Anamnese - part.II

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– Por um lado, acredito em tudo o que você falou..., mas por outro, é completamente loucura. – Disse prestando atenção ao que ele explicava sobre os últimos ocorridos. – A parte que provavelmente sou a reencarnação de alguém que ambos conheceram e que ele quer me matar, soa até mais fácil de entender.

Steve havia contado detalhadamente sobre tudo o que aconteceu e de como Wanda o ajudou a recuperar as memórias perdidas do passado, e que mesmo com essas informações ele ainda não conseguia ligar tudo o que acontecia, em uma forma de quebra cabeça, as pontas faziam parte da mesma figura, todavia as peças de dentro era como um jogo completamente novo qual não dava para encaixar em lugar nenhum. A nossa situação, poderia ser resumida desse fato, pois nenhum dos dois, ou dos outros ex-vingadores conseguiriam explicar tal fato estranho.

Para ele, Jack, apenas estava tentando mexer na mente dele para que o mesmo fizesse algo de errado e assim o governo acabaria colocando as mãos nele, não era uma péssima ideia, se for ver por esse lado. Mas no fundo, sabíamos que não era isso, Jack o vilão, já teve várias oportunidades perfeitas para matar tanto ele quanto a mim, e ele não fez; parecia mais que ele quer jogar com a gente, um jogo qual apenas ele sabe a regra, e o próprio prêmio era nossa vida.

– Deve ser mais uma pessoa com raiva do nosso passado, tentando arrumar com mais destruição. – Comentou ele mais para si mesmo do que para mim. – Depois do tratado de Sokovia, apareceu vários e vários casos, e pessoas relatando como somos imprudentes e de como gostarias de nos ver mortos.

– Eu acho essas pessoas idiotas. Vocês podem ter feito um pouquinho de bagunça durante os ataques e brigas, porém salvaram várias vidas. O que teria acontecido se aquele idiota do Loki, tivesse conseguido dominar a terra? Acho que eles nem vivos estariam para contar as histórias.

– De qualquer forma somos culpados por tudo o que tem acontecido de ruim no mundo. Se as pessoas fossem só pessoas, acredito que o mundo seria bem melhor.

– Ainda acredito que a culpa não é de vocês. – Disse forçando um sorriso. – Olhe, nós mesmo somos responsáveis por nosso futuro assim como o futuro dos outros. É como dirigir um carro, temos que dirigir para a gente, mas ao mesmo tempo, temos que dirigir para as outras pessoas, os outros carros. Não pode se culpar por tudo de errado que vem acontecendo, o mundo não é normal desde que ele surgiu. Ninguém acreditava em alienígenas ou de pessoas com poderes até pouco tempo, não passava de uma mera lenda de várias pessoas durante a história.

– O mundo já era bastante estranho na minha época..., mas ainda assim, não consigo deixar de me culpar por tudo. – Respondeu ele, desviando o olhar.

– O mundo já era doido suficiente antes mesmo dele ser mundo, pode apostar. – Disse. – No momento não tem o que reclamar. Existem coisas que não podemos concertar, muito menos saber o motivo de sua existência. – Terminei com um sorriso sincero nos lábios. – Apenas não tente pensar muito.

– Sabe, se não tivesse com você ao meu lado nesse momento, talvez já teria ficado doido. – Confessou Steve levando uma das mãos para o cabelo loiro, que já começava a cair sobre o rosto pelo tamanho do comprimento.

– Não sabia que super-heróis podiam ficar com depressão. – Claro, além de ter o peso do mundo em seus ombros, era uma coisa tão simples. Terminei a frase apenas para mim... ou melhor, o comentário tinha sido em voz alta.

Mas depois que conheci o pessoalmente, Steve Rogers, o Capitão América pude perceber que mesmo sendo tudo aquilo que as pessoas falam, a.k.a a mídia, ele é apenas um homem comum, uma pessoa comum, com sentimentos comuns como todas as outras pessoas do planeta. Não tinha motivo de diferença, ele era especial, apenas isto. Mesmo que não existisse o Capitão dentro de si, ainda poderia acreditar que como um simples humano ele teria coragem suficiente para enfrentar um alienígena cara a cara. Era assim como eu o via, como um homem... fofo?

Innocens - Capitão AméricaOnde histórias criam vida. Descubra agora