiam vivos e sem brigas...
– O que você acha, Steve? – Perguntou Clint, apoiando o corpo sobre os braços. – O risco que correríamos ao contar a verdade. Não conheço essas duas, mas precaução nunca é demais. Precisamos ter total certeza que não vão piorar nada. Já está muito difícil cuidar do Lencaster, e tentar descobrir sobre as vendas de armas.
– Não acredito que seja uma boa ideia. Como disse antes para Marcus, isso apenas colocarias as duas na linha de fogo, tanto para o Lencaster quanto para qualquer tipo de problemas. – Explicou Steve, levantando as sobrancelhas. – Apenas pelo fato delas saberem sobre a gente, elas podem ser presas como cúmplices. Não podemos contar, por segurança delas, não importa o que aconteça, quanto menos souberem melhor.
– Mas se não contarmos... – Disse chamando atenção de todos no outro lado. – Marcus não gosta de você, quer dizer, todos vocês. Ele disse se não contarmos para elas pessoalmente, ele mesmo faz esse trabalho. E se isso acontecer, vai causar mais problemas, pode nos entregar quando quiser, e no fim ele ficaria bem.
– Isso é uma ótima observação... – Comentou Clint, no silêncio matador. – Ele tem todos na palma da mão. A melhor hipótese seria contar?
– Não. – Avisou Natasha com a voz grossa e preocupada. – Não podemos. Se elas não conseguirem absorver a informação sobre a gente depois de tudo o que aconteceu. Vão ou não já nos entregar para o governo e o Marcus pode se aliar, por estar com raiva da menininha dele.
– Vocês não estão entendendo a gravidade do problema... – Murmurei, tentando controlar a calma lembrando da briga. – Os dois quase saíram na porrada. Steve o levantou pelo colarinho da roupa. Marcus está mais do que puto com ele. Se não contar eu mesma, ele vai ferrar com todos.
– Como assim? – Questionou Natasha, olhando para Steve furiosa e curiosa, pelo bom samaritano ter perdido a paciência. – Steve, o que aconteceu? Isso é novidade.
– Marcus falou um monte de.... – Podia jurar que ele falaria um monte de merda, mas sua educação para usar essas palavras ainda era maior. O homem loiro respirou fundo, continuando a explicação. – Verdade. Segundo ele, estamos transformando a Liv em outra pessoa, que a levamos para o lado da perdição. Que ela está mentindo, uma foragida... Que corrompemos.
Steve parou de falar apertando os lábios, olhando para mim com os olhos vermelhos. Por mais forte que seja ainda era um humano, e não sabia como escapar desse sentimento, talvez seria raiva, ódio, ciúmes, tristeza, amor, tudo ao mesmo tempo e misturado. Os outros ali sentados observando, não quiseram falar mais nada depois disso, meramente olhando para ambos esperando uma resposta concreta.
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Innocens - Capitão América
Romance"Há uma inocência na admiração: é aquele a quem ainda não passou pela cabeça que também ele poderia um dia ser admirado." Existem vários tipos de amor. Existem vários tipos de dor. Mas existem pouquíssimas pessoas capazes de suportar a dor que o amo...