G.I. Jive

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Uma leve brisa soprou em meu rosto, agitando o cabelo e dando arrepios em meus pés molhados que tocavam a água salgada do mar. De repente senti algo que não conseguia explicar. Como um balão sendo apanhado e erguido ao vento. Me senti leve pela primeira vez, senti-me livre. Steve ao longe, seguro na areia parecia um pai que olhava a filha brincar na água gelada, enquanto carregava os sapatos e as bolsas. Ele não reclamava, apenas ficava lá sorrindo dando pequenos acenos com as mãos cheias, por momentos cheguei mais perto chutando a água para que o atingisse, não dando muito certo já que sempre recuava para trás na hora certa. Sai da água sentindo ainda mais frio, pegando meus sapatos de volta, claro, além de fazer o homem loiro esperar retirar as areias e finalmente calça-los, e ele como sempre entregando como brinde um cachecol que continha dentro da bolsa. Era impossível não se apaixonar cada vez mais.

O tempo passou tão rápido que nem havíamos percebido que o céu deixava de ser um azul claro, tomando os tons escuro, junto com a chegada a friagem. Tudo parecia perfeito, as luzes das lojas e as cores vibrantes do parque, várias e várias músicas antigas formando o momento perfeito. Podia ser apenas coincidências, mas o responsável pelas músicas, escolheu justamente as músicas de sua época, então vez em quando era possível o ver cantarolando coisas, como G.I. Jive ou Boogie Woogie Blugle Boy, entre outras que sabia ser muito antiga, mas fazia mínima ideia de como se chamavam ou de quem cantavam.

– Onde vamos primeiro? – Perguntei. – Existe dois jogos, que você vai participar pois sei que vai ganhar os prêmios. – Ao escutar Steve apenas levantou as sobrancelhas desconfiado. – No tiro a e no teste de força.

– Liv, isso não teria graça nenhuma. – Respondeu, passando o braço envolta do meu corpo, seguindo para a entrada do parque junto com outras pessoas. – O melhor, é você tentar e testar suas habilidades. Acredite, querendo ou não um dia vai precisar usar.

O comentário era real, conviver com Steve, ou melhor com o Capitão américa e seu time obrigava querendo ou não ter pelo menos conhecimentos básicos sobre esses dois assuntos, e Steve odiava isso mais que todos.

– É mais fácil do que parece. – Voltou a comentar. – Mesmo tendo medo do que você poderia fazer com uma arma.

– Está falando que ficaria perigosa? – Questionei o encarando. – Você é uma péssima pessoa para julgar, olhe os seus dois melhores amigos. Acho que apenas o Sam, é um neném... Tadinho. – Steve me surpreendendo, apenas deu um peteleco atrás de minha cabeça, como um aviso.

O brinquedo do martelo ou do teste de força, qual o pino deveria acertar o gongo encontrava-se logo na entrada pela enorme quantidade de pessoas que adoravam tentar, e por ele ser bastante pequeno também. Existia umas 5 pessoas esperando a vez, em quando um homem responsável pela máquina mantinha-se ao lado com um microfone narrando com uma enorme empolgação as três tentativas de cada um. Paramos com uma certa distância até, apenas observando na medida que os concorrentes tentavam mostrar para suas amadas a masculinidade em forma de força, e para surpresa de todos ali, uma mulher de cabelos negros e ondulados sobre o ombro conseguiu uma distância bastante curta, ficando na frente dos outros e até mesmo de seu marido.

O apresentador, se é que posso o chamar assim viu que a fila diminuía e chamava as pessoas que passavam e observavam para tentar ver os limites de um humano usando o mjolnir do Thor. Steve, alto, loiro e forte como é não passou despercebido pelo chamado, ele gesticulou com ambas as mãos que não desejaria participar, enquanto eu o puxava para frente pelo braço sem mexer o músculo. Pela existência dos outros que assistiam aquela cena descontraída e bastante engraçada, gritavam e apoiavam para que ele participasse da brincadeira, desta maneira o convencendo.

Innocens - Capitão AméricaOnde histórias criam vida. Descubra agora