Não Sei.

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Hoje era o segundo dia em Sullivan com Steve e a falta do que fazer já começava a me deixar agoniada, como sempre. Diferente do homem loiro que parecia animado com essa nossa pequena férias, a qual já havia me puxado para olhar direito a casa várias e várias vezes, nisso devo admitir que sempre descobrimos coisas novas, que deixava o momento divertido. A pior parte foi quando achamos sem querer objetos que pertenciam à ex do Marcus escondido entre as coisas do sótão e várias fotos deles juntos, dando uma sensação de que invadimos demais sua privacidade. Esse era um assunto pelo qual ele se recusava em conversar, não importava o momento e as circunstâncias.

– Liv. – chamou a voz masculina por de trás do sofá. – Não quer contar mesmo o que está acontecendo?

Antes que me desse conta Steve já encontrava-se sentado ao meu lado colocando minhas pernas em seu colo. Seu olhar sereno e calmo, acalmava o nervosismo e um pouco disso que sentia em meu peito mas não fazia cessar por completo.

– Sabe que pode conversar comigo, certo? – voltou a perguntar, começando a massagear a ponta de um dos meus pés causando cócegas. – Anda muito quieta, calada. Você não é assim.

– Não sei. Esse é o problema. – respondi com sinceridade. – Estou cansada, só isso.

– De fazer nada? – perguntou ele dessa vez provocando mais cócegas de propósito me fazendo encolher as pernas segurando a risada. – É dessa forma que a senhorita tem que ficar. Quando estiver pronta, estou aqui para conversar.

Acho que não importava quanto tempo passasse aqueles olhos azuis perfeitos, sempre teriam um poder especial sobre meu coração, era assim que sentia, mas ao mesmo tempo sentia alguma coisa faltando. Uma falta de segurança talvez, de auto-estima. Fazia tempo que não me sentia assim.

– Estou com ânsia. – apresentei de modo aleatório. – Não ando me sentindo muito bem.

Isso não era mentira, desde aquele dia na mansão meu corpo começou a se comportar de forma estranha. Uma sensação de ânsia, enjôo, calafrio ficavam presos em meu estômago, a cabeça doía com um latejar infernal e tudo apenas piorou depois do meu encontro com o Sr. Fortune. Não percebi de imediato que Steve ainda mantinha os olhos sobre os meus, só que agora com uma outra expressão em seu rosto, uma expressão de dúvida?

– O que está sentindo? – questionou com a voz baixa e preocupada.

– Enjoo, tontura, sono, dor de cabeça... dores no corpo todo. – respondi, colocando uma das pernas sobre o ombro largo dele e o sofá, no maior esquema de preguiça.

– Não está grávida? – perguntou Steve com os dois olhos vidrados com uma das sobrancelhas levantadas. – Liv...

– Só se for do espírito santo e de você. – respondi de imediato com um sorriso. – Não posso negar que os sintomas são os mesmos, mas, não...

– Tem certeza? – Steve levou uma das mãos para meu pé atrás dele, voltando a citar. – Não está atrasado, certo? Não entendo muito dessas coisas mas...

– Absoluta. – respondi séria. – Está atrasado desde que virei inumana.

– Não acredito que estou tendo essa conversa. – disse ele, mas dessa vez dando um pequeno beliscão em minha pele, recebendo um chute de leve. – Ainda continua violenta, isso é bom sinal. Já pensou em ir ao médico, isso não é normal.

– Até agora não entendo como você me atura. – comentei sem conseguir conter o sorriso. – E não Steve. Já pensei até em ir, mas chegar lá com "Oi, tudo bem doutor, então eu virei inumana no caso meio alienígena e minha menstruação atrasou depois da transformação." – disse mudando o tom da voz, fazendo ele levar uma das mãos para o rosto. – Já falei várias vezes, não tenho nada atraente ou legal. Sou uma pessoa chata, monótona, que deixa tudo sem graça.

Innocens - Capitão AméricaOnde histórias criam vida. Descubra agora