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Natasha deixou tanto eu quanto Steve na calçada de trás do prédio, com a criança em colo; como eles haviam comentado, não foi um roubo de carro e sim pegaram emprestado, por tanto Natasha estava indo devolver em um outro canto da cidade. Subimos os degraus de metal com cuidado para não cairmos, quer dizer eu enquanto ele levava o menino ainda sonolento. Ao chegar em nossa janela, percebemos outras pessoas do lado de dentro parecendo bastante confortáveis. Sam notando nossa chegada tomou dianteira abrindo o vidro pegando com cuidado a criança para si o colocando deitado no sofá. Parecia que ele conseguiu chegar mais cedo que a gente, já tendo até trocado de roupa.

— Onde está a menina? — perguntou Steve notando que faltava uma pessoa na sala, ou melhor duas. — Aconteceu alguma coisa?

— Não. Foi fácil demais com a Wanda e o Visão do nosso lado... — explicou abaixando o tom da voz percebendo o nosso estado. — O que posso dizer é que não foi o mesmo para vocês. Visão conseguiu o endereço da família da menina, é uma família ricaça que por coincidentemente estava na festa do Lencaster. Parece que os pais ainda não haviam sido informados sobre o sumiço da criança, apenas a babá, os funcionários da casa e os avós da criança. Assim ele pegou o trabalho de levar a menina de volta para o quarto sem perceber a presença dele. O que é fácil, já que atravessa paredes. Consegui o endereço para o menininho, mas achei melhor esperar vocês para discutir como vamos entregá-lo.

— Não dá para atravessar a parede como o Visão, como nada tivesse acontecido. — comentou Steve apoiando os braços em sua cintura. — Vamos ligar para a família dele pedindo para nos encontrar em algum lugar, ai entregamos de longe.

— Pode dar certo, mas antes vão se limpar. — disse Sam dando um pequeno tapinha no ombro do amigo loiro. — E você Liv, parece que foi atropelada por um caminhão.

— Acredite, a sensação foi a mesma. — respondi já indo em direção ao banheiro esticando os ombros.

Ao virar pelo corredor entrando pelo banheiro, notei a presença do homem loiro seguindo meus passos para dentro, segurando uma muda de roupa entre suas mãos. Seu olhar para mim foi carinhoso, com um leve sorriso nos lábios. Apenas aquele simples gesto foi o suficiente o bastante para aquecer meu corpo.

— Deixa que te ajudo. — avisou ele colocando as coisas sobre a pia do banheiro, fechando a porta atrás da gente. — Levanta os braços.

A sensação era a mesma de ser tratada como uma criança ao escutar falando isso, mas não consegui responder e nem desobedecer, provavelmente ele tinha razão, tirar aquela blusa de manga comprida seria um sacrifício sozinha. Agora que toda a adrenalina já havia passado, o corpo esfriou reconhecendo todos os hematomas e dores como parte dele. Levantei o braço, sentindo a aproximação cada vez mais perto do homem, que segurou com delicadeza a bainha da roupa a levantando revelando a pele branca. Bem, já havíamos feito isso algumas vezes, só que agora parecia diferente, a situação.

— Vai se sentir melhor depois de alguns dias. — comentou observando as marcas roxas que surgiam por de trás de meus ombros, desviando os olhos claros para baixo.

Steve parecia triste e melancólico, reconhecia aquele olhar de tristeza, vergonha e medo. Queria poder falar para ajudar seu ânimo, só que o meu parecia a mesma coisa ou ainda pior, muito pior, mas não queria admitir isso nem para mim mesma, muito menos em voz alta. Deixei ele com os próprios pensamentos, levando a mão até o gancho do sutiã branco abrindo, chamando sua atenção novamente ao virar procurando roupas ali perdidas, que tinha certeza de ter deixado aquela regata preta ali no outro dia, tentando a vestir com dificuldade na parte de levantar os braços. Senti as mãos pesadas e quentes dele, segurando meus braços para o alto terminando de puxar a roupa para o corpo, fazendo percorrer um arrepio com o contato dos dedos leves descendo sobre meu peito de lado.

Innocens - Capitão AméricaOnde histórias criam vida. Descubra agora