Admiração ao fim

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 Liv.

"Como está se sentindo?" perguntou uma voz masculina ao longe sem que conseguisse decifrar quem era. Minha cabeça doía, tudo doía e aquela sensação de vômito havia voltado 10 vezes pior, tudo girava mesmo de olhos fechados e sentia que poderia desabar a qualquer momento. Esforçava para conseguir abrir os olhos e lembrar do que estava acontecendo, tudo que conseguia recuperar da memória era estar pegando um doce em minhas mãos quando me viro para o lado e vejo um sorriso branco em minha frente e uma pontada de medo. Um medo estranho, um medo que sabia que corria perigo e que não teria como voltar atrás.

Lencaster. Como uma onda de adrenalina meus olhos se abriram com uma força estranha retornando do nada com uma onda de horror, uma dor no peito sem tamanho e com os olhos se enchendo de lágrimas que começavam a escorrer, percebendo que a dor em meus peitos eram causados pela posição que me encontrava dando ainda mais terror. Meus braços estavam amarrados juntos para cima e água até metade das minhas pernas que devido ao frio que fazia no momento podia jurar não estar sentindo mais nada; estava presa dentro de um lugar que parecia uma piscina abandonada sem nenhum modo de escapatória. Tentei visualizar onde estava, para deixar a mente consciente por mais um tempo porém tudo o que conseguia ver era um lugar aparentemente abandonado cheio de caixas de madeira para todos os lados e tambores, parecendo mais uma fábrica e não uma casa e onde estava amarrada seria um tanque de algum tipo de produto.

— Vejo que acordou. Perdão pela situação que você se encontra. — disse a voz ao fundo se aproximando lentamente por trás conseguindo visualizar uma bota de couro escuro. — Sabe Olivia, não queria fazer isso, porém é a única forma de conseguir o que eu quero. Para fazer o Steve sofrer, preciso fazer você sofrer e só depois de um tempo percebi isso... O homem deve criar as oportunidades e não somente encontrá-las. Esperei por muito tempo por essa oportunidade e agora que tenho, não vou perder por... Você é idêntica a ela. Tenho que pensar que você não é a mulher que eu amo e que me amava de volta... Não, não, você ama ele! Você ama o Steve e não a mim, você é fiel a ele.

A voz de Lencaster era calma e fria, não demonstrava uma gota de sentimento ou compaixão ao falar cada palavra, nem mesmo ao se referir a antiga amada. Tudo que conseguia notar entre as entrelinhas de sua voz era um ódio crescente cada vez mais de Steve, ele o culpava por tudo de ruim que havia acontecido em sua vida. O que o deixava vivo provavelmente era esse ódio que gerou dentro de si por anos.

— Não... Precisava disso tudo. — esbravejei com a voz quase inaudível sentindo minha boca tremer de frio e não sentindo mais quase nenhuma parte de meu corpo, como estivesse completamente anestesiada. — Você poderia ter...

— Ter tido uma vida normal? — terminou ele levantando um pouco o tom e se abaixando em minha direção para que conseguisse olhar diretamente para seu rosto pálido com aquele sorriso assustador. Os fios negros do cabelo balançavam com o vento forte o obrigando colocar atrás da orelha com a mesma calma que apertava meus pulsos na corda. — Liv, olhe para a gente e diga se um dia vamos ser normais? Essa palavra não existe no nosso vocabulário. Somos inumanos, possuímos poderes e genes alienígenas correndo por dentro de nossas veias vindas de nossos antepassados. Não somos humanos e nunca seremos. Os seres humanos são dotados de uma natureza tal que não deveriam apenas possuir bens materiais, mas deveriam antes possuir sustento espiritual. Sem o sustento espiritual, torna-se difícil adquirir e manter a paz de espírito.. Os humanos nunca vão nos ver como um deles... Eles acham que toda desgraça vieram por nossa causa... O que também não é tão errado assim, já que nós alienígenas estamos aqui neste planeta antes mesmo deste planeta ser o planeta terra, mas a raça humana que se evoluiu muito... muito ruim. Vejo dia após dia como não existe mais futuro.

Innocens - Capitão AméricaOnde histórias criam vida. Descubra agora