Depois que todos foram embora novamente, a casa parecia até maior e mais silenciosa. Acho que depois de tanto tempo me acabei acostumando com sempre eles por aqui, toda hora surgia alguma coisa ou aparecia alguém mais doido ainda. Steve foi o único que ficou, depois de se despedir de todos apenas jogou o corpo sobre o sofá descansando. Analisando fazia quase um dia todo que não dormíamos, meus olhos pregavam por vontade própria.
– O que você viu, Liv? – Perguntou por fim, depois de tanto tempo segurando a curiosidade. – Quando você cumprimentou o Visão.
– Antes de responder... Qual é a relação dele com a Wanda? – Questionei. – Existe entre algo entre eles? Algo mais íntimo.
O loiro abriu os braços apoiando sobre o sofá com uma aparência pensativa, como quem procurasse uma resposta certa.
– Por que? – Perguntou ele por cima, com um sorriso. – Os dois são bastante próximos. Ambos entraram na mesma época para os vingadores. Os dois possuem poderes estranhos e demoram para se relacionar com as pessoas. Mas íntimo, intimo acredito que não.
– Você acha que poderia acontecer algo com eles? – Voltei a questionar, retirando as caixas vazias de pizza sobre a mesinha da sala.
– Acabamos de ficar juntos. Você já falou do Thor, e agora tá dando em cima do Visão? – Disse Steve mantendo o sorriso engraçado de modo mais largo, segurando uma risada abafada. – Vamos dizer que o Visão é filho dos vingadores. Ele foi criado pelo Bruce e pelo Tony, que mais adiante se tornaria o Ultron. Nisso, o Ultron nunca conseguiu usar esse corpo moderno. Então o Thor guiado por uma Visão, deu vida a ela com seu martelo. E para complementar, a joia do cetro do Loki é parte de seu corpo.
– Ele é um robô...? – Perguntei virando assustada e bastante confusa com a explicação nada fácil, recebendo uma gargalhada como resposta. – Já havia escutado sobre a última criação do Stark, mas nunca pensei que seria uma pessoa... Ele é uma pessoa?
– Mas o que é uma pessoa pra você? – rebateu com um sorriso sarcástico. – Só pra começar!
Talvez não fosse a melhor coisa a se fazer no momento, o tema que decidi dar início não era dos mais simples, mesmo assim minha resposta foi totalmente automática.
– Uma pessoa é um indivíduo.
– E o que é um indivíduo? – a discussão pareceu atraí-lo com intensidade, pelo jeito ele era mais interessado em conversas filosóficas do que aparentava. – O que torna uma pessoa um indivíduo?
– Um indivíduo é um ser... único de uma espécie, um ser que se distingue dos demais por uma série de trejeitos e características que se fundamentam parte em sua aparência, parte em sua consciência. - Certo, agora sinto que gastei uma boa parcela das minhas aulas de filosofia da escola nessa resposta quais achei que nunca usaria na vida.
– E o que é consciência? – estou começando a ficar sem resposta e começo a temer o que ele anda lendo, não é medo de "ele pode ficar perigoso", é medo "senhor, me dê um dicionário que não estou entendendo absolutamente nada!". – Por que ele não tem uma consciência?
– A consciência é o resultado de nossas memórias... e experiências... -– pisquei algumas vezes, não me lembro de ter parado para pensar isso à fundo alguma vez, quer dizer, pensar como estou pensando agora. – Esse conhecimento acumulado é como os dados de um computador, e como um computador nós usamos esses dados para tomar decisões e tecer pensamentos próprios, e, dessa forma, nos tornamos únicos em nossas essências. Nossa, isso foi bom. – Terminei com um comentário para mim mesma surpresa pela resposta.
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Innocens - Capitão América
Romance"Há uma inocência na admiração: é aquele a quem ainda não passou pela cabeça que também ele poderia um dia ser admirado." Existem vários tipos de amor. Existem vários tipos de dor. Mas existem pouquíssimas pessoas capazes de suportar a dor que o amo...